quinta-feira, agosto 02, 2012

Winslow Homer- Noite de Verão

Summer Night
Summer Night.....título bem a propósito.
Antes de ir de férias, e dado que  gosto imenso da obra deste pintor norte americano, não resisto aqui a fazer um segundo post, agora a propósito da sua obra Noite de Verão.
A tela que aqui aparece pertence à última fase pictórica de Winslow Homer, um dos mais influentes artistas norte  americanos do final do século XIX. Este pintor realizou uma série de obras magnificas  e esta não foge à regra.
 A obra que aqui surge, foi realizada por W.Homer aquando do seu retorno de França e Inglaterra, quando o seu estilo tinha evoluído paulatinamente para o impressionismo, embora denotasse muitas influências do grande pintor  francês Gustave Courbet sobretudo no tratamento dos portos, onde o reflexo da  luz da lua sobre as ondas se fazia sentir em todo o seu esplendor, como é o caso da obra aqui presente.
A temática do mar era rara na pintura deste artista, que normalmente representava cenas de caça e de pesca, os desportos favoritos do homem americano.Contudo, com grande maestria Homer aventura-se numa tela de teor marítimo e dá-se muito bem!
O dramatismo da sua obra é evidente na luz metálica e encrespada que poisa sobre o mar embravecido. A tensão algo dramática que esta obra transmite-nos insere-se na característica muito pessoal da última fase do artista, que morre dois anos após a conclusão da mesma.De facto já para o fim da vida Homer realizou obras profundamente introspectivas, que representam portos como este, muitas delas acabadas na sua casa na costa de Prout's Neck onde morou até morrer.
Foi a partir de 1884 que vivendo como um recluso na sua casa junto ao mar que as suas obras ganham uma outra dimensão, passando a ser um reflexo da solidão do artista e isso pode ser comprovado nesta obra onde um par de mulheres dançam abraçadas na praia e onde a obscuridade da noite mergulha a composição num mistério evidente, apenas desvelado por uma luz lunar que poisa sobre as ondas encrespadas. Estas duas misteriosas mulheres dançam muito agarradinhas e um grupo de homens, cuja representação é feita através de pinceladas negras realçando as suas figuras, observa a cena. Uma grande obra, um mistério, um grande pintor.
Esta obra magnífica é óleo sobre tela , foi realizada em 1890 e pode ser apreciada no Museu D'Orsay em Paris.
Ah...para os amantes da arte e que este verão poisem na capital francesa, este Museu e o do Louvre consumirão várias horas e quiçá dias das vossas férias...dias muito bem empregues...dias resplandescentes de arte...arte...arte.
Boas férias...até Setembro.

segunda-feira, julho 30, 2012

Bernie / Morre...e Deixa-me em Paz

No sábado passado fui ver este Berni/Morre...e Deixa-me em Paz, (título em português)e achei-a uma delícia....uma pérola da comédia e que estreada nesta época de férias vai passar despercebida a muita gente o que é pena, porque vale a pena ir vê-la.O filme é do realizador Richard Linklater, (que por hora tem feito obras um pouco ao arrepio do mainstream norte americano e com isso tem-se dado muito bem), e cujos actores principais são Jack Black, Shirley Maclaine e Mattew McConaughey.Ora o mais surpreendente neste filme são os actores. O realizador consegue a proeza de transformar o histeriónico Jack Black numa pérola/num óptimo actor!
O filme vive da sua prestação e esta é seguríssima. Para mim este é até agora  o grande papel deste actor que já tinha dado provas de ser bom quando o realizador não o deixa à solta ( isso já tinha acontecido no filme Escola do Rock, do mesmo realizador) e essa contenção volta a acontecer agora. Também a caracterização do actor está perfeita.De facto, o   maneio do corpo, sorriso, postura de mãos, maneirismos vários são tão perfeitos que  a páginas tantas damos por nós a querer que quando morrermos alguém como este Bernie trate do nosso corpo e nos faça um funeral condigno!
O filme parte de um caso verídico passado na pequena cidade rural de Carthage, onde vive Bernie/Jack Black o director assistente de uma agência funerária, e também um dos moradores mais queridos da cidade. Bernie dá aulas na escola dominical, aulas de embalsamento, canta no coro da igreja, faz serviço comunitário e está sempre disposto a ajudar o seu próximo. Todos adoram Bernie, por isso ninguém ficou surpreendido quando ele se torna amigo de Marjorie Nugent/Shirley Maclaine uma abastada viúva, famosa tanto pelo seu mau trato como pela sua fortuna.
Shirley Maclaine tem aqui  um  grande papel. Adorei vê-la como a megera Marjerie, uma  mulher terrível, amargurada, má, possessiva, prepotente, e capaz de dar cabo do juízo a um santo! Bernie na sua santidade, acaba por ter pena dessa megera, trava amizade com ela e na sua ingenuidade  começa a viajar frequentemente com Marjorie e a gerir os seus assuntos bancários. Rapidamente Marjorie  torna-se totalmente dependente de Bernie e da sua generosidade, enquanto este se esforça para atender aos seus crescentes caprichos. Bernie continua a gerir dos assuntos de Marjorie, que começa a deixar de ser vista pelos habitantes da cidade, que ficam chocados quando finalmente descobrem que Marjorie Nugent está morta há vários meses, (nove meses)  e que o seu assassino é Bernie Tiede.
Nesse momento entra em cena um xerife do mais bronco que o cinema já nos deu a ver e neste papel temos um impagável Mattew McConaughey numa prestação memorável!Vê-lo em tribunal a acusar Bernie é do mais engraçado que me foi dado a ver há muito tempo.Uma maravilha de retórica puramente demagógica!
Há a salientar que o filme está feito de uma forma muito original, pois vive das entrevistas dadas pelos habitantes de Cartaghe que ao longo do filme vão dando a sua opinião sobre todos os intervenientes à laia de um documentário. É através dessas prestações que ficamos a saber quem é quem, o modo de vida daquelas gente, as coscuvilhices, a malidicência os ódios enraizados na cidade, o diz que diz, o faz que faz! 
O mais engraçado é que a relação de Bernie/vitima com a sua patroa/carrasco vai -se desenvolvendo num crescendo que quando chegamos ao ponto do assassinato, esperamos que o mesmo aconteça...pois só esse assassinato poderá devolver um pouco de sossego aquele homem.
 O próprio julgamento é extremamente caricato  visto que  aquele painel de júris é do mais boçal que existe, pessoas muito feias, anafadas, ignorantes, enfim...pessoas   que vivem da curiosidade ávida e da desgraça alheia e que na sua cegueira não ajuizam do porquê daquele assassinato nem se debruçam sobre o carácter daquele pobre e ingénuo homem que está ali a ser julgado.
Por mim Bernie seria absolvido e seguiria embalsamando corpos, cantando no coro da igreja e encantando tudo e todos com a sua incomensurável simpatia.
Sendo uma trágico/comédia o filme  é maravilhoso.Está de parabéns este Richar Linklater e todos os seus actores.
Um filme a não perderem!

quarta-feira, julho 25, 2012

Abraham Lincoln

Há coisa de uma semanas atrás fui ver o filme Abraham Lincoln-Caçador de Vampiros. O filme  retirado da obra de Seth Grahame-Smith ( o mesmo autor da obra Orgulho e Preconceito e Zombies) não tem nada de especial e conta-nos as aventuras/lutas que paulativamente o presidente Lincoln teria travado  na sua juventude contra um bando de vampiros que aproveitando-se da guerra civil que dilacerou os E.U.A. teriam como intenção a tomada do poder. O filme começa com a meninice de Lincoln e acaba com a sua saída de casa em direcção ao teatro onde seria assassinado. Obviamente que no filme tudo aponta para que esse assassinato teria a ver com a guerra contra esses seres  travada pelo jovem Lincoln e não com questões rácicas. Não desgostei do filme, considero que o mesmo estava razoavelmente bem realizado, e julgo que quem vai ver esse tipo de filme tem de estar preparado  para muita fantasia, violência, muitos efeitos especiais e grande dose de originalidade. Consta que o próprio Seth Grahame-Smith escreveu o guião e foi o consultor do filme assim como Tim Burton foi o produtor. A realização ficou a cargo de Timur Bekmambetov.
Contudo, o que pretendo aqui escrever não é tanto sobre o filme mas sobre este presidente norte americano. No filme o actor que faz o jovem Lincoln, vai progressivamente sendo caracterizado até chegar à imagem quase icónica que temos deste presidente.
Senti necessidade de fazer esta introdução para abordar aqui a minha admiração por este presidente norte americano, posto que neste filme é-nos dado a conhecer um pouco a juventude de Lincoln e sabendo (penso eu!) que o homem não andou a matar vampiros com um tremendo machado, gostei de ver o modo como este  pautou a sua vida e no fim relembrar aqui aquele que para mim é dos mais belos discursos que algum presidente algum dia proferiu. 
Mas quem foi na verdade A.Lincoln?
Abraham Lincoln, nasceu no Kentuchy o seu pai era agricultor de ascendência inglesa. Lincoln passou a maior parte da sua infância no território de Indiana, para onde a família se tinha deslocado em finais de 1816, devido a um processo judicial de contestação da propriedade que o pai possuía. A mãe morreu no Outono de 1818, tendo Lincoln e a irmã sido educados pela madrasta, Sarah Bush Johnston, mãe de 2 raparigas e um rapaz, com quem o pai se casou no princípio do Inverno de 1819. Lincoln, filho de pais iletrados, teve uma educação muito pouco cuidada, frequentando a escola muito esporadicamente. Em 1842 casou com Mary Todd, mulher com uma sólida educação, pertencente a uma família distinta do Kentucky, e cujos familiares em Springfield faziam parte da elite local. Do casamento nasceram quatro filhos, tendo só o filho mais velho chegado à idade adulta. Com o casamento Lincoln começou a frequentar a igreja Presbiterana local. Sendo considerado um céptico em questões religiosas e um livre-pensador, era um conhecedor profundo da Bíblia, tendo acabado por defender que toda a história era obra de Deus. Paulatinamente Lincoln vai-se integrando na politica e em 1858 tentou ser nomeado para o Senado. A campanha eleitoral deu origem a um conjunto de debates, que abordaram sobretudo o tema da escravatura. Foi nessa época que proferiu o célebre discurso Uma Casa Dividida, em que afirmou que uma «casa dividida não se pode manter», insistindo no tema de que as liberdades civis, tanto dos brancos como dos negros, estavam em causa no problema da escravatura. Os debates não conseguiram fazer com que Lincoln fosse eleito, mas tornaram-no uma figura nacional, e fizeram com que, em 1860, fosse pensado para a Presidência dos Estados Unidos. Na verdade, acabou por ser escolhido como candidato do Partido Republicano, ao fim de três votações, na convenção desse ano. Durante a Guerra Civil a política de Lincoln em relação à escravatura foi-se modificando. Começando por defender a manutenção do statu-quo, isto é, a manutenção da escravatura nos estados em que ela existia, e a proibição da sua expansão para outros estados a posição de Lincoln tornou-se, no fim da guerra, abertamente abolicionista. Com o decreto presidencial de 1 de Janeiro de 1863, que pôs em prática de acordo com o que considerava serem os poderes do Presidente em tempo de Guerra, e que ficou conhecido como a Proclamação da Emancipação, os escravos nos territórios do Sul sob domínio confederado eram libertos. A medida só libertou 200.000 negros até ao fim da guerra, mas mostrou definitivamente que a abolição da escravatura se tinha tornado um dos objectivos da guerra, para além da manutenção da unidade política. A medida, de duvidosa legalidade, foi seguida por uma Emenda Constitucional, a 13.ª, que proibiu a escravatura nos Estados Unidos da América. A emenda tinha sido prevista no programa político do Partido Republicano, durante a preparação das eleições de 1864.
Em 19 de Novembro de 1863, na cerimónia de inauguração do Cemitério Militar de Gettysburg, no local onde se tinha dado a batalha do mesmo nome, Abraham Lincoln profere aquele que, como já o referi mais acima, é para mim um dos  mais bem  elaborados discursos que me foi dado a ler e é esse discurso que eu quero relembrar aqui.
 O discurso foi feito numa carruagem de comboio, precisamente quando o presidente se dirigia a esse lugar de carnificina onde soldados do sul e do norte se encontram enterrados, irmanados na morte, quando não o tinham sido em vida. O orador que procedeu Lincoln falou durante duas horas e no fim, o presidente  (que tinha elaborado o seu discurso nas costas de um envelope ) levanta-se e diz:
"Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.
Encontramo-nos actualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar.
Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.
Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes. O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.
Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra".

O discurso durou 20 minutos, mas perdurará para sempre na memória daqueles que amam o poder das palavras e admiram a  capacidade que alguns seres têm de conseguir manterem-se para sempre na memória colectiva da humanidade.
Na noite de 14 de Abril de 1865, uma 6.ª feira Santa, o actor John Wilkes Booth, defensor da escravatura e com ligações fortes ao Sul, membro de uma família famosa de actores, assassina Abraham Lincoln no Teatro Ford, em Washington.
Morre aquele que ainda é hoje um dos mais amados presidentes dos E.U.A.



sábado, julho 14, 2012

Gustav Klimt




As Três Idades-1905(Detalhe)
Gustav Klimt-150 Aniversário deste pintor austríaco. Já o abordei aqui em post anterior. Amo todos os seus quadros e adorei ver o filme que retrata a vida dele.Malkovich está  excepcional.Um Pintor Brilhante, um revolucionário em todos os sentidos.

quarta-feira, julho 11, 2012

A Delicadeza e My Little Princess

Mais dois filmes a não perderem.
A Delicadeza retirado da obra de David Foenkinos (1974) dirigido pelo próprio  David Foenkinos e Stéphane Foenkinos  e cujo elenco é composto pela belíssima e magríssima Audrey Tautou, coadjuvada por  Audrey Fleurot e  François Damiens.O filme   retrata a história de uma viúva que   em luto pela morte do marido e com seu mundo virado de cabeça para baixo,  prefere focar-se  no trabalho e deixar os sentimentos de lado.Contudo um belo dia resolve beijar o feio Markus, um colega de trabalho sueco, sem saber muito bem  o motivo de tal acto. A partir desse beijo de Nathalie os acontecimentos vão-se desenrolando  a uma velocidade estonteante e quando dão por eles, estão ambos enrredados numa teia de cumplicidade, amor, dúvida, hesitação e sobretudo...numa teia de grande Delicadeza!Um filme lindo!


Outro filme que aconselho é dirigido por Eva Ionesco e em Portugal recebeu o título de Eu Não Sou a Tua Princesa/My Little Princess. O filme é duro, violento e agonizante. Saímos do cinema mal dispostos... eu pelo menos assim fiquei. É um murro no estômago, vermos aquela louca mãe matando paulatinamente toda a infância da sua filha, numa ânsia de poder e fama que não olha a meios para alcançar os seus fins.O filme mostra-nos a relação de  Hanna e Violeta  uma dupla invulgar: uma mãe esquiva e doida  e uma menina à procura de amor maternal, uma artista caprichosa e uma modelo contrariada, que se revela muito adulta para a sua tenra idade e que tem de lidar com a    tresloucada da mãe, uma Isabelle Hubert, perfeita no papel. 
Com as belíssimas prestações de Isabel Hubert a Anamaria Vartolomei (um portento de talento juvenil e que mete muitas acrizes de Hollywood no chinelo) , com Anne Benoit, Denis Lavant e Gerogetta Leahu, eis um filme para reflectir sobre infâncias perdidas para sempre.Adorei!Aconselho.Tal como eu já tinha referido a propósito do filme Amigos Improváveis o cinema francês está vivo e recomenda-se.

sexta-feira, julho 06, 2012

O Moinho e a Cruz

O Moinho e a Cruz, filme do cineasta Lech Majewski  reflete sobre o homem, a maldade, o sadismo, a estupidez a prepotência, o poder maternal, o fanatismo, a dor  e sobretudo sobre o poder da arte através de um Quadro! E que Quadro! Nada mais do que a obra  prima de  Pieter Bruegel, "o Velho" denominada de "O Transporte da Cruz"/"Subida ao Calvário" (de 1564). E é inspirado pelo quadro e pela monografia do crítico de arte Michael Francis Gibson The Mill and the Cross (de 1996 e que empresta o título ao filme) que Lech  Majewski se aventurou a dar vida às personagens da pintura.
Os actores são o grande e  algo desaparecido Rutger Hauer/Pieter Brugel, o seu amigo e coleccionador de arte Nicholas Jonghelinck/Michael York, e na  Virgem Maria temos a incomparável  Charlotte Rampling.
Três grandes atores...um filme muito original!
Adorei vê-lo porque este filme vai ao arrepio de tudo aquilo que já vi até hoje em matéria cinematográfica, visto que  não sei como classificá-lo. Parece uma peça de teatro, mas ao mesmo tempo não é isso...é mesmo estranho.
O realizador serve-se de 12 personagens de entre as centenas que o quadro contêm e utilizando cenários pintados, conjuntamente com as mais recentes técnicas digitais transporta-nos para uma Flandres de perseguições religiosas perpetuadas pelos espanhóis. Tudo se passa como se estivessemos dentro deste imenso quadro e o realizador consegue a proeza de sentirmos que estamos  irmanados com toda aquela gente. Os diálogos são praticamente inexistentes e tirando os de P.Bruegel com o seu amigo e coleccionador de arte, não há mais nenhum. As outras falas resumem-se aos gritos em espánico ( o filme retrata  a ocupação espanhola da Flandres) e o silêncio impera! O silêncio e o poder que aquele Moleiro, que faz o papel de Deus tem em parar toda a vida, simplesmente porque....quer! Um filme magnífico, uma obra de arte estranha e hipnótica. Vê-la  é  ficar com a sensação de estranheza, posto que por vezes dei por mim a querer entrar para dentro daquele quadro, falar com aquelas pessoas interagir com elas. No fim, há uma mensagem de esperança, pois todos cantam e dançam e por aqueles campos vemos ao longe aquele moinho que tritura tudo, os grãos e a vida dos pobres aldeões mas que não pode triturar a esperança de dias melhores. Um filme a não perder!
O quadro em causa  que também é conhecido por "A Procissão e o Calvário" é óleo sobre tela tem mais de 500 personagens e  pode ser visto no Kunsthistorisches Museum em Viena de Austria.

terça-feira, julho 03, 2012

Henry Fuseli-Lady Macbeth

Não resisto aqui a reflectir um pouco sobre esta obra do pintor suíço Johann Heinrich Füssli,  também conhecido  como Henry Fuseli ou Fusely. Denominada de Lady Macbeth  esta obra marcadamente dramática é um estudo a óleo para uma pintura de maior tamanho.Embora a tela pareça poder inspirar-se na obra de Shakespeare, Lady Macbeth, a cena macabra que aqui assistimos corresponde à pura imaginação do artista. Nela vemos Lady Macbeth de pé, ligeiramente curvada, fazendo um gesto de silêncio, quando se prepara para agarrar os punhais com sangue que o seu marido traz, depois de ter assassinado o rei Duncan. O rosto da mulher reflecte cautela e loucura, como muitas outras personagens deste pintor.Essa expressão é indício de que não parece importar-se com o homicídio que o seu marido acaba de cometer.Ela traja uma espécie de vestido sedoso e transparente de tons brancos enquanto o seu marido aparece estranhamente despido, apenas com uma camisa que lhe cobre a zona peitoral.Os punhais com sangue que traz são o exemplo do sadismo com que em certas ocasiões Fuseli recriava algumas das obras de Shakespeare.São cenas  que nos  parecem ter sido tiradas de autênticos pesadelos. A expressão de horror deste homem, devido ao acto que acaba de cometer já indicia uma posterior punição ou até arrependimento, enquanto que a expressão de Lady Macbeth  é de alerta para que não se faça barulho, evitando assim serem descobertos e castigados.Todo o fundo é negro, como negra é a alma desse par de personagens irmanados num acto de horror. Ressalta a brancura do rosto de Lady Macbeth e o vermelho das mãos e do punhal ensanguentado. Uma obra de horror um estudo magnífico deste grande pintor cujo expoente máximo é a sua obra "Pesadelo" que abordarei posteriormente aqui. Esta tela que não tem uma data precisa,  mas que foi exposta  em 1812 pode ser vista no Tate Galleries em Londres,    é óleo sobre tela.
No filme que se segue podemos ver algumas das obras deste artista.

segunda-feira, julho 02, 2012

Anna Karenina

Após Orgulho e Preconceito e Expiação, Keira Knightley volta a ser dirigida por Joe Wright em mais uma adaptação de um romance célebre, Anna Karenina, de Leon Tolstói. O primeiro trailer já chegou à internet.No final do século XIX, no seio da alta sociedade russa, a aristocrata Anna Karenina entra num romance extra-matrimonional com o rico Conde Vronsky, que lhe irá alterar por completo a vida.Keira Knightley interpreta Anna Karenina nesta nova versão do imortal romance de Lev Tolstói, publicado originalmente entre 1873 e 1877. O resto do elenco é de luxo, com Jude Law no papel do marido de Anna, Aaron Johnson como o Conde Vronsky, Olivia Williams como a Condessa Vronskaya, Matthew Macfadyen como o irmão de Karenina e Kelly Macdonald como a mulher deste.O realizador é Joe Wright , que já dirigira Knightley em Expiação e Orgulho e Preconceito.O romance de Tolstói já foi adaptado várias vezes ao cinema, sendo a mais célebre versão a realizada em 1935 por Clarence Brown e protagonizada por Greta Garbo, que já tinha interpretado o mesmo papel numa versão de 1927. Entre as outras adaptações do livro, destacam-se a de 1948, com Vivien Leigh e realizada por Julien Duvivier, e a de 1997, assinada por Bernard Rose e protagonizada por Sophie Marceau.

Ballet Sensual

Click no link e desfrute deste magnífico ballet!
http://www.youtube.com/watch_popup?v=JGq4k8RMe9o

Espectáculo Oriental


 Um espetáculo sem precedentes, que mistura música  e arte, apresentado em Shanghai, China, na cerimônia de encerramento do World Expo Closing Ceremony Concert Fusion of Art and Music.
 Preste atenção às “cadeiras” onde ficam "sentadas" as raparigas que tocam os instrumentos musicais.
 Clique link abaixo indicado e aprecie este bonito espectáculo.
 http://www.youtube.com/watch_popup?v=6HfDeTVpinU&vq=medium

domingo, julho 01, 2012

A Mulher e a Ciência

Pelos vistos para a União Europeia a Mulher deve dar uma de cientista, porque assim pode saber fazer os seus batons, rímeis,cremes faciais,vernizes, blush, pintura para olhos,pó de arroz e tutti quanti! De um anúncio polémico nasceu uma boa ideia.Mulherada...toca a ir para os laboratórios! Corremos com os homens que lá estão, fazendo não sei bem o quê!!!! e produzamos nós mesmas os nossos cosméticos...ah sempre de salto alto e vestidinho curto e justo!Nem dá para comentar de tão ridículo que tudo isso é!E o dinheirinho que essa gente gastou nessa anúncio palerma...saiu todo dos nossos impostos!Enfim...haja paciência!

quarta-feira, junho 27, 2012

Prometheus

Fui ver este filme de Ridley Scott, uma vez que sou fã da saga Alien.Uma desilusão completa! Saí do filme com a sensação de dinheiro deitado pela janela fora. Erros de casting terríveis. A Noomi Rapace, uma desgraça, (quando a vemos actuar temos é saudades da grande  Simone Weaver!), o Miguel Fassebender no papel do androide David e Charlize Theron, como comandante da nave Prometheus fazem o que podem, e Idris Alba tem o papel mais conseguido, visto que não está ali a armar-se em bom.
Guy Pearce...bem é melhor nem falar nesse de tão ridículo o papel que o actor tem!Há outros actores...mas nem nós sabemos para que é que ali estão!Deve ser para constar na folha de pagamento!
 Do resto, tudo muito estranho, tudo muito embrulhado em filosofias de pacotilha, tudo muito a armar ao esotérico...e depois vamos a ver e dali não sai nada.Uma laranja seca! Aquele fim é risível, aquelas criaturas alienígenas completamente  perdidas no filme, o início incompreensível...uma miséria!
 O pior é que já li que o realizador vai fazer a continuação deste filme...cruz credo! Se é para fazer outra coisa idêntica o melhor é mesmo colocar o dinheiro na minha conta bancária que eu agradeço do fundo do  coração. E ainda disse que só filmava a partir de agora em 3D! Que volte o R.Scott do Gladiador, porque este...deve estar a atravessar uma crise de meia idade!
Pior ainda.Eu fui ver em 2D porque detesto o 3D, e ainda bem, porque aquilo é tão enfadono (um filme longo como o diabo) que se fosse assistir em 3D saia de lá meia catatónica.
 Por mim...um filme a evitar...Melhor mesmo é ir ver o"O Cavalo de Turim" do realizador  Béla Tarr.Não tem nada a ver com Prometheus, mas essse sim é que é um filme Filosófico!

sexta-feira, junho 22, 2012

Verão


Gosto do verão!
Faz-me sentir solta e feliz.O azul do mar acalma-me e o belo tempo que se sente durante o dia e durante a noite leva-me a vestir algo leve, a calçar uns sapatos velhos, mas ligeiros e ir dançar loucamente.
Por vezes levo o meu cão. O meu amor junta-se a nós e durante o caminho beijamo-nos perdidamente.
No fim da noite, ele leva-me a passear por entre cearas batidas pelo vento… cearas queimadas pelo sol.
Ao longe vemos cavalos a pastar, corremos para eles…assustam-se, empinam-se e fogem a galope.
Abraçamo-nos perdidamente…deitamo-nos no chão e amamo-nos.

No silêncio da noite apenas ouvimos o coaxar dos rãs que embala-nos num sono leve.
Olho para cima e vejo a lua brilhando muito longe.

Adormecemos nos braços um do outro, sentidos que estamos vivos e abençoados pela vida que nos foi dada a viver!




sábado, junho 09, 2012

Gangster Squad

Sean Penn, Ryan Gosling, Nick Nolte  Josh Brolin e Emma Stone são algumas das estrelas de Gangster Squad, um filme  sobre a mafia de Los Angeles que chega a Portugal a 1 de Novembro e cujo primeiro trailer já rola por aqui.Gangster Square recupera a imagética dos filmes de gangsters para relatar a crónica da luta do departamento de polícia de Los Angeles para manter a máfia da costa leste fora da cidade na década de 40 e 50.Realizado por Ruben Fleischer , a película tem um elenco de luxo, que integra Sean Penn no papel do gangster Mickey Cohen, Josh Brolin, Ryan Gosling, Emma Stone, Anthony Mackie, Giovanni Ribisi, Robert Patrick, Michael Peña e Nick Nolte.Gangster Squad estreia nos EUA a 7 de Setembro e chega a Portugal a 1 de Novembro.

segunda-feira, junho 04, 2012

Ticiano Vecellio-Danae a receber a Chuva de Ouro

Reza a história que foi Filipe II de Espanha que encomendou esta bonita e sensual obra a Ticiano Vecellio para com ela fazer par com a  Vénus e Adónis, do mesmo Ticiano.Ambas encontram-se no Museu do Prado.Esta obra que aqui aparece denominada de "Danae a Receber a Chuva de Ouro", não é mais do que a representação pictórica da fábula mitológica que narra o momento em que Zeus se transforma em chuva de ouro para seduzir a formosa Danae que tinha sido fechada num quarto pelo seu pai, o rei de Argos, para que ninguém se aproximasse dela.A composição esta dividida em três zonas.Na parte esquerda da tela, vemos Danae toda nua, deitada na cama, com as pernas dobradas.A sua pele muito branca faz contraste com os cortinados vermelhos que surgem na cabeceira do seu leito. Na parte direita, aparece representada aquela que parece ser uma velha criada.É a serva de Danae e as suas costas muito morenas estão descobertas, contrastando com a pele pálida da jovem.Ela levanta um avental com as mãos e parece recolher o ouro que cai do céu. Na parte superior, vemos a chuva dourada que surge entre nuvens negras e à direita da pintura podemos ainda ver uma parede de pedra do quarto onde Danae está fechada. Desta atmosfera existente no quarto  vaporosa caem moedas de ouro questão apanhadas pela anciã com o seu avental.É Zeus, transformado em chuva de ouro, que aparece dessa forma para possuir Danae. Esta dirige o seu olhar para cima e entrega-se, complacente, ao Deus Zeus.O joelho de Danae aponta para a chuva de ouro, a qual, na sua queda encontra o sexo da jovem mulher.Ao lado de Danae, aprece representado um cãozinho dormindo tranquilamente e que constitui um atributo de cortesã. Após essa relação, nascerá Perseu, um dos heróis mais importantes da mitologia clássica.Como já o referi logo no início está é uma obra plena de sensualidade e referencias mitológicas, e em que o contraste de cores se faz entre o branco, o preto e o vermelho. Sem grandes adereços no espaço em que surgem as personagens, não deixa de ser uma obra plena de cores quentes que no entanto acabam por contrastar com a serenidade do rosto de Danae.Uma obra magnífica que pode ser apreciada no Museu do Prado e que possui as dimensões de 1,29x1.80, sendo óleo sobre tela.

sexta-feira, junho 01, 2012

terça-feira, maio 29, 2012

The Great Gatsby

Este filme O Grande Catsby, tirado da obra do escritor norte americano F. Scott Fitzgerald, só estrará lá para o fim do ano, mas o trailer já circula. É com Leonardo DiCaprio que paulatinamente se tem vindo a afirmar como um grande ator e com a bela Carey Mulligan cuja carreira já aqui abordei  a propósito  do seu filme Drive. Outro valor seguro que aqui aparece também é Tobey Mcguire( o ex Homem Aranha) e Joel Edgerton. Como sempre gostei das obras deste escrito e da anterior adaptação com R.Redford e Mia Farrow, (na altua o filme foi até galardoado com dois Oscares), estou ansiosa para ver como será esta nova versão.Pelo trailer a coisa promete...a ver vamos.

sábado, maio 26, 2012

Sombras da Escuridão

Ontem fui ver o filme  Sombras na Escuridão do irreverente realizador Tim Burton e simplesmente amei!o O filme é genial, genial...mesmo.É longo, preparem-se para quase 3 horas de filme, mas vale a pena cada cena.Nem damos pelo tempo passar, porque a prestação de Jonny Deep e a realização de Burton são tão electrizantes que damos por nós a ver o final do filme sem nos termos cansado, aborrecido, bocejado ou enfastiado.A história está muito bem urdida a prestação dos atores fantástica.  Vemos uma Michell Phieffer, num papel muito longe daquilo que estamos habituados a ver, Eva Green, na bruxa perfeita, e  Helen Bonham Carter, mulher de Tim Burton  tal como J.Deep as alma maters de todos os filmes do realizador  perfeitos nos seus papeis.Ela no papel daquela louca psicanalista e ele no vampiro Barnabas Collins.Adorei a última cena do filme em que o realizador não poderia deixar de prestar homenagem...à sua amada esposa deixando precisamente que ela brilhasse...  na dita última cena.A história parte de uma série que fez furor nos E.U.A já há longos anos e Tim Burton junta-se a J.Deep (que é o produtor) para realizarem este filme que nos conta a história do desgraçado Barnabas Collins que  tendo o mundo a seus pés ou pelo menos a cidade de Collinsport, Maine, mestre da mansão Collinwood,  rico, poderoso e um playboy inveterado comete o grave erro de partir o coração a Angelique Bouchard (Eva Green). Uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, Angelique amaldiçoa-o com um destino pior que a morte: torna-o num vampiro e enterra-o vivo. Dois séculos depois, Barbabas é inadvertidamente libertado do seu túmulo e emerge num mundo muito diferente do seu, no ano 1972. Ele regressa à mansão Collinwood e descobre que a outrora grandiosa mansão caiu em ruína. Os restantes membros da disfuncional família Collins saíram-se um pouco melhor, cada um escondendo os seus próprios segredos obscuros. A matriarca Elizabeth Collins Stoddard (Michelle Pfeiffer) chamou para viver consigo a psiquiatra Dr. Julia Hoffman (Helena Bonham Carter) para a ajudar com a sua problemática família. Também residem na mansão o irmão de Elizabeth, Roger Collins, (Jonny Lee Miller), a sua filha adolescente rebelde Carolyn Stoddard (Chloe Moretz), e o precioso filho de 10 anos de Roger, David Collins (Gulliver McGrath). No fim são descobertos segredos escabrosos, há fantasmas saidos do túmulo,um lobisomem, há sexo louco e desenfreado, há caçadeiras,criados hipnotizados, fogo, enxofre, gente atirada de penhascos,um enorme e belissimo candelabro de cristal,uma nanny etérea, muito sangue e algumas boas gargalhadas, porque este Barnabas Collins, tal como o Eduardo do filme "Eduardo Mãos de Tesoura" e o Willy Wonka, do "Charlie e a Fábrica de Chocolates", vão ficar para sempre, como marcos na carreira de Deep.Um filme a irem ver...e a passarem umas boas horas de puro entretenimento.

sexta-feira, maio 18, 2012

Pensamentos e Orquídeas

"Um segredo pode ser guardado por três pessoas, se duas delas estiverem mortas"
Benjamim Franklin


"Não há maior tristeza do que recordar quando estamos na miséria, a altura em que fomos afortunados"
Dante



"Não sofremos com o choque do nosso trauma, mas retiramos-lhe o que cumpre os nossos objectivos".
 Alfred Adler

"A arte de viver reside na ténue mistura entre soltar e agarrar"
H.Elias

"Há um provérbio chinês que diz: Na mesma mesa de jogo não há pais e filhos".

"Todos querem ir para o céu, mas ninguém quer morrer".
Joelouis

"Alguns de nós pensam que aguentar nos torna mais fortes, mas por vezes é o facto de desistirmos que faz com que sejamos fortes".
H.Hesse

"Não são as coisas que mudam, somos nós".
H.Thereau

"A esperança é a fé a estender as suas mãos no escuro".
G.Iles

"Onde existe raiva, há sempre dor subjacente".
Eckart Toole

"Vive de modo a que quando os teus filhos pensaram em justiça e em integridade, pensem em ti".
H.Jackson Brownjr

"Alguém disse certa vez que amar é dar a alguém a capacidade de nos destruir, tendo sempre a fé que o outro não o fará".
Anónimo

"Por cada boa razão que existe para mentir, há sempre uma razão melhor para contar a verdade".
 Bo Bennett

"A memória é uma coisa complicada.É da família da verdade, mas não é a sua imã gémea".
Barbara Hingsolver

"Nada fixa as coisas de forma tão intensa na memória, como o desejo de a esquecer".
Montaigne

"Cada um de nós é o seu próprio diabo e fazemos deste mundo o nosso próprio inferno".
Oscar Wilde

"E se tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de outro?".
E.Alan Poe

"Nunca confies naquele que já quebrou a tua confiança".
W.Shakespeare

"Poderás ser enganado se confiares demasiado, mas viverás atormentado se não confiares o suficiente".
Frank Crane

"A igualdade pode ser um direito, mas nada a poderá transformar num facto".
Honoré de Balsac

"Eu sou pela verdade independentemente de quem a diz. Sou pela justiça independentemente de quem a condena ou defende".
Malcon X

Respostas Desencorajadoras

 ELE: Posso pagar-lhe uma bebida ?
ELA: A bem dizer, prefiro que me dê o dinheiro.

ELE: Eu sou fotógrafo. Tenho andado à procura de um rosto como o seu.
ELA: E Eu sou cirurgiã plástica. Tenho tenho andado à procura de um rosto como o seu.

ELE: Viva. Nao nos encontrámos já uma ou duas vezes ?
ELA: Só pode ter sido uma. Eu nunca cometo o mesmo erro duas vezes.

  ELE: Onde é que foi buscar tanta beleza ?
ELA: Devem-me ter dado a sua parte.

 ELE: Quer sair comigo no próximo sábado ?
ELA: Lamento. Vou estar com dores de cabeça.

ELE: Essa carinha deve dar a volta a muitas cabeças.
ELA: E essa deve dar a volta a muitos estômagos.

ELE: Vá, nao seja tímida. Peça-me para dar uma volta.
ELA: Está bem: vá dar uma volta.

ELE: Acho que eu a podia fazer muito feliz.
ELA: Como? Vai-se embora ?

ELE: Que me diria se eu lhe pedisse para casar comigo ?
ELA: Nada. Nao consigo falar e rir ao mesmo tempo.

ELE: Pode dar-me o seu nome ?
ELA: Porquê ? Nao lhe deram já um ?

ELE: Vamos ao cinema ?
ELA: Eu já vi esse filme.

ELE: Por onde tem andado, que só agora a conheci ?
ELA: A esconder-me de si.

ELE: Nao nos encontrámos já num lugar qualquer ?
ELA: Já. É por isso que nunca mais lá fui.

 ELE: Esse lugar está vago ?
ELA: Está. E se você se sentar, este também.

ELE: O seu corpo é como um templo.
ELA:Lamento, mas hoje não há  missa

 ELE: Se eu pudesse vê-la nua, morria de felicidade.
ELA: Se eu o visse nu, morria de riso.

domingo, maio 13, 2012

Drive

Não o tendo visto no cinema,esta obra do realizador Nicolas Winding Refn ,por indisponibilidade de tempo (e com grande pena minha) aluguei ontem este Drive.Estive sempre atenta a ver quando é que ele ia para aluguer e assim que o apanhei sentei-me logo no sofá para apreciar este filme  galardoado com vários prémios internacionais,  que esteve bastante tempo em cartaz, mas considero que não esteve tempo suficiente para o magnífico  filme que é (se olharmos o panorama cinematográfico há filmes em cartaz que não merecem nem lá estar nem o preço do bilhete), com um ator excepcional ,posto que Ryan Gosling, é para mim um dos grandes nomes a reter nos tempos futuros e realizado com baixo orçamento.O filme é fantásticoooo, fantástico mesmo!É daqueles filmes com uma estética visual, com um personagem tão único, que  muitas obras  cinematográficas futuras, tenderão a copiar toda a estética visual deste filme tão original.Se atendermos bem, o filme não tem nada de especial, mas Nicolas Refn (vencedor há um ano do Prémio de  Melhor Realizador de 2011 em Cannes) teve o dom de saber misturar os ingredientes e escolher os atores certos para criar esta história que nos prende do iníco ao fim. O que aqui vemos com prazer é  vida de   um duplo de cinema especializado em condução, que  utiliza as suas habilidades ao volante participando em assaltos conduzindo os assaltantes em fuga.Fá-lo  com profissionalismo, brio, frieza  e muita calma. Contudo, um dia vê a sua metódica e controlada vida espartana, virada do avesso quando se apaixona pela vizinha do lado, uma magnifica Carey Mulligan (outra atriz que a meu ver é outra  estrela em plena ascensão) juntando-se a isso um marido saído da prisão,uma criança dócil,um  saco de dinheiro roubado, máfias italianas   e por fim... a sua cabeça a prémio.Os 15 minutos iniciais do filme, a cena do elevador   e aquele final algo inesperado, são para  mim antológicos.São cenas que retemos para sempre na nossa memória, qual cena do chuveiro no filme Psico de A.Hitchcock e o ataque dos Pássaros no filme homólogo.Vemos aqui um frio  A.Brooks num papel ao arrepio do que estamos habituados, e um Ron Perelman, a fazer aquilo que o carateriza... o brutamontes ignorante.Um filme a ver, rever, comprar e guardar, visto que este Drive, possui uma personagem única, personagens que retemos na nossa memória, e é sempre um prazer acompanharmos um Ryan Gosling guiando um Chevy Impala prateado, de palito na boca, blusão de cetim com um escorpião nas costas e um assustador martelo na mão direita...ah e os respetivos pregos.Vejam e deliciem-se com esta obra incomparável.

sexta-feira, maio 11, 2012

Quando for Grande....



Quando for grande não quero ser movida pela maledicência, inveja, rancor ódio!


Quando for grande não quero ser abandonada por todos aqueles amigos que considero serem minhas almas gêmeas!


Quando for grande não quero ser pobre de espírito, mas também não quero ser detentora de todo o saber!


Quando for grande não quero ser governada por déspotas, ignorantes e corruptos!


Quando for grande não quero ser aquilo que não sou hoje!

segunda-feira, maio 07, 2012

Comer

3 amigos, 44 dias, 18 voos, 30 mil quilómetros, um vulcão em erupção, 2 câmaras… uma jornada pela gastronomia de 11 países, num minuto épico!

domingo, maio 06, 2012

quinta-feira, maio 03, 2012

Amigos Improváveis (Intouchables)

Adorei este filme francês...gostei muito mesmo.Fui vê-lo há dias.A sala do cinema estava cheia, lotação esgotada.O filme está há semanas em cartaz.Pelo que me disseram na bilheteira....sempre sala cheia.Para conseguir um bilhete tive que sentar-me nos lugares à frente que eu detesto, mas valeu a pena.O filme é divertidissimo, ternurento, faz-nos pensar, mostra uma França que não é a dos cartazes turísticos, é tocante...enfim...um filme a ver com um sorriso nos lábios e uma lágrima no canto do olho.Saímos bem dispostos, apesar de estarmos perante a tragédia de de Fhilipe um tetraplégico (após um acidente de parapente), um rico aristocrata, que contrata Driss, um jovem senagales que vive  nos subúrbios, de Paris, praticamente acabado de sair da prisão, para o assistir no dia a dia, e que parece a pessoa menos adequada para a função. Juntos, vão fazer renascer Vivaldi, recuperar "Earth Wind and Fire", o verbo e o portão, os fatos clássicos e os fatos de treino. Vão desconstruir clichés, criar situações caricatas, rir da tragédia, dando assim  nascimento a uma amizade tão louca, divertida e forte quanto inesperada, uma relação única que vai produzir faíscas e torná-los verdadeiros amigos improváveis.A realização é de Eric Toledano Olivier Nakache.Os atores principais são François Cluzet,no papel de paraplégico e de Omar Sy como jovem senegales.O filme conta-nos uma história verídica e no fim é o próprio Fhilipe que aparece nas imagens finais. Temos ainda a presença da divertida e ternurenta governanta interpretado pela grande Anne Le Ny e a presença da lindíssima Audry Fleurot como a tentadora secretária de Fhilippe. Recomendo-vos este filme, darão por bem empregue o vosso bilhete de cinema.O filme foi um êxito tremendo em França, tem sido um êxito por toda a Europa e tem conquistado muitos admiradores por este mundo fora. O   cinema francês está vivo e recomenda-se.Magnifico!

terça-feira, maio 01, 2012

1 de Maio

Achei esse Doodle lindíssimo.Por isso o coloca aqui para assinalar este dia 1 de Maio, dia de todos os Trabalhadores.

sábado, abril 28, 2012

Bernardino Luini-Herodes

Este quadro denominado de "O Algoz Mostra a Cabeça de S.João Baptista a Herodes", foi realizado por Bernardino Luini, pintor italiano nascido em Luini tendo falecido em Milão por volta de 1532.O quadro é têmpera sobre madeira, tem as dimensões de 51x58 cm, pode ser visto em Florença e nele podemos ver a cabeça do malogrado João Baptista ao ser colocada numa taça para que a pérfida Salomé a entregue a Herodes.O mais estranho nesta obra é que Luini em vez de nos apresentar uma cena de horror, tratou o assunto com toda a calma, decoro e até algum humor apesar de toda a cena ser muito macabra.O único gesto que podemos ver que mostra que estamos perante uma cena muito triste é através do olhar de Salomé que muito pudicamente desvia o seu olhar da cabeça do santo, procurando com isso evitar este espectáculo sangrento, mostrando assim alguma repugnância ou algum choque perante o facto consumado.Podemos também ver que Luini estava mais interessado em equilibrar muito harmoniosamente os elementos da pintura, do que ilustrar um acontecimento da vida real, dedicando-se à representação de Virgens e de Santos.De facto, o drama a tensão não estão incluídos no esquema da sua expressão pictórica.O estilo de Bernardino Luini foi inteiramente condicionado por Leonardo Da Vinci, que na altura tinha vindo para Milão em 1483.Embora Luini nunca tivesse conseguido igualar o a profunda análise de carácter e de sentimento do grande Leonardo da Vinci, as suas imitações das obras daquele artista tornaram-no num dos pintores milaneses mais célebres da sua época.

quinta-feira, abril 26, 2012

Due Paradise

Vê e surpreende-te com a perfeição, a estética, a harmonia e a beleza deste duo maravilhoso!
Lindo,lindo, lindo!
http://www.youtube.com/watch_popup?v=jJxxHvWwQBw&vq=large

quarta-feira, abril 25, 2012

O Meu 25 de Abril

Resolvi comemorar os 38º anos do 25 de Abril de 74...cozinhando.Já fiz croquetes.Estão no congelador.Só falta mesmo é desgrudar do prato e colocar num saquinho . Já dá para uma emergência. Resolvi também fazer lulas guisadas para o jantar e de uma acentada (aproveitando o fogão...que a eletricidade está cara para caramba..) deitei mãos à obra e fiz  dois bolos.Um de nozes   outro de amêndoa.No intervalo e enquanto os bolos assavam e largavam um cheirinho gostoso na casa toda, resolvi limpar o pó.Comecei no minha salinha de estar, fui andando e quando dei por mim tinha tudo limpinho.Só não lavei janelas porque está a chuver  a potes.Ia vendo os bolos e no fim estavam lindos.No de nozes coloquei cobertura, no outro vou rechear de doce de morango e  cobrir de chocolate.Comprei morangos  (duas caixas) na semana passada.Na beira da estrada...jovem agricultor.Parei perguntei o preço ele disse-me e veio trazer duas lindas caixas ao meu carro.Adorei a iniciativa, o empenho em vender os produtos assim..num sitiio tão movimentado.Estrada para Alenquer.Parem e comprem.Vale a pena!Fiz doce.Deu quatro frascos e uma caixinha.Já dei dois frascos.Está uma delicia de doce, bom mesmo!Para o próximo feriado de 1 de Maio, vou talvez fazer cheesecake e colocar esse doce de morango por cima...vai ficar bombom!
 A minha cadela olha para mim estranhando tanta azafama, pois há dias que estou meia paradona, não tenho tido vontade de fazer nada...só trabalho casa, casa trabalho.Nem sei o que me deu hoje para esses cozinhados todos e essas limpezas...mas é melhor eu aproveitar, porque amanhã deve dar-me outra vez a moleza.
Acabei agora de limpar tudo.Os bolos estão a arrefecer, vim agora escrever isso tudo...não sei bem porquê.Agora vou trabalhar um pouco,ver trabalhos dos meus alunos, estou atrasada, eles acumulam-se na minha secretária.Onde está a vontade? Ela que volte rapidinho...
Devia ter ido comemorar o 25 de Abril na rua...mas com essa chuva deu-me uma preguiça...fiquei foi mesmo na cozinha ouvindo os discursos e relembrando a data...vendo filmezinhos, ouvindo dizer que antes do 25 de Abril as enfermeiras estavam proibidas de casar!Que as mulheres pertenciam aos seus maridos!Que não podiam votar, nem sair para o estrangeiro sem o consentimento do pai ou do marido caso fossem casadas!!No comment!Enfim...
 Para o ano se Deus quiser desço a Avenida da Liberdade, agora fico mesmo é com um cházinho e duas belas fatias de bolo.

domingo, abril 22, 2012

Com Pedaços...

Com um pedaço de pão sacio a minha fome;
Com um pedaço de água sacio a minha sede;
Com um pedaço de leitura sacio o meu intelecto;
Com um pedaço de música sacio o meu desalento;
Com um pedaço de escrita sacio a minha curiosidade;
Com um pedaço de luz sacio a minha tristeza;
Com um pedaço de escuridão sacio o meu cansaço;
Com um pedaço de Amor sacio todo o meu Ser!

quarta-feira, abril 18, 2012

Antero de Quental

Não posso deixar de colocar aqui este bonito doodle da Google sobre o grande escritor que foi Antero de Quental, nascido em Ponta Delgada, que faria hoje 170 anos se fosse vivo..Parabéns à Google!

sexta-feira, abril 13, 2012

James McNeill Whistler-Retrato da Mãe do Artista

Não resisto a escrever sobre esta muto feia, mas ao mesmo tempo faascinante obra do pintor norte americano James Abbott McNeill Whistler, nascido  14 de Julho de 1834 em Lowell e falecido em 17 de Julho de 1903 no Estado de Massachusetts. O nome completo da tela é Composição em Cinzento e preto nº1-Retrato da Mãe do Artista.A tela é grande e tem como únca personagem a mãe do artista.As suas dimensões são de  144,3x162,5cm e a tela representa o retrato de Anna Mathilda Whistler representada de perfil, num aspecto muito  austero, dominado por tons neutros. A austeridade da senhora é tanta que acaba por ser quase intimidatória.Vê-se que esta idosa está completamente a posar para o artista, seu filho, e como tal podemos deduzir que todos os elementos desta muito equilibrada composição acabam por  ter sido  colocados de uma forma deliberada, sem que nada esteja ao acaso.Há ainda a salientar o contraste produzido pelas suaves formas da mulher, cuja silhueta se  inscrever sobre o fundo sóbrio do aposento, com contundentes linhas verticais e horizontais, através do qual o artista define a sua obra. A simplicidade da decoração limita-se a alguns quadros na parede, e a umas cortinas floridas. No cuidado ordenação do espaço, que leva à equilibração a composição, podemos captar a admiração que o artista sentia pela pintura do género do século de ouro da pintura holandesa. De facto o rosto de Anna M.Whistler de perfil é apenas iluminado pela luz que entra no aposento, luz essa que vai acentuar as suas feições.Uma muito bem colocada touca branca, com rendas brancas, prolonga-se por baixo dos seus ombros.Ela está vestida de negro e é essa touca que vai dar um pouco de cor à vestimenta austera.As mãos, feitas de modo a sobressair os punhos brancos de renda seguram um lenço e, apoiam-se sossegadamente sobre o regaço em sintonia com a placidez de toda a cena.Por sua vez os pés calçados de negro assentam sobre uma escalfeta. James Abbott Whistler, após uma longa estadia em Paris, no final da década de cinquenta do século XIX, trabalhou em Londres, criando um estilo muito pessoal, sempre de uma grande austeridade nos seus traços pictóricos, estilo esse distante das preferências dominantes na época.Lembro-me que quando vi esta tela em Paris, aglomeravam-se inúmeras pessoas para a apreciar e os comentários iam do jocoso à mais pura admiração. A obra exerce um estranho fascínio, posto que apesar de toda a sua simplicidade encontramos nela sempre motivos de admiração. Lembro-me de me quedar quieta a olhá-la e a pensar o diálogo travado entre mãe e filho durante a realização da mesma. O rosto desta mulher é de molde a pensarmos que talvez não se senti-se muito confortável, mas ao mesmo tempo o desejo de agradar ao filho tenha se tenha  sobreposto a tudo.É uma obra que nos faz lembrar alguns mestres holandeses, devido à negritude dominante e aos traços do artista.Esta obra foi realizada por volta de 1871 e pode ser apreciada no Museu D'Orsay em Paris.No filme que se segue  poderão observar mais algumas obras deste pintor.

Educação

Verdadeiro, ou não, a lógica é, no mínimo, sensata... Uma terra onde não haja professores...

quarta-feira, abril 11, 2012

Le Vent: Ballet em Slow Motion

Algumas imagens são tão belas e puras que nem parecem verdadeiras! Marina Kanno e Giacomo Bevilaqua, do Staatsballett de Berlin, executam saltos filmados em câmara lenta a 1000 imagens por segundo. Filme de Simon Iannelli e Johannes Berger com música de Radiohead - Everything In Its Right Place (Gigamesh DiscoTech Remix).

segunda-feira, abril 09, 2012

Regresso a Casa

Após uns dias sem a  minha cadelinha, eis que ela regressou a casa. Ceguinha e muito surda, logo que entrou, correu a casa toda, coçando-se pelos móveis, cheirando tudo, pulando para o meu colo, descendo dos mesmo, muitos "beijinhos" e muita alegria...demonstrando o quanto estava satisfeita por me ver.Enquanto conversava com a alma caridosa que ficou com ela, a bichinha ia fazendo o reconhecimento do seu espaço.Não mostrava tristeza por ter sido "abandonada" por alguns dias, mas sim a imensa satisfação por sentir-me de novo perto dela. Os animais e em especial os cães têm essa particularidade.São os únicos seres que ao chegarmos a casa correm para a porta para nos receber, são seres que não cobram nada, dão o que têm e desde que os tratemos com amor, carinho e os satisfizermos a nível alimentar, retribuem alegremente, saltando para o nosso colo, para o sofá onde estamos e à noite muito sorrateiramente esgueiram-se para o nosso quarto deitando-se no tapete junto aos nossos chinelos ou saltando para a cama deixando-se estar muito quietamente. O mau trato dos animais e das crianças sempre me afligiu.As crianças porque são frágeis e dificilmente se podem defender e os animais porque comungam o planeta connosco, fazem parte da natureza sem eles deixaríamos de existir, com eles  ligamo-nos à mesma matriz física e emocional.A necessidade que  muitos seres humanos  têm de  ter um gato um cão ou qualquer outro animal é  na sua essência quase inexplicável e é isso que torna tudo muito interessante e bonito.Gosto muito da minha cadelinha, ela está muito velhinha tem 13 anos, já tem pequenos ataques cardíacos.Sei  que um dia partirá, só gostava que não sofresse muito e que quando esse dia chegar que parta olhando para mim e que saiba que nunca a esquecerei, pois durante esses 13 anos ela fez parte do meu dia a dia, fazendo-me companhia e sempre...mas sempre indo-me esperar alegremente à  porta quando eu chego a casa.Qual o ser humano capaz de tamanha proeza?