quarta-feira, abril 28, 2010

Amadeo Modigliani - Nu Deitado

Esta pintura foi a última obra de Modigliani dedicada ao tema da figura humana.Nela podemos apreciar a imagem de uma mulher deitada num divâ ou numa cama, apresentada em tonalidades escuras. A pele dela em contrapartida, apresenta em tonalidades escuras. A tipologia do nu remete para obras do passado como as de Ticiano ou Giorgione, onde abordou-se o tema de Vénus. A diferença fundamental é a de que, neste caso, o nu não corresponde à deusa do Amor, mas, antes, a uma pessoa qualquer. É importante referir que o artista consegue, através da postura forçada que a personagem adopta,sublinhar a marcada sensualidade inerente à mesma.O rosto, definido por finas linhas de contorno, está descontraído e sereno, com os olhos fechados. A zona pélvica e as ancas estão de tal modo dispostas que o espectador as aprecia num primeiro olhar como elemento essencial do quadro.

Indisciplina nas Escolas vista por F.Savater

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar
Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência
defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a
uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a
impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os
professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de
convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente
educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da
autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um
elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando
Savater.

'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas
crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa'
, sublinhou.

Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer
autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja
alegre'
e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase
exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel
disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa
autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores,
confrontando-os',
acusa..

'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de
protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia
no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar'
, sublinha.

Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma
escola'
deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a
situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e
que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'
.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a
que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das
famílias e da sociedade.

'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma,
recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da
escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um
privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a
disciplina',
frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber
que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do
que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais
velhos'.

'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento
para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à
rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em
vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que'mais
vale dar uma palmada, no momento certo'do que permitir as situações que
depois se criam.


Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de
privilégios e o alargamento dos deveres.

terça-feira, abril 27, 2010

Philip K. Dick

Philip Kindred Dick nasceu a 16 de Dezembro de 1928 em Chicago e morreu a 2 de Março de 1982 em Santa Ana, Califórnia. Philip Kindred Dick também conhecido pelas iniciais PKD, foi um escritor de livros ficção científica que alterou profundamente este género literário. Apesar de ter tido pouco reconhecimento em vida, a adaptação de várias das suas novelas ao cinema acabou por tornar a sua obra conhecida de um vasto público, sendo aclamado tanto pelo público como pela crítica.
Filho de um funcionário do governo federal, a sua irmã gémea morreu quase à nascença. Os seus pais divorciaram-se quando Philip tinha quatro anos de idade. Acompanhou a mãe na sua mudança para a Califórnia, onde estudou, matriculando-se na Escola Secundária de Berkeley, onde permaneceu até 1945. Mais tarde entrou para a Universidade da Califórnia, onde estudou Filosofia e Alemão, abandonando o curso para trabalhar como disc-jockey numa emissora de Radio, mantendo, ao mesmo tempo, uma loja discográfica.
Começou a escrever nesta época, publicando o seu primeiro conto de ficção científica na revista Planet Stories. Chegou a terminar alguns romances de índole autobiográfica, mas não conseguiu encontrar quem os editasse. Decidiu portanto dedicar-se inteiramente aos livros de ficção científica, convicto de que este género poderia melhor abarcar as suas especulações filosóficas.
A sua primeira obra publicada foi Solar Lottery em 1955. A acção da obra decorria no século XXIII, num tempo em que a democracia como forma de eleição foi substituída por uma sistema de lotaria que decide as funções dos indivíduos na sociedade. Após o aparecimento de obras como Eye In The Sky de 1956, Dr Futurity de 1960 e Vulcan's Hammer também escrito em 1960, Philip K. Dick conseguiu ser reconhecido como escritor, sobretudo com a publicação de The Man In The High Castle (O Homem do Castelo Alto) de 1962 F..K.Dick revoluciona por completo as obras de Ficção científica. Por ter mantido relações com o Partido Comunista norte-americano, o escritor foi alvo de cuidadosas investigações por parte do FBI e dos serviços secretos da Força Aérea dos EUA. A visão quase paranóica da realidade que Dick demonstrou em muitos dos seus trabalhos não seria portanto de todo infundada. Inspirando-se em ideias do Budismo, Cabalismo, Agnosticismo e outras doutrinas herméticas, e combinando-as com certos aspectos das novas crenças na parapsicologia, extraterrestres e percepção extra-sensorial, o autor criou mundos alternativos nos quais acabou eventualmente por julgar viver. Consumindo drogas em excesso, alegou ter sido contactado em 1974 por uma inteligência alienígena.
PKD explorou em muitas das suas obras temas como a realidade e a humanidade, utilizando normalmente como personagens pessoas comuns e não os normais heróis galácticos de outras obras do género. Precursor do género cyberpunk, o seu livro Do Androids Dream of Electric Sheep? inspirou o filme Blade Runner (hoje em dia um filme de culto para os amantes do cinema). Já perto da sua morte (morreu com um AVC ) conseguiu ver algumas das suas obras serem adaptadas para o cinema com assinalável êxito, como foram o caso de Blade Runner, com Harrison Ford, (poderão ver aqui o trailher deste filme lindíssimo), Relatório Minoritário com Tom Cruise, Desafio Total com Arnold Schwarzenegger, Pago para Esquecer, com Uma Turman e Ben Affleck, O Impostor com Gary Sinise entre outras obras sua. Até morrer F.K.Dick escreveu perto de 130 obras, muitas delas traduzidas para português.

Pedagogia da Cinta!

Pedagogia da cinta? Será que dará algum resultado 'zebrar' as canelas dos 'pivetes' (meninos/alunos) com um cinto? Deixar o 'celular'/telemóvel na entrada da escola? O desespero é tanto por parte dos professores,que talvez um dia aí se chegará! Até lá, é vermos o vídeo e surpreendermo-nos um pouco com este tão cómico e destemperado locutor brasileiro!

sábado, abril 24, 2010

Pingo Azedo

Para todos aqueles que conseguiram sobreviver á canção e ao spot publicitário do Pingo Doce,eis o Pingo Azedo...bem melhor e bem mais hilariante!
http://videos.sapo.pt/DFwOI9OsQjc2JOKutGN5

quinta-feira, abril 22, 2010

Disponível para Amar

Um dos filmes da minha vida é este filme de Wong Kar-Wai, "In the Moon For Love" que recebeu o título em português de "Disponível para Amar", realizado em 2000 e com os actores Tony Leung Chiu-Wai, Maggie Cheung, Rebecca Pan, Lai Chen. O filme tem os seus admiradores em Portugal e por este mundo fora, porque é uma peça de arte cinematográfica lindíssima e com uma banda sonora maravilhosa.Tem ganho multíplos prémios en festivais inclusivé o de Cannes.Tenho vários filmes asiáticos,apesar de ser leiga neste tipo de cinematografia vinda da China e Japão (este é de Hong Kong )e tendo visto o filme no cinema, logo que ele passou para DVD comprei-o porque é daqueles filmes que ou amamos ou odiamos, e sinceramente amei-o logo que o vi. Também não si muito sobre este realizador, e quanto aos actores já os vi em outros filmes, nomeadamente o actor Tony Leung. Há uns anos, emprestei o filme a uma amiga minha (que o detestou!) e só dizia... "a música é lindissima...mas o filme é tão triste...aquelas personagens são tão tristes que não fui capaz de os ver até ao fim..." De facto "Disponível para Amar" é um filme, triste, melancólico e o o realizador centra toda a acção nos olhares, no que não se diz, mas que está subentendido, nos segredos que se não podem contar, mas corroem aquelas almas apaixonadas, nas traições conjugais,na monotonia do trabalho, na falta de privacidade daqueles ambientes claustrofóbicos e naquelas personagens dolorosamente emboidas de estranhos valores ético-morais. O filme e centra a acção em Chow,(Tony Leung) o editor de um jornal local e que se muda para um novo edifício, juntamente com a sua esposa.Aí aparece Su Lin, (Maggie Cheung), que vive na casa ao lado e que se muda para o prédio no mesmo dia de Chow. É também uma coincidência, o facto de ambos estarem a mudar sem a ajuda dos respectivos esposos que, mais uma coincidência, se encontram foram em trabalho. Com os esposos sempre fora, Chow e Su Lin, passam cada vez mais tempo juntos, até que um dia ambos se dão conta que estão a ser traídos pelos respectivos cônjugues.Esta descoberta chocante aproxima-os ainda mais,apesar de ambos darem conta que não se podem ter um ao outro...porque para eles o que está em causa é o não serem capazes (não têm essa coragem) de fazer aquilo que os respectivos cônjugues estão a fazer. É esta a premissa de um dos melhores e mais originais romances da história do cinema, porque o que aqui está em causa é tão somente dois seres que se amam de uma forma...platónica! O realizador previligia os olhares e os corpos que se roçam sem quase nunca se tocam (Su Lin e Chow) em detrimento dos diálogos!Não é um filme fácil de se ver porque há muito que desabituamos o nosso olhar deste tipo de romance, e por isso mesmo é um filme a ver constantemente, porque em última análise é um filme sobre seres que amam sem nunca consumarem essa paixão... que se desejam sem nunca o concretizarem que se amarão sempre e para toda a eternidade sem que contudo esse amar algum dia possa ser tangível e palpável....porque para eles é assim que sempre deve ser!Um filme muito bonito,extremamente sensual, aliás os dois actores principais cada vez que estão juntos transmitem uma sensualidade tangível apenas e só na troca de olhares, muito tocante, com um ambiente muito asiático e apelativo, com belíssimos actores e com uma banda sonora linda, como já o disse anteriormente.Um filme a ver com muita atenção e dedicação.




quarta-feira, abril 21, 2010

Mary Cassatt - Rapariga Cosendo

Mary Cassatt grande pintora Impessionista nasceu em Pittsburg, 22 de Maio de 1844 e morreu a 14 de Junho de 1926 no seu palacete situado em Mesnil -Beaufresne. Filha de Robert Simpson Cassat um rico e influente homem de negócios americano radicado em Pittsburgh, e Katherine Kelso Jhonson, ambos de ascendência francesa, e uma de entre sete irmãos (dois morreram precocemente), Mary Cassatt passou a infância entre os Estados Unidos, França e Alemanha. Fascinada desde nova, pelas obras de arte europeias, matricula-se, ainda adolescente, na Academia de Artes da Pensilvânia, em Filadélfia. Aos vinte e três anos, decide-se por seguir a carreira de pintora profissional e, indo contra a opinião muito conservadora da sua família partiu com uma amiga para a Europa estudar em ateliers particulares de pintores como Charles Chaplin, Thomas Couture e Jean-Leon Gerome, entre outros. Da Itália, envia uma obra para o Salão de Paris pela primeira vez, no ano de 1868,obra essa que é aceite. O seu estilo tradicional em pinturas de médio porte retratando personagens da literatura europeia, permite-lhe ser aceita com certa frequência, no meio artístico francês, até 1874.Viaja constantemente entre a Holanda, Bélgica e Espanha, pintando constantemente. Em 1874, resolve mudar-se definitivamente para Paris e enfrentar a capital mundial das artes e o concorrido mundo dos pintores profissionais. É recusada no salão de Paris em 1875 e nos anos conseguintes, até que é apresentada, em 1878, a Degas, cujas obras a fascinava já há alguns anos. Ele convida-a para participar na exposição dos Impressionistas,realizada em 1879. Mary Cassatt lisongeada com esse convite, resolve então alterar drasticamente o seu estilo, aderindo à nova estética dos "pintores radicais" franceses e expõe com esse grupo até a oitava exposição, em 1886, fixando-se como membro do grupo original, ao lado de Monet, Morisot, Renoir, Pissaro e o próprio Degas,( que mais tarde realiza um retrato da própria Mary Cassatt) entre outros nomes conhecidos. É nessa época que ela começa a estudar gravura em metal, ao lado de seu mentor Degas, e compromete-se de maneira mais dedicada à arte do desenho, o que irá ajudá-la a dissociar-se dos Impressionistas e criar um estilo muito próprio. É também por esta altura da sua vida artística, que Cassatt começa a trabalhar com o tema que irá garantir-lhe um maior reconhecimento e um lugar próprio entre os Impressionistas: a representação da mulher através da maternidade. Mary Cassatt, passa então a retratar a mulher através do seu papel social de mãe, e quando não é esse o tema opta por retratar jovens raparigas, lendo, bordando, lanchando, conversando, cosendo, meditando, ou crianças brincando na praia ou em encantadores jardins, quase sempre sobre o olhar atento de uma presença feminina. A figura masculina está ausente da obra de Mary Cassatt, ela dá o predomínio total à Mulher nas suas mais variadas formas de apresentação social da época. Assim, damo-nos conta de que o ambiente feminino burguês está fortemente marcado na sua obra, e a sua descrição da figura humana em óleo, pastel e carvão passam a ser de uma técnica precisa e realista, representando as tonalidades da carne e das expressões faciais com uma impecabilidade excepcional.Ao longo de seu envolvimento com os Impressionistas, procurou expressar as suas fortes opiniões sobre arte e os preconceitos contra a tradição dos salões oficiais. Sendo uma de entre os poucos membros ricos do grupo, e com uma rede social invejável, ajudou a promover os trabalhos de muitos dos seus colegas e até mesmo a comprá-los. A partir de então, recusou-se a receber prémios e menções e a participar de mostras de artistas do sexo feminino, não acreditando em tal separação ou exclusividade, dizendo que “em arte não deve haver tal distinção, entre homens e mulheres”. Após a desintegração desse grupo de Impressionistas, Mary Cassatt continua fortemente activa no mundo das artes, actuando como colaboradora na criação de colecções particulares de obras impressionistas, como a do seu casal de amigos, os Havemeyer, e activamente empenhada na introdução do Impressionismo nos Estados Unidos da América, além de continuar seu trabalho como pintora e gravadora até 1914. Neste período, sua maior conquista será na criação de gravuras coloridas, com forte influência da estética japonesa, com as suas técnicas próprias, algo complicadas e bem-elaboradas e que , terão grande destaque no campo das artes gráficas. Já para o fim da vida, Mary Cassatt passa a sofrer de frequentes ataques de diabetes e a partir de 1915 fica praticamente cega, deixa de trabalhar até à sua morte em 1926, solteira e sem filhos, no seu Château em Beaufresne. Foi o penúltimo membro do grupo original dos Impressionistas a falecer, poucos meses antes de Monet. Para além do filme que aqui aparece, e que mostra algumas das obras desta excepcional pintora, o quadro aqui presente e que foi realizado por Mary Cassatt entre 1880/1882, representa com muita naturalidade uma bonita jovem de aspecto burguês a coser. A rapariga está sentada numa cadela naquilo que nos parece um bonito jardim.Por detrás dela pode ver-se um caminho que marca uma diagonal que divide a composição em duas partes distintas. Num dos lados do caminho vemos uma paisagem indefinida, traçada com uma pincelada agitada e decidida, enquanto do outro, já perto da rapariga, um conjunto de flores vermelhas dão vitalidade à cena devido à sua cor. Os amplos e enérgicos traços voltam a encontrar-se no vestdo branco da jovem, mais concretamente na saia que se ajusta ao corpo. Na composição destaca-se a luminosidade e o alegre colorido.Atraída pela obra de Degas, Mary Cassatt conseguiu como ele, criar ricos matizes sobre a tela. O seu gosto pelo pormenor também se encontra na cena mais concretamente no traço delicado das mãos da protagonista. O rosto da jovem, inclinado para baixo, mostra bonitas e delicadas feições.Um penteado que ajusta o cabelo do seu rosto permite apreciar a sua forma oval, assim como os seus olhos por uma rasgada linha negra que representa as pestanas e uns bonitos lábios carnudos. Através de algumas manchas vermelhas, aplicadas com leves toques de pincel, estão representadas as esplêndidas flores, cujo colorido contrasta com os tons verdes do jardim.Um quadro magnífico, como toda a obra desta magnífica pintora. Este quadro intitulado Rapariga Cosendo, é óleo sobre tela, tem 92x63cm e pode ser apreciado (como muitas outras obras de Mary Cassatt) no Museu D'Orsay em Paris.

terça-feira, abril 20, 2010

Cultura Portuguesa

Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.

Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.

É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.

Falastes, dissestes...
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES..

Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.

Há-des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.


A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.

Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.

Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze
.

O Swing nos dias de Hoje


Tudo depende da Posição!

Fazê-lo parado fortalece a coluna,
de barriga para baixo estimula a circulação do sangue,
de barriga para cima é mais agradável,
fazê-lo sozinho é enriquecedor, mas egoísta,
em grupo pode ser divertido,
no w.c. é muito digestivo,
no automóvel pode ser perigoso...
Fazê-lo com frequência
desenvolve a imaginação,
a dois, enriquece o conhecimento,
de joelhos, torna-se doloroso...
Enfim, sobre a mesa ou sobre ao secretária,
antes de comer ou à sobremesa,
sobre a cama ou numa rede,
despidos ou vestidos,
na relva ou sobre o tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no roupeiro:
Fazê-lo é sempre um acto de amor e de enriquecimento
Não importa a idade, nem a raça, nem o credo, nem o sexo, nem a posição económica...
Ler é um prazer!!!!

Honestidade

Um bom video que deveria ser passado nas escolas e óptimo para ser mostrado a todos os Pais e Encarregados de Educação!

Classe é Classe-O Correcto e o Justo!


Coincidentemente, dois juízes encontram-se no corredor do acesso
a um motel e, constrangidos, reparam que cada um estava com a mulher do outro.

Após alguns instantes de silêncios e de muito constrangimento,mas, mantendo-se
a compostura própria de magistrados, em tom solene e respeitoso um diz ao outro:

- Nobre colega, e não obstante este fortuito imprevisível, sugiro que desconsideremos o ocorrido, crendo eu que o CORRECTO seria que a minha mulher venha comigo, no meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência no seu.

Ao que o outro respondeu:

- Concordo plenamente, nobre colega, que isso seria o CORRECTO,
sim... no entanto, não seria JUSTO, levando-se em consideração que...
vocês já estão saindo... e nós ainda estamos entrando...!

quinta-feira, abril 15, 2010

José Almada Negreiros

José Almada Negreiros , nasceu em São Tomé a 7 de Abril de 1893 e morreu em 1970 a 15 de Junho, no Hospital de São Luís dos Franceses no mesmo quarto, (diz-se) em que falecera Fernando Pessoa. Almada é um artista de importância capital na cultura portuguesa dos últimos dois séculos, com um espólio dividido por várias frentes: Desenho, Pintura, Poesia, Romance, Decoração Mural, Ilustração. "Em todos estes vários domínios, Almada ombreia com os maiores, manejando o seu imenso talento natural e a paixão de experimentar e inovar", escreveu Raquel Henriques da Silva, professora de História de Arte. Almada Negreiros era filho de um tenente de cavalaria, estudou no Colégio de Campolide para, em, 1911 ingressar na Escola Internacional de Lisboa, onde passa a gozar de grande liberdade artística.Publica o primeiro desenho em "A Satíra", um ano depois escreve e ilustra o jornal "A Paródia" e expõe no I Salão dos Humoristas Portugueses. Aos 20 anos realiza a sua primeira grande exposição e conhece o poeta Fernando Pessoa, do qual se torna grande amigo e fonte de inspiração para alguns dos seus quadros. Em 1915, conclui a novela "A Engomadeira", colabora no número inaugural da revista "Orpheu", realiza o bailado "O Sonho da Rosa" e publica "O Manifesta Anti-Dantas e por Extenso".Após uma colaboração com António Ferro, vai viver para Espanha entre 1927/1932 e em 1934 casa com a pintora Sarah Afonso.De 1943 a 1948, a sua arte passa sobretudo pela realização dos frescos das Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, que lhe garantem o Prémio Domingos Sequeira em 1946. As suas últimas obras conhecidas datam de 1969.O filme que realizei procura ilustrar um pouco do que foi a obra deste grande artista português.

Martin Luther King


Há um ano, a eleição do Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos da América funcionou como parte do sonho há muito anunciado, em 1963, em Washington, por este orador e activista norte-amereicano dos Direitos Humnaos, Nobel da Paz (1644) pela sua luta contra a segregação Racial e a Discriminação. Assassinado a 4 de Abril de 1968 (há 42 anos), Marin Luther King deixou um forte legado reconhecido oficialmente pelas Presidential Medal of Freedom (1977) e Congressional Gold Medal (2004) e pelo feriado nacional celebrado na terceira segunda feira de Janeiro.

Museu do Oriente

O Museu do Oriente está nomeado para o prémio Museu Europeu do Ano de 2010, o mais importante galardão atribuído à museologia europeia e que este ano será entregue em Maio na cidade finlandesa de Tampere. Para Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, proprietária do Museu do Oriente, a nomeação para o prémio "é um motivo de orgulho e satisfação, pois, apesar das circunstâncias adversas dos últimos dois anos, o Museu do Oriente tem sido um sucesso a todos os níveis, comprovado por esta nomeação". O prémio Museu Europeu, atribuído desde 1977, visa premiar os espaços museológicos do velho continente que, além da sua qualidade, observem a diversidade e riqueza cultural da Europa e captem a atenção do público. O Museu do Oriente abriu as portas em Maio de 2008 em Lisboa num antigo armazém de bacalhau na Doca de Alcântara e tem, além de mostras temporárias, duas exposições permanentes subordinadas à temática asiática como Macau, Timor-Leste, a presença portuguesa na Ásia ou a rota da madrepérola e outra relativa à arte religiosa na Ásia.
Vem também a propósito lembrar que este Museu promoverá a 19 de Abril às 19.00h um workshop que tem como objectivo desvendar segredos e truques de preparação da mais popular iguaria japonesa: o sushi. Este cincurso inesere-na Festa do Japão, que se celebra neste Museu até 9 de Maio, no âmbito das comemorações dos 150 anos do tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão.

terça-feira, abril 13, 2010

Perfume de Mulher

"Dubbed Vulva", nome da fragrância, é o último grito no que toca a produtos destinados a homens. Da estação de televisão americana Fox até ao jornal britânico "Daily Star", foram vários os órgãos de comunicação que falaram no assunto, no entanto, o que mais me despertou curiosidade foi saber como é produzida esta fragrância e havia um que explicava.
Guido Lenssen, patrão da empresa de cosmética alemã que inventou o perfume, revelou à revista "Austrian Times" como chegou ao aroma que agora vende sob o nome de Dubbed Vulva : "Sempre que estou com uma mulher interessa-me o cheiro natural dela e não o perfume que aplicou. Por isso, decidi criar um cheiro natural íntimo feminino, recolhendo e misturando o cheiro de suor vaginal, urina feminina e o cheiro da excitação de diferentes mulheres. O resultado foi genial e está à vista".
Embora considere esta invenção mais uma bizarria do mundo dos cosméticos , fica-me duas interrogações: Será que esta fragrância, por si só, pode mesmo satisfazer os homens? E nós mulheres não temos todas um cheiro diferente?E com tanto perfume com aromas maravilhosas a que propósito inventar um que cheira a Mulher?Se nós Mulheres colocamos perfume é porque queremos cheirar a tudo, menos a nós próprias!
Enfim, é caso para dizer que há cheiros para todos os gostos, e aguardemos numa perfumaria perto de nós!

domingo, abril 11, 2010

A Arte:Subjectividade ou Embuste?

Coloca-se um grupo de crianças a pintar um quadro. Para isso entrega-se para as suas mãozitas, pincéis, tintas e uma tela. Elas pintam aquilo que lhes apetece. Depois, alguém pega nesta tela, entra com ela às escondidas na internacional e conhecida feira de arte a ArCo, "monta" às escondidas a dita tela, coloca-a em lugar de destaque e é ver a reacção das pessoas.É surpreendente o que o público diz acerca dessa tela pintada por crianças, e o valor que a mesma atinge, sem que ninguém saiba que ela afinal é uma mera brincadeira de garotos!
Espantoso este mundo tão estranho e tão 'suis generis' que é o mundo da 'Arte'!

Confronto de Titãs


"Clash of the Titans" é um dos blockbusters mais aguardados deste ano. Remake do filme homónimo dos anos 80,('Choque de Titãs', com Lourenço Lamas e Ursula Andrews nos principais papéis e onde a técnica do stop motion que permitia animar as bestas que habitam o mito grego era uma novidade para a época), revisita o mito de Perseus, o filho mortal do deus dos deuses, Zeus.A história centra-se em Perseus. Criado como um homem, Perseus fracassou em defender a sua família de Hades, o deus do submundo e da morte. Não tendo nada a perder, voluntaria-se para impedir o domínio das forças das trevas, na Terra. Esta é uma perigosa jornada contra demónios e bestas, um grande épico baseado na mitologia grega.Perseus passa então a liderar uma perigosa missão para derrotar Hades, antes que este possa tomar o poder de Zeus e desencadear o inferno na terra. Liderando um grupo de guerreiros, Perseus parte numa perigosa viagem por mundos proibidos. Lutando contra demónios e feras temíveis, ele só vai sobreviver se aceitar o seu poder como um deus e criar o seu próprio destino. A realização de Clash of the Titans, com o título em português de 'Confronto de Titãs', está a cargo de Louis Leterrier, responsável por filmes como Transporter 2 (2005) e The Incredible Hulk (2008). Já a banda sonora fica a cargo do alemão Ramin Djawadi (Iron Man), enquanto que os efeitos especiais têm como responsável Neil Corbould, que já venceu um Óscar pelo seu trabalho em Superman Returns (2006).
No elenco temos nomes de Sam Worthington (Avatar), Liam Neeson (Persiguição Implacável), Ralph Fiennes (Harry Potter), Jason Flemyng (Solomon Kane), Gemma Arterton (Quantum of Solace) e Mads Mikkelsen (Valhalla Rising).
http://www.youtube.com/watch?v=CKL70s0UsrU

sexta-feira, abril 09, 2010

Caravaggio- David vencendo Golias

Michelangelo Merisi da Caravaggio nasceu em Milão a 29 de Setembro de 1571 e morreu em Porto Ercole, comuna de Monte Argentario a 18 de Julho de 1610.Vivia em constantes viagens entre Roma, Sicília, Malta, Veneza... É normalmente identificado como um artista Barroco, estilo do qual ele é o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família, que ele adoptou como nome artístico. Mesmo ainda vivo, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido em Milão, onde o seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do Marquês de Caravaggio, Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600 e, desde então, nunca lhe faltaram comissões ou patronos. Porém ele lidou com o seu sucesso de uma forma atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "Após uma quinzena de trabalho, ele irá vagar por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo o seguindo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em alguma luta ou discussão, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601."Considerado um borguista inconsequente, vivia envolvido em constantes problemas com a polícia, estava constantemente falido e procurava brigas nos bairros mal afamados das cidades por onde viajava. Em 1606, mata um jovem durante uma dessas suas constantes brigas e foge de Roma, com a cabeça a prémio. Em Malta (1608) envolve-se em outra briga, e mais outra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido às suas acções, por inimigos nunca identificados. No ano seguinte, após uma carreira de pouco mais do que uma década, Caravaggio estava morto, aos 38 anos vítima de Malária. Nas suas obras Caravaggio tinha por hábito usar a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma e essa técnica usou-a no seu quadro para 'Maria e os Apóstolos'. A sua constante fonte de inspiração eram comerciantes, prostitutas, marinheiros, ou seja todo o tipo de pessoas que não eram de estirpe nobre e que tivessem grande expressão, como é visível nas suas obras. O artista levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta aparecida morta do rio Tibre para pintar 'A Morte da Virgem'. Esta foi uma das duas mais importantes características das suas pinturas: retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma. A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. Este uso de sombra e luz é marcante em seus quadros e atrai o espectador para dentro da cena, como fica bem demonstrado em 'A Ceia em casa de Emmaus'. Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou receberam um nome específico: tenebrismo.
Neste quadro que aqui aparece denominado de "David vencendo Golias", Caravaggio representa com grande crueza e realismo o momento em que David corta a cabeça do gigante Golias e a ata, tal como aparece escrito na Bíblia no primeiro livro de Samuel.A história conta como David foi ao encontro de Golias, disposto a confrontar-se com ele. Meteu a mão no seu bornal, tirou de lá uma pedra e arremessou-a contra a cabeça do gigante Golias. Este ferido fatalmente na testa, cai no chão. David corre rapidamente até o filisteu, põe-se em cima dele, arrebata-lhe a espada e decapita-o. Os filisteus ao verem tal acto de bravura fogem, deixando para trás o seu herói morto por David. Na composição as figuras de David e de Golias aparecem intensamente iluminadas, emergindo de um fundo negro, tão característico da pintura deste artista.Esta obra constitui mais um exemplo do estilo realista e tenebrista iniciado por Caravaggio no barroco. O pintor italiano utiliza uma gama cromática muito reduzida e que realça o realismo da cena. Deste modo, emprega os negros, os brancos , os ocres e os cinzas. A cabeça de Golias é representada com um naturalimo absolutamente dramático, com a profunda ferida na testa, os olhos vidrados e a boca entreaberta por onde exalou o seu último suspiro!
Esta obra denominada de "David vencendo Golias", foi realizada ente 1601/02, é Óleo sobre tela, tem 1.10x91 cm e pode ser vista no Museu do Prado em Madrid.

Coca-Cola

A Coca Cola raramente defrauda as expectativas dos apreciadores de originais spots publicitários.Uma vez mais, eis um belíssimo filme publicitário que prima pela originalidade, engenho e arte!

Professores...Os Culpados de Tudo!

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino (sem querer apontar dedos) é dos professores.
Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam.
O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos.
Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.
É evidente que a culpa é deles.
E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.
Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.
O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não.
A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento.
O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.
Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.
Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.
Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano.
Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças.
Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores.
Um cigano em cada escola, é a minha proposta.
Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança.
Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.
Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão

quinta-feira, abril 08, 2010

Tintoretto - 'Caim e Abel' e 'Paraíso'


Jacopo Comin, mais conhecido por Tintoretto nasceu em Veneza em 1518 e morreu na mesma cidade em Maio de 1594. Foi um dos pintores mais radicais do Maneirismo. Devido à sua energia fenomenal em pintar, foi chamado Il Furioso, e a sua dramática utilização da perspectiva e dos efeitos da luz fez dele um dos precursores do Barroco. O seu pai, Battista Comin, era tintore (tingia seda), o que lhe valeu o apelido. Também era conhecido como Jacopo Robusti.
Na infância, Jacopo, um pintor nato, começou a decorar as paredes da tinturaria do seu pai. Vendo seu talento, o pai levou-o à oficina de Ticiano, na época com mais de cinquenta anos, para o filho aprender o ofício. Dizem que o mestre ficou pouco tempo com ele, por ter percebido o talento e a independência do garoto, o que faria dele um pintor, mas não um bom aprendiz. Tintoretto estudou então por conta própria, observando as obras dos grandes mestres. Foi sempre um grande admirador da obra de Ticiano, e mais tarde adotou como lema no seu estúdio a frase 'O desenho de Michelangelo e a cor de Ticiano'.Os seus dois primeiros trabalhos foram murais descritos como 'A Festa de Balthasar' e 'Carga de Cavalaria'. O seu primeiro trabalho a ter repercussão foi um retrato dele e seu irmão com um efeito noturno, e tal como aconteceu com os seus primeiros trabalhos também este se perdeu com o tempo. Uma das pinturas iniciais ainda existentes está na igreja de Carmine, em Veneza, a 'Apresentação de Jesus no Templo'. Em São Benedito estão 'A Anunciação' e 'Cristo e a Mulher de Samaria'. Para a Escola da Trindade (na verdade um hospital e asilo em Veneza) ele pintou quatro passagens do Gênesis, duas delas, 'Adão e Eva' e 'Caim e Abel', actualmente na Academia Veneziana, mostram um trabalho nobre e de alta maestria, que não deixam dúvidas que Tintoretto nessa época já era um pintor consumado, um dos poucos que conseguiram reconhecimento sem uma aprendizagem formal . Durante o ano de 1546, Tintoretto pintou para a igreja da 'Madona do Horto' três de seus melhores trabalhos, 'A Confecção do Calf Dourado', 'Apresentação da Virgem no Templo' e 'Último Julgamento'. Esta igreja em estilo gótico em Fondamenta dei Mori, próxima a Murano, Veneza, existe ainda. Em 1548 recebeu a encomenda de quatro quadros para a Escola de São Marcos onde pintou 'Encontrando o Corpo de São Marcos em Alexandria' (actualmente em Murano), 'O Corpo do Santo trazido a Veneza e Votos do Santo' (ambos em Veneza, na biblioteca do palácio real) e finalmente 'O Milagre do Escravo', celebrada obra que é uma das glórias da Academia Veneziana, representa a lenda de um escravo cristão torturado em punição por devoção ao santo e salvo por um milagre. Estes quatro trabalhos foram recebidos com grande entusiasmo pelos seus pares e não só.Com esses trabalhos terminaram para Tintoretto os seus tempos de de obscuridade . Era conhecido e abastado, o suficiente para casar com Faustina de Vescovi, filha de um nobre veneziano. Ela foi uma boa esposa, que conseguia aturar o seu gênio intratável e deu-lhe dois filhos e cinco filhas. A próxima encomenda foi pintar as paredes e tectos da Escola de São Marcos, obra de enorme esforço e auto-aprendizado para Tintoretto, que pode ainda ser vista como uma homenagem brilhante a seu próprio gênio. O edifício foi iniciado em 1525 e era deficiente em iluminação. A pintura começou em 1560, após vários pintores, incluindo Veronese terem sido consultados. Tintoretto assegurou a obra doando um quadro, 'São Rocco recebido no Céu'. Completou então a primeira sala. Em 1565 reiniciou os trabalhos com 'Crucificação', 'A Praga das Serpentes', 'Festividades da Páscoa' e 'Moisés quebrando as Tábuas da Lei'.
Contudo, a obra que coroaria o seu trabalho denominou-a de 'Paraíso' considerada a maior pintura jamais feita sobre uma tela, pelo seu enorme tamanho. É estupenda pela escala, pela pureza da inspiração da alma, com apaixonada imaginação visual e uma mão mágica para as formas e cores que desafiou os especialistas por três séculos. Tintoretto trabalhou na obra em estúdio, levando-a para o local definitivo e dando os retoques finais com a ajuda de seu filho Domenico. Toda Veneza o aplaudiu, foi considerada uma obra prima até hoje inigualável em tamanho,pormenor, cor e grandiosidade! Depois de completar o 'Paraiso', Jacopo Robusti começou uma vida mais descansada, não realizando mais nenhum trabalho relevante, e passou a sua velhice descansando.Sabe-se que teve pouco pupílos. Morreu em 31 de Maio de 1594 de uma doença que começou como uma dor de estômago, seguida de febre. Foi enterrado na igreja da madona do Horto, ao lado de sua filha Marietta, ela mesma retratista e música, que trabalhou como assistente do pai vestida como um menino. Em 1866 a tumba dos Vescovi e Robusti foi exumada e encontrados restos de nove membros da família. Além dos filhos, teve poucos pupilos. Existem influências de Tintoretto na obra do contemporâneo Veronese e na do espanhol El Greco, que conheceu sua obra numa viagem a Veneza.Para além da obra 'Paraíso', ilustro também aqui a obra 'Caim e Abel' ,na qual Tintoretto abordou o tema dos filhos de Adão e Eva. Este episódio é narrado no Génesis. Ambos os jovens fazem oferendas a Deus, enquanto Caim lhe dá produtos da terra, Abel oferece-lhe um dos animais do seu rebanho. Deus aceita com benevolência a oferta de Abel, tendo rejeitado a de Caim, enfurecendo-o enormemente. Caim, furioso, com a atitude de Deus, revolta-se levando o seu irmão Abel para o campo, matando-o. Desconhece-se com que arma cometeu o crime, pensa-se que o matou com uma pedra.O momento que Tintoretto ilustra é precisamente o momento do fraticídio. Parece que utiliza uma enxada, podadeira ou uma marreta para levar a cabo o seu crime tão assombroso. A cena, de uma grande agressividade, apresenta a figura de Abel iluminada, enquanto Caim aparece representado envolto numa certa penumbra.A figura de caim, inclinada sobre o seu irmão Abel, apresenta uma musculatura rígida e um rosto repleto de ira. À direita da composição encontra-se um cordeiro que dirige o seu olhar terno e inocente para a cena em que o seu fiel amo e pastor está prestes a perder a vida.Um quadro magnífico e terrífico ao mesmo tempo e que ao olharmos para ele não deixamos de sentir um certo mal estar e tristeza pelo que ali está a decorrer!.Esta obra de tintoretto denominada de "Caim e Abel", é Óleo sobre tela, foi realizada em 1550/1553, e pode ser vista na Galeria da Academia em Veneza.


O Homem como Criador nos Contextos da Vida

(...)A pedra está aí. O distraído tropeça nela, o violento usa-a como projéctil, o empreendedor constrói algo com ela, o caminhante usa-a para se sentar quando está cansado. Para as crianças ela pode ser um brinquedo. Drumond de Andrade fez dela um poema. David usou-a para matar Golias e Miguel Ângelo tirou dela a mais bela das esculturas. Em todos esses casos, a diferença não estava na pedra, mas sim na pessoa".
Miguel A.S.Guerra, em 'Cenouras, ovos e café'.

Diário de Uma Mulher em Dieta


Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg.

O médico aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito. Sinto-me de volta a adolescência, mas estou muito empolgada com tudo. Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta:

Um queijo branco. Um copo de diet shake. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve. Uma leve dor de cabeça talvez.

Segundo dia de dieta:

Uma saladinha básica. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. A cabeça doi um pouquinho mais forte, mas nada que uma aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta:

Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse ladrão. Mas, depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago. Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.

Anotação: Nunca mais tomo chá de camomila.

Quarto dia de dieta:

Estou começando a odiar salada. Me sinto uma vaca mascando capim. Estou meio irritada. Mas acho que é o tempo. Minha cabeça parece um tambor. Janaína comeu uma torta alemã hoje no almoço. Mas eu resisti.

Anotação: Odeio Janaína

Quinto dia de dieta:

Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito! No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com o boy hoje! E com a Janaína. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Comprei uma revista com a Gisele na capa. Minha meta. Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta:

Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui sonhei com um pudim de leite. Acho que mataria hoje por um brigadeiro..


Sétimo dia de dieta:

Fui ao médico. Emagreci 250 gramas. Tá de sacanagem! A semana toda comendo mato. Só faltando mugir e perdi 250 gramas! Ele explicou que isso é normal. Mulher demora mais emagrecer, ainda mais na minha idade. O FDP me chamou de gorda e velha!

Anotação: Procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta:

Fui acordada hoje por um frango assado. Juro! Ele estava na beirada da cama, dançando can-can.

Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje, Janaína diz que é porque estou parecendo o Jack do "Iluminado".

Nono dia de dieta:

Não fui trabalhar hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando dança-do-ventre dessa vez. Passei o dia no sofá vendo tv. Acho que existe um complô. Todos os canais passavam receita culinária. Ensinaram a fazer torta de morangos, salpicão e sanduíche de rocambole.

Anotação: Comprar outro controle remoto, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta:

Eu odeio Gisele B.

Décimo primeiro dia de dieta:

Chutei o cachorro da vizinha. Gritei com o porteiro. O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo segundo dia de dieta:

Anotação: Nunca mais jogo pôquer com o frango assado. Ele rouba.

Décimo terceiro dia de dieta:

A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama! Comecei a gargalhar. Assustado, o médico sugeriu um psicólogo. Acho que chegou a falar em psiquiatra. Será que é porque eu o ameacei com um bisturi?

Anotação: Não volto mais ao médico, o frango me disse que ele é um charlatão.

Décimo quarto dia de dieta:

O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo quinto dia de dieta:

Matei a Gisele B! Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.

Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão. Mas foi em legítima defesa. O Pão me ameaçou com um pedaço de salame.

Décimo sexto dia:

Não estou mais de dieta. Aborrecida com o frango, comi ele junto com pão. E arrematei com a torta. Ela realmente era um doce.

Frase do dia:
"Estou fazendo a dieta da sopa... Deu sopa eu como!"

quarta-feira, abril 07, 2010

Albrecht Durer-Adão e Eva

Albrecht Dürer nasceu em Nuremberga a 21 de Maio de 1471 e morreu também em Nuremberga a 6 de Abril de 1528. Foi um gravador, pintor e ilustrador alemão.
Dürer era filho de um ourives de origem húngara, tendo morado duas vezes em Itália quando adulto. Em 1512 é nomeado pintor de corte de Maximiliano I da Germânia. Em 1520, depois da morte do imperador, parte para os Países Baixos, tendo visitado muitas das cidades do norte e conhecido pintores e homens de Letras, entre os quais Erasmo de Roterdão. Nos últimos anos da sua vida, em Nuremberga, trabalhou em tratados teóricos, pois os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam muitos campos: a matemática, a geografia, a arquitectura, a geometria e a fortificação.Muito conhecida é a sua xilogravura denominada de "O Rinoceronte de Dürer" realizada em 1515. A imagem foi baseada numa descrição por escrito e um rascunho executado por um autor desconhecido de um rinoceronte indiano que foi levado até Lisboa no início daquele ano, juntamente com um elefante. Dürer nunca chegou a ver o rinoceronte real, que foi o primeiro exemplar vivo a ser visto na Europa desde a época do Império Romano. Ainda nesse ano o rei de Portugal Manuel I enviou o animal de presente para o Papa Leão X. Infelizmente o papa nunca chegou a ver o seu presente, pois o navio que levava o animal naufragou na costa italiana em 1516 e o rinoceronte morreu no naufrágio. A espécie só foi novamente avistada quando um segundo rinoceronte chegou da Índia à corte de Filipe II de Espanha, Filipe I de Portugal, por volta de 1579.
Apesar das incoerências anatómicas, o desenho de Dürer, primeiramente descrito no poemetto de Giovanni Giavomo Penni, tornou-se muito famoso na Europa e foi copiado várias vezes nos três séculos que se seguiram. Foi redesenhado por diversos autores contemporâneos e posteriores a Albrecht Dürer tal como David Kandel. Foi tomado como uma verdadeira representação de rinoceronte até ao século XVIII, sendo depois substituído por representações mais realísticas, tal como os desenhos de Clara a rinoceronte, que viajou pela Europa nas decadas de 1740 e 1750. Tem sido dito em relação a este desenho de Dürer que "provavelmente nenhuma imagem de um animal exerceu uma tão profunda influência nas artes".
As figuras pictóricas que aqui vemos de "Adão" e de "Eva" ,foram realizadas em 1507. A figura de Adão é, juntamente com Eva, os primeiros nus em tamanho natural, que foram realizados no seio da pintura alemã. O corpo do personagem responde claramente a um estudo profundo da anatomia humana. Tudo em si demonstra que Durer tentou que os corpos humanos transmitissem o máximo de naturalismo. A figura apresenta uma ligeira, contudo perceptível inclinação, tal como o seu rosto. Este, com o cabelo a esvoaçar ao vento, revela uma expressão de certa surpresa. É o rosto de um homem jovem com uma densa e ondulada cabeleira ruiva, de feições belas e proporcionadas.Vemos que Adão segura na sua mão esquerda um ramo com uma maça, cujas folhas cobrem o seu sexo. Essa mão encontra-se representada na perfeição e torna-se imperativo sublinhar o gesto gracioso de Adão ao segurar o ramo da macieira. É importante referir que, enquanto o chão onde o personagem se encontra faz uma clara alusão a um terreno irregular, repleto de pedras, o fundo por outro lado, é completamente liso, homogéno e negro, fazendo sobressair muito mais a figura.

A figura de Eva representa uma postura um pouco diferente da de Adão, pois tem uma perna mais à frente do que a outra e é mais frontal do que a do personagem masculino. Eva aparece junto à macieira, onde num dos ramos se encontra enrolada a serpente que tenta Eva com a maça. Graças às folhas de um ramo que está disposto na zona esquerda da composição, Eva tem também o sexo tapado. O seu corpo nu está bem proporcionado, perfeitamente delimitado e pintado numa tonalidade de pele mais clara do que a de Adão, seguindo o artista deste modo a tradição de representar os homens em tons mais escuros.O seu rosto é delicado demonstrando igualmente um aspecto incoente.A sua longa cabeleira tal como a de Adão esvoaça ao vento. A serpente enrolada na árvore segura na sua boca a maça que Eva tem na sua mão esquerda.Há uma inscrição num cartaz que pende do ramo da esquerda e onde podemos lder o seguinte:"Albrecht Durer, alemão, pintou-a depois do parto da Virgem, no ano do Senhor, 1507.Ambas as telas são Óleo sobre madeira foram realizadas em 1507 e têm 2.09x80cm, podendo ser vistas no Museu do Prado em Madrid.

Dollan´s Cadillac

Sou fã dos livros de Stephen King, e procuro possuir todos os livros deste escritor norte americano, com uma escrita muito 'suis generis' e onde o terror está sempre presente nas suas mais variadíssimas formas. Há uns anos comprei um livro de contos deste escritor ("Sonhos e Pesadelos" I e II) da editora Temas e Debates logo no início do Volume I o conto era, "O Cadillac de Dollan".Lembro-me que S.King coloca o narrador a descrever a sua espera de sete anos para se vingar da sua mulher e o conto prende-nos logo desde o início quando o mesmo começa por descrever a sua espera de sete anos para uma vingança mais do que merecida:"Esperei e observei durante sete anos.Ao Dollan.Observei-o a entrar em restaurantes elegantes, vestido de smoking, sempre com uma mulher diferente pelo braço, sempre com o seu guarda costas a protegê-lo.Vi o seu cabelo a passar de um tom cinzento-aço para um distinto prateado, enquanto o meu cabelo ia recuando até me deixar careca.Vi-o partir de Las vegas nas suas peregrinações regulares à costa oeste.Observei o seu regresso.Em duas ou três ocasiões. Observei-o de uma estrada secundária e vi o sedan DeVille, no mesmo tom dos seus cabelos passar pela estrada 71 a caminho de Los Angeles.Noutras ocasiões vi-o sair da sua casa de Hollywood Hills no mesmo Cadillac cinzento, para regressar a Las Vegas, mas foram poucas que isso aconteceu. Sou profesor.(...) Ele não sabia que estava a observá-lo porque nunca me aproximei o suficiente para que o percebesse. Tive muito cuidado. Matou a minha mulher, ou ordenou que a matassem.Em qualquer dos casos, o resultado foi o mesmo.Querem os pormenores?"(...) S.King é um mestre nisso, pois consegue prender-nos a um leque de personagens tão ricas na sua malvadez (Dollan e seus acólitos ) ou tão apaixonadas (Robinson e Elizabeth). Todo o livro acaba por se centrar no plano de vingança de Robinson e de repente damo-nos conta de que aquilo que o personagem principal pretende fazer como vingança pela morte da sua amada, é tão extraordinário, tão insano, tão absurdo, tão terrífico que só mesmo a mente de S.King poderia engendrar algo assim! Não é um conto que nos marca para toda a vida, mas é daqueles que ficam para sempre na nossa memória. Claro que ao lermos o conto apercebemo-nos que o mesmo daria um extraordinário filme desde que o realizador soubesse tirar partido daquelas personagens (principalmente dos personagens masculinos) e conseguisse arranjar alguém capaz de no grande ecrãn mostrar até que ponto o amor por uma mulher consegue levar um homem a mais perfeita e louca vingança.O filme surge agora e é dirigido pelo realizador Jeff Bestley. Penso que este realizador conseguiu apanhar muito bem o ponto de vista de S.King, conseguindo criar um thriller electrizante que nos mostra que a vingança para surtir efeito tem que ser servida fria e com doses generosas de paciência e fé.Os personagens foram bem escolhidas, começando por Christian Slater, no papel de Jimmy Dollan, Wes Bentley no de Robinson e a lindíssima Emmanuelle Vaugier no de Elizabeth.O enredo conta a história de Robinson e Elizabeth, casal feliz, partilhando um amor profundo e decidido a arrumar a vida. No entanto esse idílio perfeito desmorona quando Elizabeth testemunha acidentalmente um assassinato cruelmente perpectado no deserto pelo cruel e sanguinário Dollan. Chocada com o acto, Elizabeth foge mas deixa cair acidentalemte no local o seu telemóvel. O assassino só terá descanso quando a silenciar, uma vez que o que ela viu foi um impiedoso chefe da mafia que considera que aquela mulher é apenas um pequeno percalço no seu caminho que tem que ser elininada. Mesmo estando o casal inserido num programa de protecção de testemunhas, Dollan não desiste de a elininar. Ela acaba por morrer "acidentalmente" numa explosão no seu carro, e é aqui que Robinson que tudo tinha feito para a proteger sem o ter conseguido e sabendo que o crime tinha sido perpectado por Dollan, começa a engendrar o seu terrífico plano de vingança.Para isso vigia obssessivamente todos os passos de Dollan, tentando encontrar qualquer vulnerabilidade, e encontra-a no ponto forte de Dollan:o seu precioso Cadillac!Para chegar a Dollan ele terá que chegar a esse potente carro negro, essa preciosidade que Dollan tanto adora... e tudo será então decidido no deserto. Aquilo que para Dollan é o seu bem mais precioso, vai-se então tornar no seu maior pesadelo!....Um livro magnífico, repito, para quem gosta do género S.King e um filme magistral que consegue prender os espectador do princípio ao fim tal como nos sentimos presos ao livro e aos seus trágicos personagens.

terça-feira, abril 06, 2010

Lucien Freud



Aos 88 anos o neto do grande S.Freud, de seu nome Lucien Freud possui certas singularidades que lhe vão garantindo um estatuto único e também poucos consensos no mundo artístico.Possui o recorde de vendas de obras de um artista vivo, e continua a produzir numa notável longevidade.Pinta muito bem (para quem gosta do seu tipo de pintura), previlegiando o trabalho de ateliê e continuando a usar modelos. Relembro que tanto a Rainha de Inglaterra como a modelo Kate Moss, já serviram de modelos a este pintor.Usa também como modelo, inúmeras vezes, membros da sua família, amigos e desconhecidos.Está patente até ao dia 19 de Julho no Centre Pompidou em Paris uma mostra das obras deste artista que reúne 50 grandes telas assim como quadros emblemáticos.Pode ser visto também fotografias e videos que mostram os métodos do artista da carne dita expressionista. (Poderão ler e ver mais alguns quadros deste excepcional pintor aqui no meu Blogue clicando em Maio de 2009).