segunda-feira, agosto 26, 2013

Maja Desnuda

Há dias estava a fazer zapping e fui dar com um filme que eu não tinha visto e que há muito queria ver. O filme é o "Os Fantasmas de Goya", em que no papel de Goya temos o actor  Stellan Skarsgard,(um actor muito seguro!) andando por lá também a actriz Natalie Portman, como musa inspiradora do pintor   quase  irreconhecível aquando da sua saída da prisão do Santo Ofício depois de meses de tortura, Xavier Barden como irmão Lorenzo e também retratado pelo pintor, Randy Quaid como rei Carlos IV, entre
tantos outros.
O filme é muito bom. A acção  desenrola-se nos primeiros anos do século XIX no meio do radicalismo da Inquisição, tendo também como pano de fundo a iminente invasão da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte, este representado pelo actor Craig Stevenson. O filme mostra o processo criativo deste grande pintor que foi Francisco Goya, as suas constantes "dores de cabeça", a sua surdez, ingenuidade/irritabilidade e a relação algo atribulada que o mesmo mantinha com o poder. No fundo o filme mostra-nos um Goya testemunha atormentada de uma época muito conturbada.
Nessa perspetiva não resisto aqui a colocar uma obra sua a famosa "Maja Desnuda" uma obra adiantada para a sua época e concebida para ambientes privados. Se deixarmos de lado algumas questões que possamos colocar ao estarmos perante esta obra e  uma delas é para mim o porquê de tamanho despojamento de cenário, posto que apenas temos perante nós uma jovem mulher nua deitada em cima de almofadões e que olha para nós com um olhar bovino, o que é certo é que este nu aqui representado está muito afastado de um nu refinado brincalhão e rebuscado erotismo típico do erotismo francês. Estamos aqui perante uma "peça de carne"(desculpem-me a expressão), de alguém que levantando os braços e juntando-os ao cimo da cabeça se deita e se deixa retratar.
 O que aqui vemos, não se trata de uma qualquer vénus, uma deusa ideal, mas sim de uma mulher(especulou-se que a mesma seria a Duquesa de Alba, mas não se tem certezas sobre isso).
 Aquando da apresentação da obra a mesma também foi denominada de "A Cigana". Também há quem especule que a mesma faria parelha com a "Maja Vestida", mas não se tem certezas disso.
Apesar disso não deixa de ser fascinante olhar para esta "Maja Desnuda", que reclinada nas suas almofadas olha para nós com atrevimento despudor.
Dentro da sua simplicidade é um bom Goya sem dúvida nenhuma.
A obra é um óleo sobre tela e pode ser vista no Museu do Prado em Madrid.

terça-feira, agosto 20, 2013

Elysium

Com realização de Neill Blomkamp o mesmo realizador  realizador do fabuloso Discrict 9, eis que estreou desde a semana passada Elysium, com Matt Damon, Jodie Foster,Alice Braga, Sharlto Copley William Fichtner entre outros. Fui vê-lo hoje e não desgostei. Ia já a espera de um objecto cinematográfico algo suis generis, marca deste  realizador  sul africano. Quando estava  a vê-lo houve algumas cenas que me transportaram para Discrit 9, se bem que ambos os filmes nada têm de semelhante, apesar dos mesmos se movimentarem na esfera da ficção científica e da segregação de pessoas.
Neil Blomkamp é um realizador que não tem medo de mostrar violência, seja ela física, ou de outro género e isso é bem visível aqui, não só pelas imagens da transformação corporal de Matt Damon, como também pela violência demencial do personagem de Sharlo Copley, actor fetiche do realizador, posto que o mesmo já aparecia em Discrit 9 se bem num papel bem mais simpático.
Elysium mostra-nos o planeta terra num futuro distante 2156, quando os muito ricos passam a viver em Elysium uma espécie de estação espacial, e onde tudo pode ser conseguido até a cura para as mais variadas doenças, enquanto os que nada têm vivem num planeta terra completamente depauperada e onde todos os recursos foram quase totalmente dizimados. As memórias da vida terrestre como hoje a conhecemos apenas está impressa em livros, porque já nada resta, são só uma miragem.
É nesta esfera suja e pobre que se move Max, Matt  Damon, procurando curar-se de um cancro, arranjado no trabalho e que para se salvar tem que arranjar meios de ir para  a esplendorosa  Elysium.
Jodie Foster ano papel da Secretária de Estado Delacourt  quando quer consegue ser uma magnífica cabra e quando aparece tem sempre o dom de roubar as cenas com quem contracena e aqui não foge à regra.
O filme apesar da violência explicita consegue ser muito bom. Este realizador filma magistralmente a pobreza, a sujidade e a decadência dos materiais e das pessoas. Não se compadece com ninharias, não perde tempo com subterfúgios para encher cenas e vai directo às questões. O filme tem um ritmo frenético, tem uma boa banda sonora, os actores cumprem o seu papel com profissionalismo.
Apesar de numa primeira análise o filme parecer-nos uma metáfora do fosso que actualmente existe em inúmeros países entre ricos e pobres, entre os que podem com dinheiro comprar a saúde e o bem estar em contraposto aqueles que morrem sem qualquer assistência médico-sanitária, em entrevista recente o realizador esclareceu que limitou-se a criar uma história, não pretendendo criticar nem julgar, ficando isso ao critério de quem vê. Eu vi e julgo que o que ali está é uma boa critica social, muito bem feita, feita de uma forma  segura e inteligente.
Vemos  também  aqui  em Elysium, a actriz brasileira Alice Braga, (Cidade de Deus e Repo Man)  a afirmar-se como um valor muito seguro e pelo filme  andam também alguns  actores que eu aprecio particularmente, como são os casos do  bonito  e simpático actor mexicano Diego Luna ( E a tua Mãe Também), e de Walter Luna o actor brasileiro, sobejamente conhecido da sua prestação em Tropa de Elite.
Para quem gosta de boa  ficção científica eis um filme a ver com atenção.


Macro Timelapse

A vida no mundo vegetal em soberbas imagens 'macro', captadas pelo fotógrafo Daniel Csobot, que documentou o crescimento de diversas plantas entre Janeiro e Junho deste ano. Lindo!

A Arte de Hirotoshi Itoh


segunda-feira, agosto 19, 2013

A Gaiola Dourada

Foi com agradável surpresa que dei por mim a rir, a emocionar-me e a gostar imenso desta primeira longa metragem do realizador Ruben Alves ,luso descendente em França e que também foi o argumentista desta magnífica e muito portuguesinha.... Gaiola Dourada.
Muito celebrado em França pela comunidade aí emigrada, o filme conta com as prestações muito bem conseguidas dos actores  Rita Blanco, Joaquim de Almeida (muito longe dos seus papéis de mau da fita, o que é sempre de festejar),Barbara Cabrita, Maria Vieira, Chantal Lauby, Roland Giraud, entre outros.
O filme abre portas para bons trabalhos futuros deste realizador, pois o filme tem uma realização muito bem conseguida, segura, sem cair em lamechices e na brejeirice sem gosto. Há cenas antológicas e muito portuguesas e isso é visível na arrumação e decoração da casa dos protagonistas principais, Joaquim de Almeida e Rita Blanco ( num fabuloso papel de porteira ) e na estadia no hotel de 5 estrelas...cenas impagáveis!
Há um pequeno leque de jovens actores que vai muito bem, e as cenas finais filmadas no Douro são de uma beleza ímpar.
Recomendo vivamente este "A Gaiola Dourada", quanto mais não seja para vermos bom cinema francês, suportado por bons dois actores e um bom realizador.
http://youtu.be/uwXp0ZhXAoY

terça-feira, agosto 13, 2013

Bryan Organ-Carlos, Príncipe de Galles

Agora que o Príncipe Carlos foi avô há pouco tempo, não resisto a colocar aqui uma obra do artista inglês Bryan Organ  onde podemos ver o mesmo Príncipe de   Gales sentado, numa pose muito descontraída, tendo apenas como cenário uma sebe verde  e onde por detrás da mesma vemos a bandeira  da Union Jack. 
A obra aqui presente teve como tonalidades dominantes o verde e o azul. A nota mais colorida é precisamente o vermelho da bandeira. A cara do príncipe as suas botas de cano alto e a gola da camisa também chamam a atenção pois destoam da cores dominantes.
Organ é um reformador da abordagem tradicional dos retratos da monarquia,
pois como grande retratista que é, as suas obras são sempre extremamente informais, leves e onde o retratado/a aparece sempre muito descontraído e favorecido. São exemplos disso o retrato que fez de Lady Diana e do Príncipe Philipp marido da rainha Isabel II.
 Este pintor sempre optou por não representar os seus modelos com pomba e circunstância inerentes as figuras em causa, mas como simples cidadãos que descontraidamente possam para um pintor. Aqui em particular nesta obra em que retrata o Príncipe Carlos, vêmo-lo como um homem que olha para nós de forma descontraída, esboçando um ligeiro sorriso. Parece-nos que acabou de participar num dos seus desportos favoritos, o jogo de pólo e que cansado deixa-se sentar numa cadeira e possa para o pintor. As mãos descansam no regaço, o corpo está relaxado e ele não se parece importar de estar ali algumas horas, como que posando para um retrato fotográfico.
As figuras retratadas por Bryan Organ  podem ser apreciadas no London's National Portrait Gallery. Organ foi também o primeiro cidadão estrangeiro incumbido de pintar o retrato de um presidente francês, neste caso o de François Miterrand.
Esta obra denominada simplesmente de Carlos, Príncipe de Gales, é acrílico sobre tela está na galeria acima indicada e foi realizada em 1980.
 

sexta-feira, agosto 09, 2013

The Bling Ring

Adorei este último filme da realizadora Sofia Copolla.Depois de não ter apreciado o seu último filme Somewhere, este Bling Ring é muito bom, muito bom mesmo! Partindo de factos verídicos, passados nos E.U.A. mais concretamente em Los Angeles, Sofia Copolla dá-nos uma visão muito realista da vida durante alguns  dos mês, de  um grupo de adolescentes  que para matarem o tédio e terem umas boas massas sem fazerem absolutamente nada se entretiveram a assaltar casas de vedetas do mundo do cinema ,  como foi o caso da mansão de Lindsay Lohan, Brian  Austin Green,Audrina Patridge, Megan Fox,Orlando Bloom e Miranda Kerr, Rachel Bilson,  não deixando de fora a mega mansão de Paris Hilton.
Esses roubos avaliados em milhões de dólares, diziam respeito a jóias, roupas, dinheiro, sapatos, quadros, acessórios e quando possível... carros!
 O filme é uma orgia de luxo, um luxo não acessível a todas as bolsas o que fazia com que alguns desses jovens roubassem para durante algumas horas se colarem à pele de pessoas algo inalcançáveis e por isso absolutamente desejáveis. S.Copolla mostra-nos uma sociedade em que jovens frente à internet e a  determinados motores de busca, seguem os passos dos seus ídolos, sabendo ao minuto onde os mesmos estão, as festas por si frequentadas, ganhando espaço e tempo para o assalto a essas casas que para os mesmos não passavam de megas lojas onde tudo estava à sua disposição bastando para isso trepar a um muro e empurrar uma porta.
 A cena das chaves debaixo do tapete é de antologia!E eu a pensar que isso era só nos filmes...parece que não...parece que há mesmo quem deixe as mesmas debaixo da porta e essa pessoa só poderia ser a ultra famosa Paris Hilton!Hilariante!
Um filme muito bom, com uma banda sonora excelente e  com bons jovens actores actores. Gostei muito da prestação de Ema Watson, que há muito que deixou para trás a sua imagem de jovem feiticeira  na série de filmes Harry Potter e tem vindo a ganhar um espaço próprio. O seu papel é fantástico, pois a mesma consegue conferir à sua personagem uma distanciação moral de tal ordem que saímos do cinema com a sensação que alguns desses jovens nunca tomaram nem nunca tomarão consciência da gravidade dos seus actos, o que não deixa de ser terrífico. Um filme imperdível!



terça-feira, agosto 06, 2013

Visão Nocturna

"Nightvision" é uma celebração do brilhantismo e diversidade da arquitetura que se encontra um pouco por toda a Europa. 36 cidades, 21 países, algumas das mais belas e emblemáticas obras europeias.Lindo!