quinta-feira, março 22, 2012

Francisco de Zurbarán-São Lucas

O que aqui vemos é uma obra pequena mas com grande interesse, em parte  por ser uma das obras onde Francisco de Zurzáran  reflecte grande dramatismo na cena por si criada como também pelo facto do artista se ter pintado a si próprio para representar o Santo São Lucas, considerado o padroeiro dos pintores a partido do momento em que se soube da lenda que lhe atribui um retrato da Virgem.Assim, o Santo e o pintor identificam-se perante a presença de Cristo crucificado.Este, com o seu rosto inclinado, revela debilidade e agonia, causadas pela situação em que se encontra.Zurzarán, através da técnica tenebrista tão utilizada por Caravaggio, consegue criar destacados contrastes de luz e sombras, conferindo à cena um grande sentimento em redor da figura de Cristo.Os pés deste último estão cruzados, aludindo às normas iconográficas de momento.Contudo, do outro lado da composição, São Lucas, com a sua paleta de pintura na mão, dirige o seu olhar a Jesus, como se este tivesse que ser o seu próximo modelo para um quadro, em vez de lhe prestar qualquer homenagem.Sendo o rosto de São Lucas um auto-retrato do próprio Zurzáran, realizado com grande realismo, evidencia-se nele o interesse dos pintores da primeira metade do século XVII em representar a realidade.
Na segunda obra do mesmo Francisco Zurzáran, denominada de Agnus Dei, o pintor representa a imagem do Agnus Dei ou Cordeiro de Deus, de maneira absolutamente naturalista. A figura deste animal fica recortada sobre um fundo escuro.O pintor representa este mesmo motivo na sua obra A Adoração dos Pastores.O cordeiro é um símbolo do cristianismo que foi representado com grande frequência.Alude ao sacrifício do Salvador e à sua obra redentora.Recordemos a frase pronunciada pro João Baptista:"Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo". O pintor espanhol representa um cordeiro isento de idealização.A beleza que representa o cordeiro pode sugerir que estamos perante Cristo. Noutras ocasiões e ao longo da tradição artísticas, o cordeiro de Deus foi representado de diferentes maneiras: em pé ou segurando uma cruz com a pata.Ambas as obras são óleo sobre tela e podem ser apreciadas no Museu do Prado em Madrid.

As Irmãs Brown

O fotógrafo Norte Americano Nixon iniciou em 1975 o seu conhecido projeto em andamento :
 "As Irmãs Brown" -  uma compilação de fotos bastante singular. A série é composta por um único retrato a preto e branco de quatro irmãs sempre na mesma ordem da esquerda para a direita. Aclamada pela crítica, as fotos foram já  expostas em diversos museus de arte.
A intenção deste fotógrafo foi mostrar como o tempo age sobre o nosso corpo. De início as irmãs tinham idades variando de 15 a 25 anos e a mais velha delas, Bebe, é a esposa do fotógrafo.
A série começa no ano de 1975 e mostra que ... o tempo passa... passa... e passa...
e dele não podemos escapar!

1975

1977

1979 


1981
1983 
1985

1987
1989


1991

1993


1995

1997


1999


2001

2003


2005

2007


2008


2010

terça-feira, março 20, 2012

Natureza

Que Lindas Imagens.Deslumbrante!

quinta-feira, março 15, 2012

Margin Call

Há dias fui ver o filme do realizador  J.C. Chandor/O Dia Antes do Fim.O filme é Soberbo. Tem como principais atores o grande Jeremy Irons, Kevin Spacey, Paul Betamy, Stanley Tucci, Zacchary Quinto (que é um dos Produtores) e Demi Moore. O filme desenrola-se no curto espaço de 48 horas, tempo suficiente para que vejamos o colapso de uma firma de investimentos (há quem diga que o que ali está é o retrato dos últimos dias da Lemon Brothers). O filme não tem contemplações algumas.Começa quando a firma faz uma razia entre os seus funcionários, despedindo dezenas deles e acaba quando o jovem analista Peter Sullivan/um fantástico Zacchary Quinto  revela informação que poderá vir a originar o fim da companhia, desencadeando com essa descoberta uma sucessão de acontecimentos que leva a que decisões ao mesmo tempo financeiras e morais poderão colocar a vida de todos os envolvidos à beira do desastre.O filme é extremamente simbólico, tem a particularidade de poucos actores e dois/três cenários conseguirem com que tenhamos durante todo o filme uma estranha sensação e claustrofobia física e moral. Nada do que ali se passa é inocente, estamos perante pessoas, sem qualquer escrúpulo e nisso o papel de Jeremy Irons é exemplar. Ele representa tudo o que há de pior no mundo dos mercados financeiros, ele é um homem sem qualquer moralidade, escrúpulos, frio e calculista. K.Spacey consegue aquilo a que eu já não via há muito tempo. Um papel de homem decente, o único que procura ter alguma decência/moralidade no pântano que todos estão mergulhados, mas que no final rende-se porque simplesmente...precisa de dinheiro. Demi Moore é a típica vitima, a mulher que arcará com as culpas, o elo mais fraco de uma cadeia de homens arrivistas, chauvinistas, crápulas, sem vergonha e decência. Uns procuram apenas e só manter o seu emprego, outros manter a cabeça fora das águas turvas descobertas e rapidamente encobertas na venda de produtos altamente tóxicos que contaminaram todo o mercado mundial.A agonia de  morte da cadela de K.Spacey, vai pontuando todo o filme e no final é apenas e só o som da pá cavando a sepultura do animal aquilo que ouvimos.Este Margin Call tem uma espartana banda sonora e no fim ela desaparece por completo, e o que ouvimos é o som cavo daquela pá batendo no chão e o choro convulsivo de quem  chora por aquele animal amado e...por todos nós. Um filme Fantástico e que faz com que todos devemos.... "Ter muito Cuidado"!

quarta-feira, março 14, 2012

EL Greco-São Jerónimo Penitente

A obra que aqui surge denominada de São Jerónimo Penitente, realizada por volta de 1610/14, é considerada como sendo uma das melhores do mestre El Greco. Nela está representada a figura de São Jerónimo, nu, de corpo inteiro, numa gruta do deserto para onde se havia retirado. Com a mão esquerda segura o livro, um dos seus atributos iconográficos, que faz alusão à tradução da Bíblia, e na mão direita tem a pedra com o qual fere o peito em sinal de penitência e para também vencer as tentações da carne..O mais interessante é que o mestre, não cede à tentação de representar aqui nesta tela os atributos associados à iconografia de São Jerónimo, como por exemplo o leão, símbolo da força bruta vencida pela piedade, ou a caveira, símbolo da vaidade e da meditação sobre a morte. O santo, de idade já avançada, apresenta sim uma fraqueza extrema, embora apareça dotado de uma vitalidade e energia surpreendente.O seu rosto revela uma grande espiritualidade, extensível a todo o conjunto pictórico.São Jerónimo dirige o seu olhar para o céu, do qual surge uma luz brilhante de carácter divino.Essa luz potente ilumina o rosto do santo, assim como partes do seu corpo, fazendo contrate com a escuridão da gruta. A zona esquerda da composição encontra-se inacabada.El Greco desenhou o contorno da perna esquerda do santo num preto intenso e a rocha aparenta apenas ser um esboço.a própria mão esquerda e respectivo braços ainda não estão definidos e toda a zona esquerda está emersa numa total negritude.Esta obra tem as dimensões de 168x110.5cm é um óleo sobre tela e pode ser apreciada no National Gallery of Art de Washington.

sábado, março 10, 2012

A Fascinante Berezka

De forma mágica, quase divina, as bailarinas do ‘Berezka Ensemble’ flutuam sobre o palco nesta magnifica interpretação de uma dança folclórica russa. A técnica usada, o ‘passo flutuante’, é um segredo do grupo que as bailarinas guardam até da própria família. Magnífico!

quinta-feira, março 08, 2012

Dia Internacional da Mulher

Neste Dia Internacional da Mulher, a minha homenagem  vai para esta cantora excepcional que é Lana Del Rey. "Video Games" um dos seus últimos video clips ultrapassou já os três milhões de visualizações no YouTube e o seu primeiro concerto em Inglaterra, agendado para novembro, esgotou em meio minuto.Lana Del Rey (batizada com o nome de Lizzy Grant) é norte-americana, nascida na região de Nova Iorque tem há 24 anos e canta divinamente!!.Poderão aqui ver outra das suas grandes interpretações.Para mim,em termos musicais ela é já uma das figuras do ano.

quarta-feira, março 07, 2012

Paul Cézanne-O Pai do Artista

Esta tela representa o pai de Paul Cézanne, chamado Louis Auguste. De origem italiana, era um burguês muito empreendedor, que tinha começado por trabalhar na secção de exportação de uma fábrica de chapéus, e que acabou por fundar um banco em Aix-en-Provence, o único da cidade. A relação de Cézanne com o pai sempre foi tensa, já que este último desejava para o seu filho uma formação dentro da área do Direito e Cézanne sempre lhe resistiu.No ano em que Cézanne pintou esta tela, já estava a residir em Paris e dedicava-se à pintura tendo vencido a hostilidade paterna no ano de 1861, quando se mudou para a capital para estudar desenho.Ai inscreveu-se na Academie Suisse, onde conheceu os membros do grupo impressionista, como Pissarro,(foram amigos e companheiros de teturtúlias).Durante a década de 1860, a pintura de Cézanne devia-se aos grandes mestres expostos no Louvre, que estudava diariamente, sobretudo Delacroix, de quem aprendeu a técnica rápida e expressiva.Assim o poderemos ver nesta obra, onde o gosto do artista se destaca através de um empastamento denso e da utilização da espátula.Nesta tela vemos então o pai do artista sentado num enorme sofá lendo o jornal O jornal é o L'Evénement.A leitura desse jornal não é inocente, pois Émile Zola amigo de Cézanne (conhecia-o  desde pequeno pois ambos eram de Aix-en Provence) escrevia para o mesmo fazendo crítica de arte.É assim evidente que o pai de Cézanne costumava lero outro tipo de publicações, mas neste caso é uma homenagem que o artista faz a Zola. Por sua vez o quadro na parede é uma natureza morta de Cézanne, pintada pouco antes desse retrato.Esta obra denominada de O Pai do Artista foi realizada em 1866., é um óleo sobre tela e pode ser apreciada no National Gallery of Art de Washington.

sábado, março 03, 2012

Auto Estima

Na nossa vida é normal possuirmos sentimentos mais ou menos passageiros(às vezes não tão passageiros) como é o caso da vulnerabilidade, a insegurança, a solidão, a falta de auto estima e a tristeza profunda que acabam por condicionar irremediavelmente todo o tipo de encontros que podemos desenvolver com os outros.Se estamos nessa triste fase todo o tipo de encontros que temos marcam-nos pela negativa e levam-nos ao afastamento dos que nos rodeiam, posto que vivemos numa sociedade em que as relações são perfeitamente descartáveis e quando não estamos bem, o outro tende a afastar-se caso não possua um forte elo de amizade  de compaixão ou de amor por nós.Esse afastamento ainda agrava mais a nossa solidão e muitas vezes não conseguimos reagir e tendemos a ter pena de nós próprios, a culpabilizar-nos por tudo o que possa suceder.Fraquezas várias acabam por insinuar-se dentro de nós, são parasitas vários que se agarram à nossa pele, tendemos a ficar fracos, sem defesas e qualquer coisa que nos digam, por mais ínfima que seja toma proporções enormes, tudo é uma ofensa, as palavras tomam duplos sentidos, são murros atirados à nossa cara, nada é valorizado, pequenos gestos são desprezados, e mãos amigas que nos tendem a puxar para cima, são afastadas por as considerarmos puros atos de piedade.Acontece  que aos poucos e talvez fruto de um recolhimento solitário, da persistência de amigos, de variada ajuda médica, e do próprio organismo que luta por reagir, acabamos por nos reerguer e começamos a estar abertos à dádiva da vida, amizade e do amor.Pequenos gestos que recomeçamos a realizar são pequenos sinais que a nossa saúde mental e o nosso equilíbrio fisco tende a reestabelecer-se e percebemos que começamos a caminhar na direção, da luz, a sair do túnel em que estivemos mergulhados e assim começamos outra vez a conseguir lidar com as dificuldades que a vida nos coloca à frente.Identificamo-nos  connosco e com os outros e uma paleta de interesses começa a vir ao nosso encontro e então damo-nos conta que estamos outra vez de volta à vida e que a nossa auto estima começa reerguer-se e a adquirir interesse por aquilo que nos rodeia  e principlamente a aceitar as vicissitudes que constantemente são colocadas à nossa frente.

Ginastas Incríveis

Ginastas chineses dão um formidável espectáculo de força, equilíbrio e agilidade.

Dante Gabriel Rossetti-A Infância da Virgem Maria






































Esta tela denominada de "A Infância da Virgem Maria", é a primeira tela realizada por Rossetti, (que já abordei aqui num post anterior a propósito da sua tela (A Noiva), sendo também a primeira que Rosseti imprimiu as iniciais PRB (Pré-Raphaelite Brotherhood).
O artista apresenta uma sala, na qual está a Virgem com a sua mãe, Santa Ana, sob a presença de um anjo, figura para qual Rossetiteve como modelo uma criança que o seu amigo James Collinson encontrou. A obra está repleta de símbolos que aludem ao Cristianismo, como a folha de palmeira que está no chão, em primeiro plano, ou a açucena, que faz alusão à pureza da Virgem.Outro dos símbolos é a bomba, que aparece enquadrado num círculo dourado, e que por isso faz referência ao Espírito Santo.É interessante observar a luz e a cor que caracterizam esta grande obra:as cores muito vivas são atenuadas pelo excesso de luz branca que entra pela janela.Por sua vez a Virgem a qual Rossetti teve como modelo a sua irmã Christina, aparece sentada à direita da composição, representada com longos cabelos ruivos, enquanto parece estar a bordar algo com a aluda da sua mãe, Santa Ana.Esta última teve como modelo a própria mãe do artista, Frances.
O homem que se vê de fora e que parece estar a podar uma árvore, representa São Joaquim, pai da Virgem Maria. O modelo de Rossetti para a representação deste homem, foi o próprio homem que realizava pequenos arranjos na sua casa.
Esta deliciosa obra intitulada de "A Infância da Virgem Maria", realizada por volta de 1848/49 é óleo sobre tela e pode ser apreciada no Tate Galleries em Londres.