quinta-feira, maio 17, 2018

A Morte de Estaline

Foi com estupefacção, revolta, admiração, espanto e outros adjectivos  mais que vi do principio ao fim este filme  do realizador britânico Armando Giovanni Iannucci. Falo-vos do filme A Morte de Estaline. De facto ver este filme é ficarmos de boca aberta e no fim pregados à cadeira, qual o nível de violência e da mais pura  insanidade ali mostradas após a morte do ditador Joseph Estaline em Maço de 1953. 
Não admira que o visionamento do filme tenha sido banido na Bielorússia, Cazaquistão, Quirsquistão, e na própria Rússia, visto o mesmo não deixar pedra sobre pedra sobre aqueles meses posteriores à morte do ditador e onde a luta pelo poder foi tão insana, mas tão insana que às páginas tantas qualquer loucura que saísse daquelas cabeças é por nós perfeitamente aceite posto que ali só vemos pessoas que ou estão completamente loucas  por terem vivido sob aquele regime sanguinário ou então não são seres humanos que ali nos  é apresentado, mas autênticos animais com poder sobre milhões de seres humanos que eles põem e dispõe com total impunidade. Aliás a palavra impunidade e ali grassa com total rédea solta. 
O enredo mostra a morte de Estaline e como a seguir, os membros do comité central do partido Comunista, outrora seguidores leais do ditador revelam a sua sede de poder e o que fazem par ao alcançar antes que sejam sumariamente abatidos pelos seus pares. 
Assim o que ali vemos é que vencerá aquele cuja manipulação e traição seja melhor sucedida e quem de facto levou a melhor sobre os outros foi Nikita Kruchtchev, papel brilhantemente desempenhado por Steve Buscemi. 
Pelo filme ainda andam Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor, Paddy Considine, Tom Brooke, Olga Kurylenko, Justin Edwards e Michael Palin, entre outros, que vão dar corpo aos membros desse insano comité central. refiro que o filme foi baseado na novela gráfica com o mesmo nome, da autoria dos franceses Fabien Nury e Thierry Robin e é em termos cinematográficos uma autêntica comédia negra em tom de sátira política. Um magnífico e assustador filme sobre os meandros do poder e como isso leva à loucura quando o mesmo é exercido na sua mais plena totalidade.

William van Haescht - Sala de Arte de Cornelius van der Geest

Amo de coração esta belíssima tela do pintor  holandês Willem van Haecht, nascido em Antuérpia em 1593 e falecido na mesma cidade em 1637, intitulada de Sala de Arte Cornelius van der Geest, tela essa realizada por volta de 1628. O meu amor por esta tela prende-se ao facto de gostar muito de ver arte, dentro de arte como é aqui o caso em apreço. Toda a tela explode com outras telas e estatuária belíssima e isso é sempre uma coisa magnífica de ser observada.
A tela aqui por mim abordada, faz todo o sentido se nos lembrarmos que Haecht nasceu numa família não só de pintores mas também de negociantes de arte, muito conhecidos por pintarem há várias gerações, lindíssimos e muito requisitados  retábulos. Ora, o pintor aqui em causa vai ser um elemento da família bastante viajado entre Paris e Itália onde procurou apurar o seu engenho artístico. Na sua volta a Antuérpia ele vai ser aceite como membro importante da Guilda de S.Lucas como como mestre pintor. É esse estatuto que lhe permite assumir o cargo de administrador da importante colecção de arte do mercador Cornelius van der Geest, conhecido como muito amigo e também patrono do grande Paul Rubens. Esse importante cargo de Haecht mantém-se até a sua morte em 1637. 
Ora, a tela aqui representada vai precisamente abordar uma cena em que o coleccionador de arte Cornelius van der Geest, mostra a sua importante e extensa colecção de arte , no meio de um grupo de artistas entre os quais se encontra Rubens, Van Dick, bem como outros pintores e gente   influente de Antuérpia, a cidade que à época  reflorescia de poder e dinheiro. Também podemos tomar essa tela como uma homenagem a Van der Geest e à escola de pintura da cidade, escola essa que legou  ao mundo um espólio de arte absolutamente admirável. Esta tela é um óleo sobre madeira e pode ser apreciada no Museu Casa de Rubens (Rubenshuis) em Antuérpia.