sábado, novembro 26, 2016

Quatro bons filmes em cartaz


Neste momento estão em cartaz quatro filmes que acho imperdíveis.



O primeiro  que aqui sugiro é o Elle do realizador Paul Verhoeven, (Show Girls) com a soberba Isabel Huppert. É um filme a meu ver algo polémico e com uma história que nos deixa meio zonzos e até algo desorientados...no mínimo! 
Um filme para vermos e ficarmos a pensar durante muito tempo.










Outro filme que amei foi Uma História Americana, obra de estreia na realização do actor Ewan McgGregor. Para mim, esta sua primeira incursão na realização está excelentemente bem conseguida, pois não deve ter sido fácil retirar um filme desta obra maior do escritor  Philip Roth, Pastoral Americana.
Contudo, a meu ver este objectivo foi conseguido, pois Ewan McGregor não se perdeu nos meandros do livro (que é bastante pormenorizado nas suas premissas) e consegue dar-nos uma história sobre a perda do sonho americano e as sequelas da guerra do Vietname de uma forma magistral.
 Está de parabéns ele como realizador e como actor principal, está de parabéns Jennifer Connely que é soberba sempre, e por último está de parabéns
Dakota Fanning que aqui nos dá o papel de uma vida.
Gostei muito deste Uma Historia Americana e recomendo o mesmo vivamente.


Amei também este Agnus Dei-As Inocentes  e só é pena o mesmo ter sido atirado para pouquíssimas salas de cinema, passando assim quase despercebido.É pena pois estamos aqui perante um filme excelente.  De facto, Anne Fontaine (Paixões Proibidas) vai filmar os horrores da segunda guerra mundial e baseando-se numa história verídica dá-nos a conhecer a história absolutamente alucinante de um grupo de religiosas brutalmente violadas por soldados alemães e posteriormente por soldados russos aquando da invasão da Polónia tanto por uns como por outros.
O que aqui vemos são mulheres completamente entregues ao martírio de terem de sobreviver a esse horror e com as marcas deixadas através de gravidezes indesejadas, mas que as que aguentam tudo em nome de uma fé inabalável ajudadas por uma jovem médica da Cruz Vermelha que as tenta auxiliar e que se surpreende com a força interior dessas jovens mulheres. Mais uma vez Anne Fontaine a deixar-nos uma história de mulheres, com uma fotografia de antologia e interpretações de actrizes polacas em estado de graça.
Um filme imperdível a todos os títulos!






O último filme que aqui abordo é o Arrival- O Primeiro Encontro do realizador Dennis Vuilleneuve e com uma sobeba Amy Adams,Jeremy Renner e Forrester Whiteker que como sempre nunca faz feio.
Todos os anos há um sempre um grande filme de ficção científica, (dito não comercial...do género  Guerra das Estrelas e seus sucedâneos...)
O  do ano passado o Interestelar foi um autêntico flop.
Eu gosto muito deste género de filme  e ano após ano me desiludo com o que vou ver. Finalmente neste ano surpreendi-me e bem com este Arrival-O Primeiro Encontro .
 O filme é muito bom, com um inteligente guião e está  excelentemente realizado. É também um filme que nos surpreende constantemente e isso é uma proeza que nem todos conseguem. Dennis Villeneuve como sempre está seguríssimo na realização e a escolha dos actores não poderia ter sido mais acertada. Se queremos saber um pouco mais sobre as dificuldades  de comunicação existentes no mundo, nada como ver este O Primeiro Encontro., que desconfio que vai dar algumas cartas aquando da nomeação para os Oscares

segunda-feira, novembro 14, 2016

Agente do Futuro

O retorno em 2017 da actriz  Scarlett Johansson num trilher de fição científica.

terça-feira, novembro 08, 2016

Francisco de Goya- A Vindima ou O Outono

Agora que estamos em pleno Outono, época de vindimas nada melhor que abordar aqui uma tela realizada pelo pintor espanhol Francisco de Goya (1746/1828) intitulada de A Vindima ou O Outono. De facto, este cartão foi pintado  pelo mesmo quando trabalhava na Real Fábrica de Tapetes de Santa Bárbara. Fazia parte de uma série de quatro tapeçarias dedicadas ás estações do ano, referindo esta ao Outono. Este tipo de tapeçarias de elevado valor monetário de uma forma em geral acabava só por poder ser adquirido por pessoas de elevadas posses que com elas adornavam as suas salas de jantar. No caso em apreço esta tapeçaria estava destinada à sala de jantar do Palácio do Prado em Madrid, actualmente museu com o mesmo nome. 
O que aqui vemos nada mais é que uma cena puramente académica, uma vez que agrupa figuras do primeiro plano num triângulo, uma formação muito neoclássica. A cesta que a rapariga em pé tem à cabeça está pintada como se de uma natureza morta se  tratasse, pois nada nessa cesta tem um tom natural, assim como pouco natural é  a posição do rapaz que cruza a perna esquerda sobre a direita como se estivesse num salão de um qualquer palácio, e com a mão direita segura um cacho de uvas acabado de ser colhido. A dama de negro  segue-lhe as pisadas e o modo que segura o mesmo  cacho de uvas é de um artificialismo quase teatral, assim como artificial é  a posição do menino que de costas para os espectador tenta alcançar esse mesmo cacho de uvas.Por detrás dessa triângulo de primeiro plano vemos dois homens trabalhando no campo e a paisagem circundante é de um plano de cores vivas. No chão vemos folhas de videira, numa alusão ao Outono aqui retratado.
Apesar do artificialismo de toda esta cena, não deixa de nos surpreender saber que alguém teceu esta tapeçaria, tão cheia de pormenores, cores  e onde os personagens principais estão tão ricamente vestido como é o caso da personagem masculina que com o seu fato amarelo ricamente bordado dá uma nota de alegria a este Outono mês de vindimas.
Esta tela poderá ser vista no Museu do Prado em Madrid.