sábado, agosto 30, 2014

Destruição de Mitos

Criou-se há muito, mas muito tempo atrás este bizantino mito de que são sempre os homens a esperar pelas mulheres quando vão ambos sair. Vemos isso em filmes, em que invariavelmente o homem está na sala fumando cigarros atrás de cigarros em furiosa impaciência enquanto a sua senhora está sentada em frente a um espelho  arranjando-se calmamente como se nada fosse,vemos isso em cartoons
banda desenhada, anedotas, etc, etc. Até no momento do parto vemos os pobres coitados roendo as unhas até ao cotovelo ou fumando o sempre eterno cigarro, enquanto a mulher (quase fazendo-o propositadamente!!!) pare calmamente um filho!
 Sempre vi essa imagem e durante muito tempo enraizou-se em mim que tal coisa acontecia mesmo.... até ter um homem que vai ao arrepio de tudo o que até aí tinha visto e ouvido.
Pela primeira vez vi uma mulher  (moi) esperando sempre pelo seu homem. Sou eu que quando vamos sair para fim de semana ou até para um simples passeio  me levanto mais cedo, sou eu que tomo banho primeiro, sou eu que me arranjo num ápice e sou eu que sempre mas sempre espera por ele. Quando digo espera é mesmo espera! Do género estar a escrever este post enquanto o homem se arranja. Não é que ele seja um metrossexual, um David Beckham que pelo que me consta está tempo infinitos a colocar cremes anti tudo e até vai ao pormenor de escolher  a dedo e com as cores certas a roupa interior (dixit Victoria Beckham),...não, não é nada disso!
O meu  homem é simplesmente lento no acordar, lento no arranjar o saco, ou a  mala, lento em tomar o pequeno almoço, lento em arranjar o necessaire, lento em sair de casa. Eu, mais expedita, já nada digo. Arranjo-me e fico a ler uma revista, um livro, a ver televisão ou a ir tomar o pequeno almoço quando estamos num hotel e quando volto ver ainda  o homem feito uma barata atarantada a rolar pelo quarto sem saber bem o que fazer, de tão estremunhado de sono.
O mito da sempre eterna espera das mulheres pelos homens foi deste modo estilhaçado na minha cabeça, nada restou e  pior, passei a generalizar a coisa.
 Para mim, são sempre as mulheres as que esperam pelos homens e não o contrário. Qual Penélope que passou anos esperando pelo seu Ulisses, eu não me ponho a tecer uma manta, fico é a pensar quantos mitos acerca de ambos os sexos ainda persistem, mitos completamente estapafúrdios e que nada têm a a ver  com a realidade, como por exemplo o mito de serem sempre os homens a comporem, a arranjarem tudo em casa, enquanto as mulheres ficam sentada a dizer: mais para a direita, mais para a esquerda...bolas este quadro não está nada centrado...e outros disparates do género!
A destruição deste embuste ficará para um outro post, em qua aí também irei dizer o que realmente acontece!

segunda-feira, agosto 25, 2014

Ideias Desperdiçadas

O que mais me irrita em Luc Bresson é ver o mesmo ter boas ideias como  roteirista e depois quando passa as mesma à realização o resultado ser  uma boa  m.......!
Aqui enquadra-se este seu novo filme o Lucy com a  Scarlett Johansson, que descobri ser muito  multifacetada  pois tão depressa está a fazer obras incríveis como o seu último filme denominado de  "Debaixo da Pele", como rapidamente passa a estar em estado catatónico como mulher que atinge os limites das suas capacidades mentais atingindo os 100% e passando a ser qualquer coisa que nem ela e muito menos nós como espectadores sabemos bem o que é isso.
Este Lucy é um flop na minha modesta opinião. Tal como outros filmes do realizador, a coisa até começa bem, as ideias são boas, a fotografia é do melhor que há, mas depois Luc Bresson achando que tem que vender o filme e até a ideia aos americanos (a série  'Nilkita' rendeu-lhe bom dinheiro, pois a ideia original é dele, assim como outros filmes) e sabendo como esses são chegados em tiros, correrias  de automóveis, muita ficção científica de pacotilha, embrulhada com algumas ideias intelectuais, e onde aparece sempre um professor universitário para dar substância a coisa, vai daí e toca a pôr a nossa heroína a  ser uma super mulher, a guiar feita uma maluca destruindo Paris inteira,(ah...já tínhamos visto isso nem Táxi, também do mesmo realizador!) a lançar bandidos ao ar, a transfigurar-se de loira a morena, misturando tudo isso com muitos tiros , mafias chinesas com gente  má como cascáveis, muito sangue e morte.
Saí do cinema  híper desiludida, pois para além de gostar deste realizador apesar dessas maluqueiras e vaipes que lhe dão constantemente, esperava muito mais da história  até porque lá estava o grande Morgan Freeman e a belíssima Scarlett Johansson.
 Contudo, reconheço que a culpa é minha por reincidir nos filmes de Bresson. Já devia estar precavida devido ao "5ª Elemento", outro filme de ficção científica que até tinha uma ideia boa, mas completamente estraçalhado pelas correrias e tiros a despropósito e pela "Joana D'Arc", outra desgraça, mas mesmo assim minimizada pela prestação dos actores Milla Jovovich e John Malkovich.
Sem me armar a intelectual, (que não sou nada dada a isso) aconselho a quem  quiser estar duas horas a apreciar o corpão da S. Johansson e ver  de passagem o  talentoso  Morgan Freeman  completamente perdido no meio desta desgraça a dirigir-se ao cinema mais próximo e pedir um bilhete para este Lucy pois não é por aí que vai o "gato às filhoses" e até acabará por ver fotos  lindíssimas do nosso planeta, mas quem quiser ver um bom filme...olhe vá ver o "Belém", "O Homem mais Procurado" ou o "Ilo Ilo".

sábado, agosto 16, 2014

O Homem Mais Procurado

Com realização do cineasta holandês Anton Corbijn conhecido pelos filmes 'O Americano' e 'Control '(sobre a vida do vocalista dos Joy Division,Ian Curtis) está desde a semana passada em cartaz o filme O Homem Mais Procurado.
Fui vê-lo ontem e gostei muito. Não é um filme para quem gosta de correrias, tiros, sangue, mulheres fatais,homens bonitos ...e tutti quanti. Tirado de uma das obras de John lé Carré que aparece também nos créditos se não me engano como um dos argumentistas, o filme é lento,t riste, pesado, doloroso, passado numa Hamburgo portuária, muito propícia a esse tipo de ação, Hamburgo essa que não é a dos cartazes turísticos, e com esse 'monstro sagrado (pelo menos para mim) que é  o já infelizmente  desaparecido Philip Seymour Hoffman , num dos seus últimos ou mesmo o último papel, onde já o vemos, muito pesado, muito triste, fumando e bebendo compulsivamente e com grande prazer, parecendo e talvez mesmo carregando o peso do mundo, e que leva magistralmente o filme às costas, coadjuvado por uma radiosa e sempre fantástica Nina Hoss ( adorei-a vê-la no filme Bárbara), William Dafoe (sempre muito seguro de si) Daniel Brühl  (adoro este actor desde que o vi em Adeus Lenine), Raquel Adams (linda e soberba actriz) e the last but no the least a grande Robin Wright, que aparece pouca vezes, mas quando o faz tem a segurança permanente de uma grande senhora do cinema, muito pouco aproveitada no meu ver.
O filme tem a precisão de um relógio suíço. Tudo se encaixa no seu devido lugar. É um puzzle intrincado, mas perfeitamente compreensível, e o  que ali vemos é um jogo de espiões que espiam outros espiões, onde nada é o  que aparenta ser, toda a gente mente a toda a gente, há enganos e traições, há gente graúda ( os barracudas, como alguém a páginas tantas diz) tentando lixar os mais pequenos tudo em  proveito próprio, e onde nesse jogo de enganos o personagem principal, um desgraçado  imigrante, meio-checheno, meio russo que aparece em Hamburgo reclamando uma herança do pai,  e sendo o tal homem muito procurado, acaba por ser o verdadeiro personagem digno da nossa compaixão.
De referir que o filme implicitamente ou não tão implicitamente assim abre as feridas deixadas pelo 11 de Setembro, acontecimento dramático este que veio abrir as portas ao total desrespeito pela liberdade dos cidadãos, tudo em nome da segurança e da luta antiterrorista, luta essa que muitas vezes nada mais é do que o espiar indiscriminadamente a vida alheia.
Está de parabéns o realizador, porque o  filme é mesmo muito bom, está de parabéns todos os actores  e durante o visionamento do filme não me cansava de pensar como de facto há actores que passam por este mundo como cometas fulgurantes e quando nos deixam prematuramente legam obras de grandeza   incomensurável, e neste caso enquadra-se  perfeitamente o malogrado ator  Philip Seymour Hoffman. Que actor fantástico que ele era!
Um filme a ver com atenção.

segunda-feira, agosto 11, 2014

Belém


Está em exibição um filme muito bom e tal como já o tinha dito em anterior post cinematográfico, muitos bons filmes estreados nesta silly season correm o risco de passar despercebidos não só pelo mês que é  mas também por ficarem submersos por estreias  de blockbusters, o que é pena, pois este Belém do realizador israelita Yuval Adler  é Magnífico, magnífico e terrível, pois o que ali vemos não só ajuda a compreender e muito o conflito israelo/palestiniano que dura há décadas, como nos dá  uma perspetiva de ambos os lados da barricada sem que o realizador penda para qualquer dos lados, o que é algo de muito difícil de ser feito dado o mesmo ser judeu e ter podido cair na tentação de ser faccioso. Refiro que esta é a primeira longa metragem de Yuval Adler que partindo da sua própria experiência pessoal como alguém que sempre viveu este conflito, fez uma pesquisa vastíssima, assim como ouviu vários testemunhos antes de realizar o filme. 
 Tal não acontece aqui, e o que vemos (já o mesmo se passava no também magnífico Omar do realizador árabe  Hany Abu-Assad  (candidato ao Oscar de melhor Filme estrangeiro) que já nos tinha dado o soberbo Paradise Now, é a duplicidade, o engano, a mentira, as lealdades algo trocadas, o patriotismo exacerbado , num conflito quase que incompreensível para nós, visto que aquelas pessoas que  vivem paredes meias umas com as outras mas, possuem contudo pontos de vista diametralmente opostos e  muito dificilmente algum dia viverão em paz e harmonia!
Este Belém mostra-nos a relação e amizade entre um judeu de seu nome Razi (Tsahi Halevi um operacional das secretas israelitas e Sanfur (Shadi Mar'i), cada um deles travando conflitos vários, que vão da descoberta de actividades terroristas por parte de Razi, e a denuncia dos seus, por parte de Sanfur, ambos procurando ser mais do que informador e informante, vivendo ambos no fio da navalha e em que as mortes, as traições, os conflitos de consciência e as lealdades várias pastam em terrenos totalmente minados pela desconfiança, a violência, o ódio quase irracional, e por fim a morte.
Um filme fantástico, muito duro, triste, pesado, muito bem realizado e com atores em completo estado de graça. Adorei a prestação de Shadi Mar'i, um soberbo jovem ator, uma presença marcante no êcran, com uns fantásticos olhos  tristes onde nele vemos todo o horror da guerra e por onde perpassa a desesperança total no ser humano.
O filme ganhou seis prémios da Academia do Cinema Israelita, incluindo os de melhor filme, realização e argumento (co-escrito por Adler e Ali Wakad). Foi ainda apresentado na selecção oficial do Festival Internacional de Cinema de Toronto e nos Dias de Veneza
 Uma obra Magnífica!

domingo, agosto 10, 2014

Cenas da Silly Season

Um casal amigo que tinha estado em Cabo Verde já me tinha falado nessa nova "moda", mas uma coisa é a pessoa ouvir falar nela e outra é depois senti-la e vê-la em ação. De quê que vos falo? Perguntam vocês já todos curiosos? Pois, meus amiguinhos/as falo-vos desta mania terrível que parece que pegou de estaca e se está a espalhar por todo o lado que é a da marcação de lugares em piscinas de hóteis e afins! O que é ainda pior é que a mesma não é  perpetrada por portugueses( pelo menos no aparthotel onde eu estive em Albufeira nem se viam portugueses) mas sim por: ingleses, alemães, polacos, holandeses, russos e demais estrangeiros que enxameiam as terras algarvias por esta altura, em busca de sol e que pelo que me foi dado a ver algo estupefacta em busca de um belo cancro de pele, tal era a quantidade de horas de exposição ao rei sol que essas pessoas de pele tão clara se sujeitavam durante horas infinitas!
Contudo, o que aqui vos quero falar não é de cancro de pele mas é do seguinte. Criou-se agora um hábito que é de pessoas (reitero na sua maioria estrangeiros), se levantarem muito cedo, não para tomarem o breakfast, e gozarem o nascer do sol que é sempre tão bonito e faz tão bem à alma, mas sim para irem diretos à piscina e arrastando um grande saco cheio de toalhas, marcarem lugar nas cadeiras que bordejam a dita cuja, chegando ao cúmulo (eu vi isso com os meus olhos castanhos) de marcarem 7/8 cadeiras de enfiada, não deixando algum lugar para as almas (eu incluída) que estão refasteladas na cama, se levantam calmamente e após a sua higiene degustam um bom pequeno almoço e só após isso se dirigem  calmamente para o merecido repouso numa cadeira de piscina.
Pois é! Querem estar deitados à beira da piscina? Pois tivessem feito como nós, que tiramos o nosso alvo rabo inglês/escandinavo/holandês/ russo etc, da cama e viemos aqui meio a dormir e meio acordados marcar as nossas cadeirinhas!
E o que resta ao indígena português e a alguns estrangeiros que se portam bem e que por acaso leram o cartaz enormíssimo que se encontra à entrada da dita piscina (em 3 línguas!!!!) proibindo tal prática? Ir para a praia mais próxima, porque esses que marcaram de madrugada o seu lugarinho à beira da água têm o desplante de nela permanecer durante todo o dia!!!indo almoçar e ficando lá as ditas toalhas a marcar o lugar e se for preciso, irem dormir a sesta para o quarto, ficando lá as toalhinhas a marcar o lugar, e se for preciso irem lanchar, ficando lá as toalhas a marcar o lugar, e só as mesmas não ficam de um dia para o outro, porque...o zelador do espaço as retira das cadeiras porque as mesmas têm de ser lavadas!
É só por isso, porque se não fosse por esse pequeníssimo pormenor os lugares eram marcados durante toda a estadia dessas pessoas que não têm a mínima decência, educação e procedem como se tudo aquilo fosse deles, não se dão ao trabalho de ler os avisos em várias línguas  proibido essas práticas monopolistas, e se houver alguém que farto disto tudo  retirar as ditas toalhas marcadas fica sujeito a levar na cara um belo de um murraço como já me foi contado por uma amiga minha que presenciou uma cena de pugilato entre um cidadão da rússia e um português que retirando a toalha para se deitar, foi sujeito a dois belos murros e um pontapé que o lançou para a piscina, tudo dado pelo cidadão russo que não se coibiu ainda de cuspir para dentro de água com o português assustando  tentando de lá sair.
Pois meus bons amigos, eu não vi cenas de pugilato, vi foi gente marcar lugares na piscina do aparthotel onde eu estive às 8.30 da manhã e só as retirar quando o espaço fechava, e teve um dia que eu, o  meu companheiro e demais amigos tivemos que rumar a outras paragens porque ali não havia lugar para nós às 10 horas da manhã!
Como podem ver tudo cenas muito edificantes neste lugar à beira mar plantado e num aparthotel de 4 estrelas onde eram suposto haver gente com alguma educação, mas pelos visto eu é que sou muito naif e ainda confundo dinheiro com alguma educação e decência que como é óbvio nada têm a ver umas coisas com as outras!
 O pior é que a epidemia já se espalhou e qualquer dia para se conseguir arranjar um lugarinho numa espreguiçadeira à beira de uma piscina o melhor  é mesmo começarmos a dormir à porta da dita cuja, pois assim temos a certeza que apanharemos lugar! Enfim....cenas da silly season!

quinta-feira, agosto 07, 2014

Aí ....Dona Inercia

Pelos vistos a Dona Inercia...perdeu tudo!
Só Rir!