quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Amour

Se houvesse justiça na atribuição de prémios da Academia, para mim, o grande vencedor dos Oscares seria o filme Amour do realizador austríaco  Michael Haneke. Ganharia na categoria de Melhor Filme, melhor Realizador, melhor Actor, melhor Actriz, melhor Som, Argumento, etc.
Amour é um filme belíssimo, comovente, duro, triste, enfim...nem tenho adjectivos para o qualificar. Quando há uns tempos largos o fui ver nem consegui aqui escrever sobre ele. Saí do cinema tão triste, tão chorosa que nem fui capaz de exprimir por palavras o que me ia na alma. Só pensava como é que alguém pode ter tanta sensibilidade para realizar algo tão comovente!
 E que belos actores!
 Emmanuelle Riva,  vai tão bem! E o que dizer de Jean-Louis Trintignant? Que excepcionais actores a França tem!
O filme saiu da última cerimónia dos Óscares com o mais do que merecido prémio de Melhor Filme Estrangeiro, coisa pouca para um filme que ganhou nos E.U.A. o prémio para melhor filme pelos críticos cinematográficos e vem somando prémios por todos os festivais de cinema.
Obviamente um filme não vale pelos prémios que recebe ( e isso verificou-se neste domingo quando foram atribuídos prémios que a meu ver  não são merecidos) mas o Amour  fica a milhas de distâncias de muitas obras que se estrearam no ano transacto e que foram premiadas sem eu perceber bem porquê a não ser pelo critério de serem filmes feitos nos Estados Unidos e com a bênção dos grandes estúdios.
M.Haneke já nos tinha presenteado com A Pianista e ali já podíamos ver que estavamos a lidar com um realizador fora de série, um homem que deve aplaudido em pé muito merecidamente.
Com este post faço a minha homenagem a um filme que para mim irá perdurar para sempre como uma obra prima do panorama cinematográfico.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Veneza

ABonita Cidade de Veneza vista num dia!Lindo!

sábado, fevereiro 16, 2013

As Idades e a Morte

A forma nua ou corpos nus foram frequentemente utilizados através da mitologia para expressar alegorias de diferente natureza.
 Como podemos aqui ver na obra do pintor alemão  Hans Baldung Grien há uma interpretação alegórica da passagem do tempo através de nus.
Da criança deitada no chão ao  corpo firme e jovem, passado pelo da plena decrepitude, atingimos a morte inexorável.
Esta última segura uma ampulheta símbolo da passagem implacável do tempo a que ninguém escapa. As três figuras estão entrelaçadas e a figura da mulher mais velha segura firmemente com uma mão  o manto da mais jovem e com o outro braço agarra-a pelo ombro. Por sua vez a morte segura-a firmemente.
Ao pintor não interessou a paisagem, esta resume-se a meros borrons por detrás das imagens.
O seu objectivo era retratar cruamente aquilo que somos e no que terminamos. Ninguém escapa, a vida é uma passagem para os braços da  morte, e quando damos conta... estamos à beira dela!
Somos seres muito frágeis e essa nossa  fragilidade reflete-se na figura que representa a morte. 
Na minha modesta opinião, considero que Hans Grien oferece à história da arte um dos nus mais repulsivos e decrépitos de toda a história do século XVI!
É  uma tela estranha mas não deixa de ser extremamente atraente.
 Este óleo sobre madeira pode ser visto no Museu do Prado e foi realizado pelo pintor por volta de 1547.
 

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Paperman


O Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação parece ter já um favorito à partida: «Paperman», que estreou a anteceder «Força Ralph» e que a Disney decidiu colocar gratuitamente on-line para aumentar as hipóteses de vitória.
Num ano mais imprevisível que o habitual em termos de vitórias na cerimónia de entrega dos Óscares, as categorias de animação parecem estar cada vez mais a encaminhar-se para ir parar às mãos da Disney. A julgar pelos prémios que já foram atribuídos, do lado das longas-metragens a estatueta deverá ir para Força Ralph ou «Frankenweenie, ambas produzidas pelo estúdio da Disney.
No lado das curtas animadas, a Disney decidiu aumentar as suas hipóteses e disponibilizou gratuitamente on-line o filme «Paperman», que está cada vez mais a tornar-se o favorito à vitória, pelo menos tendo em conta as partilhas e comentários positivos que tem recebido na internet. Como as votações arrancam a 8 de fevereiro, os votantes da Academia dificilmente serão imunes a isso.
«Paperman» é realizado por John Kars e utiliza uma nova tecnologia chamada «Meander», que sobrepõe desenhos feitos à mão a cenários e volumes criados digitalmente, para dar uma aparência de profundidade singular a imagens bidimensionais.
Os outros nomeados à categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação, este ano totalmente dominada por produções norte-americanas, são «Adam and Dog», de Minkyu Lee, «Fresh Guacamole», de PES, «Head over Heels», de Timothy Reckart, e «The Longest Daycare», de David Silverman, a curta dos Simpsons que antecedeu no cinema «A Idade do Gelo: Deriva Continental».
Segue o link do filme.
http://youtu.be/mM6cLnscmO8

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Adeus minha Cadelinha

Só hoje me sento capaz de exprimir a  imensa dor e  o grande  sentimento de perda que sinto por  um animal que viveu comigo durante 14 anos.Chamava-se Rebeca, mais conhecida pelos meus vizinhos e amigos por "bequinha" , ou "a doida".  Exceptuando as vezes que ficou em casa de amigos devido a viagens por mim realizadas, sempre, e repito, sempre me foi esperar à porta quando eu chegava a casa.Ficava tão satisfeita!
 Este não é o primeiro post que eu escrevo dedicado a ela, será apenas e só o último, porque fecharei esta porta e ela será uma recordação viva no meu coração enquanto eu viver. Escrevo este post com as lágrimas a correrem pelo meu rosto,  e sinto que tem que ser mesmo assim, posto que só deste modo posso fazer a catarze que tem estado contida em mim desde o passado dia 23 quando tive que ir com ela ao veterinário para se dar termo ao sofrimento de um animal que simplesmente desistiu de viver devido às dores dos tumores que lhe foram tomando conta do corpito, pela cegueira devido às malditas cataratas e pela surdez devido à  safada da velhice.
 Deitou-se na sua caminha e já não se quis levantar mais. A muito custo tentava ir à porta receber-me mas imediatamente e após roçar-se por mim, lentamente ia deitar-se e com as patitas colocadas sobre o focinho assim ficava, dormitando e gemendo baixinho quase com medo de estar a incomodar envergonhada por não ser mais aquela cadela que tantas loucuras fazia!
 Não sofreu na hora da despedida, dormiu com a injecção e nos meus braços se foi. Fico com as suas fotos, a sua coleira e a trela roída por traquinices quando era jovem e cheia de garra. Era uma Fox Terrier, muito doida, corria que se danava, ladrava forte e feio. Era maluca por passeios no campo, corria atrás de gatos e de outros cães, nunca fugia a uma boa briga. Era também muito asseada, e quando não o era refugiava-se debaixo da minha cama e ali se quedava durante horas,espreitando de vez em quando e fazendo olhinhos de "carneiro mal morto". Depois, quando achava que já ninguém se lembrava da sujeira, aparecia de mansinho e enrolava-se nos nossos pés.
Era também muito esperta.Quando tinha que tomar comprimidos cerrava os dentes e ali não entrava nada! Só a vencíamos enganando-a com pedaços de maças ou de peras (que ela adorava) onde dentro estava a medicação.
Teve 7 filhotes. Seis machos e uma fêmea a Daisy, tão doida como ela e por isso a que mais gente quis.Foi boa mãe. Ficou sem eles, levados por vários donos. Não se danou comigo,  e parecia compreender que eu não podia ficar com toda aquela prole.
Era branca, castanha e preta. Tinha uns olhos muito bonitos e vivos.Era muito pestanuda, parecia uma actriz, era vaidosa e às vezes uma parvalhona! Era uma bela cadelinha, era a minha Rebequinha, a minha amiga, a minha menina. Foi-se e com ela a certeza de que foi bem tratada, durante os anos que aqui esteve.Desde a semana passada que por vezes dou comigo à tua procura pela casa, e vou chamar-te para ir à rua...mas depois é que me lembro que já cá não estás! Que dor, que pena!
 Este post é para ti minha grande amiga. Fica bem, brinca bastante onde agora estás, no "céu dos animais". Ficas comigo em recordação, terei sempre de ti boas recordações. Foste uma boa e bonita cadelinha!
Adeus Rebeca.