quinta-feira, maio 19, 2016

Ensurdecedor

Com realização do norueguês,  Joachim Trier,(Oslo, 31 de Agosto) e a sua primeira obra  em língua inglesa, está em cartaz o magnífico filme Ensurdecedor (Louder than Bombs), que fez a sua estreia no ano passado no festival de cannes.
Nela podemos ver um sempre seguro Gabriel Byrne (aí o que eu gosto deste actor) um surpreendente Jesse Eisemberg (como este actor cresceu em termos artísticos desde que o vimos em A Rede Social, a fantástica Isabelle Huppert, que dispensa apresentações e que numa, mas nunca faz feio, e a revelação em termos cinematográficos de um miúdo muito talentoso chamado David Druid que a meu ver é a força motora de todo o filme pela sua fechada postura em relação à morte dramática da mãe adorada e em permanente conflito com o pai.
Este Louder than Bombs é a meu ver um grande filme em cartaz, que está a passar muito despercebido o que é pena, pois ali abordam-se temas muito actuais  que vão da perda de um membro da família, neste caso a mãe, aos problemas inerentes à adolescência  e que nos leva também até aos campos de refugiados afegãos através do olhar das fotografias tiradas nesses mesmos campos e que mais uma vez faz valer a máxima que diz que uma foto vale por mil palavras. 
É também um filme muito sentido, pausado, com uma fotografia magnifica e  a roçar à perfeição, com os actores em estado de graça, a começar por G.Byrne acabando em  Amy Ryan que também por lá anda espalhando magia.
 Adorei o papel desempenhado por I.Huppert, uma mulher dividida entre a família que a adora e que dela precisa, sobretudo o introspectivo filho mais novo, e a sua profissão a de fotógrafa free lance que sente que também deve dar a conhecer a sua profissão, neste caso o de fotógrafa das misérias e desgraças que grassam pelo médio oriente. O filme oscila entre o passado e o presente e apesar da mesma já não existir no presente a sua imagem qual fantasma sobrepõem-se e ensombra todos, instalando-se nas suas vidas, não deixando que as feridas sarem e que pai e os dois filhos consigam seguir com a sua vida.O fim é magnifico, quanto mais não seja pela fotografia que não me canso de salientar, ser do melhor que já vi desde há muito.
De facto, este Ensurdecedor é um filme a não perder.

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