domingo, janeiro 10, 2016

Uma Rapariga Dinamarquesa

Se duvidas havia que estávamos perante dois  grandes actores, elas desaparecem quando vemos Eddie Redmayne, Alicia Vikander, protagonizarem o casal  Einar e Gerda Wegener no filme de Tom Hooper, A Rapariga Dinamarquesa.
De facto, estão os dois soberbos e eu sou suspeita para falar pois 'apaixonei-me' por Alicia Vikander assim que a vi no Filme Um Caso Real e posteriormente em Ex-Maquina um dos grandes filmes do ano passado e que espero que não seja esquecido na corrida aos Oscares, pois ela aqui neste último está sublime.
 Já Eddie Redmayne é um caso à parte na transmutação do seu corpo, visto que o mesmo é a sua grande arma e aqui serve soberbamente os propósitos do realizador dando corpo ao pintor Einar Wegener que nunca se reconhecendo dentro de um corpo masculino passará de tormento em tormento até concretizar o seu sonho de finalmente ser mulher, criando a sua Lili Elbe.
Este A Rapariga Dinamarquesa é um grande filme com muito bons diálogos em que o amor perpassa do principio ao fim, tanto o amor de uma esposa para com o marido que lhe vê fugir por entre as mão, sem que nada possa fazer, tanto por este homem, pintor de excepção, um dos grandes paisagistas dinamarqueses que apenas se reconhece como ser na sua totalidade quando se transmuta em Lili. 
É um filme ao mesmo tempo triste porque o que ali vemos é a infelicidade de quem nunca se viu como aquilo como nasceu e a incompreensão de uma sociedade que via estes casos como sendo a mais pura esquizofrenia digna de internamento psiquiátrico ou de algo que teria que ser sujeito a tratamentos químicos.
 É também um filme com uma fotografia absolutamente  sublime em termos cinematográficos. A cena em que Gerda se despede do marido na estação de comboios quando este parte para a Alemanha para a sua primeira intervenção cirúrgica é para mim uma das das cenas mais belas do filme, assim como aquelas imagens do casario típico da Dinamarca, 
O próprio guarda roupa é deslumbrante, sendo uma  peça fundamental para o desenvolvimento da trama e principalmente na transformação de Einar em Lili Elber.
Tom Hooper que já nos tinha  dado o oscarizado  O Discurso do Rei e uma das muitas versões de Os Miseráveis (também com Eddie Redmayne) 'arrisca-se'  aqui a ganhar mais algum ou alguns com este seu último filme.
 Não posso deixar de salientar ainda as prestações sempre seguras de Ben Whishaw, Sebastian Koch, Amber Heard e Matthias Schoenaerts (cada vez estou mais 'apaixonada' por este último).
Um filme a não perder.

1 comentário:

redonda disse...

Como li parte do livro e achei-o tão triste, estava a pensar não ir ver este.