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Tal não acontece aqui, e o que vemos (já o mesmo se passava no também magnífico Omar do realizador árabe Hany Abu-Assad (candidato ao Oscar de melhor Filme estrangeiro) que já nos tinha dado o soberbo Paradise Now, é a duplicidade, o engano, a mentira, as lealdades algo trocadas, o patriotismo exacerbado , num conflito quase que incompreensível para nós, visto que aquelas pessoas que vivem paredes meias umas com as outras mas, possuem contudo pontos de vista diametralmente opostos e muito dificilmente algum dia viverão em paz e harmonia!
Este Belém mostra-nos a relação e amizade entre um judeu de seu nome Razi (Tsahi Halevi) um operacional das secretas israelitas e Sanfur (Shadi Mar'i), cada um deles travando conflitos vários, que vão da descoberta de actividades terroristas por parte de Razi, e a denuncia dos seus, por parte de Sanfur, ambos procurando ser mais do que informador e informante, vivendo ambos no fio da navalha e em que as mortes, as traições, os conflitos de consciência e as lealdades várias pastam em terrenos totalmente minados pela desconfiança, a violência, o ódio quase irracional, e por fim a morte.
Um filme fantástico, muito duro, triste, pesado, muito bem realizado e com atores em completo estado de graça. Adorei a prestação de Shadi Mar'i, um soberbo jovem ator, uma presença marcante no êcran, com uns fantásticos olhos tristes onde nele vemos todo o horror da guerra e por onde perpassa a desesperança total no ser humano.
O filme ganhou seis prémios da Academia do Cinema Israelita, incluindo os de melhor filme, realização e argumento (co-escrito por Adler e Ali Wakad). Foi ainda apresentado na selecção oficial do Festival Internacional de Cinema de Toronto e nos Dias de Veneza
Uma obra Magnífica!
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