domingo, junho 12, 2011

Édouard Manet - Almoço Campestre

O escritor Marcel Proust conta que certa vez quando Édouard Manet passeava nas margens do rio Sena em Argenteuil, ao observar um grupo de mulheres que tomavam banho no rio, exclamou: "Repara...parece que querem ser pintadas nuas (...).Pois bem, vou realizar um quadro (...) com uma atmosfera transparente, com personagens como aquelas que vemos ao longe.Certamente que me irão criticar, mas digam o que quiserem (...)".Em 1863, a sua tela foi apresentada no Salão de Artes de Paris, causando um enorme escândalo, visto que o tema,para espanto de muitos presentes, mais do que simples banhistas, parecia o encontro entre prostitutas e clientes.O júri recusou-a, tendo então sido incluída no Salão dos rejeitados! Originalmente, o quadro chamava-se  "O Banho" e os seus modelos foram a família e amigos de Manet, como é o caso do seu irmão Eugène ou o escultor holandês Ferdinand Leenhoff.Durante muito tempo pensou-se que a mulher que olha para os espectadores de uma forma provocante fosse Suzanne Leenhoff , a mulher de Manet, contudo mais tarde percebeu-se que se tratava  da  modelo preferida do artista,Victorine Meurent.Esta figura de mulher escapa a qualquer definição alegórica ou até mitológica, posto que está tratada com um realismo pleno de sensualidade.Toda a composição deriva de uma gravura do artista  M.A.Raimondi,"O Julgamento de Pàris", enquanto o estilo deve muito à influência de Goya e também de Velásquez, pintores que nessa época estavam a ser revalorizados pelos críticos e artistas mais modernos. A sua pincelada rápida justaposta iria ser um modelo para os impressionistas.Mas, nesta tela, o claro-escuro dos pintores espanhóis desaparece totalmente a favor de um tratamento novo da cor, que antecipa uma nova era para a pintura que antecipa o Impressionismo. Denominada mais tarde, de "Déjeuner sur l'Herbe", está obra fantástica de Édouard Manet é um óleo sobre tela, tem as dimensões de 2.08x164,5cm e pode ser apreciada no Museu D'Orsay em Paris.

M.A.Raimondi-O Julgamento de Pàris

Édouard Manet

Sem comentários: