
Fazendo uma reflexão fora do âmbito da sordidez que reveste esta história, penso que os animais são (mais vezes do que aquilo que deveria acontecer) os únicos amigos com que podemos contar na vida rotineira e absurda que levamos quotidianamente. Ao chegarmos a casa seja a que horas fôr, correm para a porta demonstrando a sua alegria de nos tornar a ver, seguem-nos fielmente em longos passeios, raramente demonstrando cansaço ou aborrecimento, acompanham-nos na vida sedentária que levamos, e são aqueles que ficam, eles de facto ficam sempre connosco. Eventualmente os que nos dizem amar-nos, um dia partem,(geralmente partem sempre), mas eles ficam, vão ficando sempre connosco, na alegria e na tristeza, são afinal de contas os únicos que não se aborrecem, nem se entristecem nunca com a absurdidade e a angústia das nossas vidas rotineiras.
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