domingo, abril 02, 2017

Vida Inteligente

Eu de facto não entendo o porquê de certos filmes começarem com premissas tão boas e que depois ao longo do filme vão sendo esbaratadas, chegando a um fim perfeitamente risível. 
Falo-vos deste Vida Inteligente, estreado em Portugal na semana passada, filme do realizador Daniel Espinosa o mesmo  do assustador A Criança 44, com Tom Hardy  e de Detenção de Risco, este com D.Washington e Ryan Reynolds, o mesmo actor que ele vai buscar para aqui se juntar à equipa de uma estação espacial, uma espécie de laboratório no espaço que recebe uma amostra vinda de Marte e que tem de a estudar, a ver se a mesma contêm  Vida/ Life do título original.
Sempre amei e continuarei a amar filmes de ficção científica e sempre que algum se estreia procuro ir vê-lo. Não sou fã das Guerra das Estrelas nem de Star Trek e afins.
 Esse tipo de ficção cientifica passa-me ao lado. Gosto de outro género de filmes de ficção científica (amei o Primeiro Encontro que abordei aqui em post passado) não sou grande apreciadora de sagas, à excepção da que se seguiu ao 8º Passageiro, se bem que alguns dos filmes após esse foram autênticos flops a meu ver. Esperemos o que se segue ao Prometheus, o muito aguardado Alien:Covenant que deve estrear em breve.  
Contudo, retomemos a este Vida Inteligente. Por lá andam o já citado R. Reynolds, Rebecca Ferguson, (a parceira de Tom Cruise e no último Missão Impossível), Jake Gyllenhaal,(que dispensa apresentações) Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada e Olga Dihovichnaya, esta última como a comandante da nave.
Se logo  nos primeiros momentos a tensão instala-se com a chegada da sonda vinda de Marte e  que trás aquilo que é o propósito daquelas pessoas na nave e a posterior descoberta de vida nas amostras trazidas, essa tensão aos poucos vai-se traduzindo no medo que a tripulação vai aos poucos sentindo ao deparar-se com algo que os ultrapassa e que quer viver a todo o custo, façam eles o que fizerem para a eliminar. Ela supera-os a todos e nada a detém.  Isso é percebido logo no início do seu estudo e até admira que gente tão inteligente que ali está naquela nave, não se tenha disso apercebido e tratassem a amostra como algo em que pudessem vir a interagir normalmente,enfim...
É aqui que entramos no campo da semelhança com outros filmes do género e que Alien é a comparação mais provável. A espaços dá-me ideia que estou perante o 8º Passageiro mas uns bons furos  muito abaixo e ao mesmo tempo que a comparação se vai instalando  o gosto em ver o filme vai-se diluindo e foi precisamente isso que aconteceu comigo.
 Dei por mim a fazer comparações e a pensar que de facto depois de o o 8ºª Passageiro, todos os filmes que querem mexer com formas de vida de índole agressiva e indestrutível esbarrarão sempre na comparação. É injusto dizer isso, mas a criatividade por Hollywood não é muita e penso que todos passaram a  mimetizar-se  uns aos outros. O que Ridley Scott fez foi criar um género que depois todos os outros ou copiam... ou nada criam. 
Os que tentam,  uns sabem fazê-lo, outros não,  e é aqui que reside o pecado deste Life. Copiaram  e deram-se mal. O elenco é bom, todos dão o litro, para conseguirem algo de credível, R. Ferguson e Jake Gyllenhaal estão uns furos acima dos outros, mas...e há sempre um mais.. o filme é a meu ver uma desilusão, sendo que este sentimento é exacerbado naquele fim absolutamente risível. Se o intento do realizador era mostra-nos que há coisas que o ser humano não deve mexer e essas coisas são formas de vida absolutamente desconhecidas então conseguiu os seus propósitos. Contudo, ouvi gente a dar umas belas gargalhadas no final e isso não é bom sinal para um filme com as pretensões deste Life.

1 comentário:

redonda disse...

Não estava a pensar ir ver e agora fiquei curiosa sobre o fim...

Como é que termina?