quarta-feira, março 25, 2015

Henri Rousseau-O Encantador de Serpentes


Sempre gostei do pintor Henri Rousseau (nascido em Laval a 21 de Maio de 1844  e falecido a 2 de Setembro de 1910 em Paris) devido à ingenuidade das suas obras.
 Aliás vai ser precisamente o seu modo de pintar  que dará inicio a pintura naif/ingenuidade. Conhecido também por Henri O Aduaneiro devido ao facto de ter sido esta a sua profissão até larga-la e passar a viver apenas da pintura, Henri-Julien-Félix Rousseau, conhecido por Henri Rousseau, criou um conjunto de telas extremamente originais e cuja temática está pejada de animais e de natureza.
De facto, a selva povoada de animais selvagens, misteriosa e exótica, fazia parte do imaginário deste pintor. Dizia a quem o quisesse ouvir que isso derivava do que tinha visto na sua estadia no México, mas é hoje sabido que o pintor nunca esteve nesse país e que portanto vai buscar esse imaginário selvático a livros do qual era fervoroso apaixonado e a visitas regulares ao Jardim das Plantas de Paris.
A tela que aqui surge denominada de O Encantador de Serpentes parece tirada de um conto infantil de tão ingénua que a mesma é. Esse encantador  a que alude o título é uma figura negra em que sobressaem uns olhos muito abertos e a flauta que tem encostada à boca. Está no meio da selva e ao seu redor vemos serpentes e um palmípede encantador cujos tons rosa e verde claro dão uma nota viva à tela aliado às bonitas e bem executadas  plantas que vemos em primeiro plano.
Este palmípede é  um animal bonito e que está caracterizado de forma infantil mas irresistível na sua beleza e elegância.
  O encantador de serpentes está perfeitamente integrado no meio ambiente não só pela localização, ou seja em pé no meio do matagal que o rodeia mas também pela sua acção: encantador de serpentes, levando o gentil palmípede a extasiar-se perante a cena e não se assustando com as negras serpentes que dançam ao som da flauta e se enroscam à volta do pescoço do encantador.
 Será que o que aqui vemos é o retorno do homem à natureza? Afinal este encantador como figura algo estranha que é, pouco se assemelha a um ser humano. O seu rosto  transmite-nos mistério, exotismo, e muita magia.
Em segundo plano corre um rio e vemos uma lua muito amarela  ao longe
Uma tela esplendorosa e que eu amo de coração. A mesma poderá ser apreciada no Museu D'Orsay em Paris.

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