quarta-feira, abril 16, 2014

Budapest Hotel

Na semana passada fui ver o novíssimo filme  de Wes Anderson, o Budapest Hotel, desta vez com um argumento baseado no romance do romancista vienense Stefan Zweig e do qual o realizador presta homenagem no princípio do filme.
Seguidora da obra deste realizador desde que vi "Os Tenenbaums" e pertencendo à categoria dos que amam os seus filmes, não estranhei o que ali se passa, assim como adorei o  o seu muito suis generis posicionamento de câmara, os seus estranhíssimos personagens, aquelas paisagens, as caracterizações  e sobretudo o enredo.
A trope está lá toda  à excepção de Ralph Fiennes  que se não me engano é a primeira vez que trabalha com este realizador (e logo ficando com o papel principal),  F. Murray Abraham, Mathieu Amalric, Saoise Ronan e  Adrien Brody, num papel muito engraçado pois concentra em si toda a ganancia do mundo, típica de herdeiros ociosos e maldosos que são capazes de matar  para se apoderarem da fortuna de um membro da família mais idoso.
Gostei também de ver William Dafoe dar corpo a um psicopata servindo-se do seu rosto para uma caracterização impar, assim como amei ver Jude Law num papel que já nos habituou, o de narrador da história mas que é parte importante na mesma, assim como  Saoirse Ronan que está maravilhosa com aquela tatuagem na cara com o desenho do México.
Só mesmo Wes Anderson para caracterizar deste modo os seus personagens!
 Dessa sua  trope podemos ver Harvey Keitel Bill Murray, Edward Norton ,(um habitué dos filmes deste realizador) ,Jason Schwartzman, Jeff Goldblum, Léa Seydoux, Tilda Swinton, (irreconhecível sob camadas de maquilhagem e que a transfiguram por completo) Tom Wilkinson, Owen Wilson, entre outros.
Até os secundários são actores conhecidos. Penso que só amando muito os filmes deste realizador e a fama que advém dos seus filmes conseguem reunir um tão grande numero de gente conhecida. Todos estão bem, todos estão afinados como as cordas de um bom piano, a música acerta afinadamente com o desenrolar da acção.
 A história, é muito engraçada pois decorre na fictícia República de Zubrowka onde um Ralfh Finnes com bigodinho e muito empertigado faz de  Gustave H, "concierge" num luxuoso hotel, que dá nome ao filme e  que ao longo dos anos se foi tornando famoso  pela sua habilidade em  satisfazer os hóspedes mais exigentes, incluindo nesses favores os de cariz sexual com as suas hospedes mais velhas,  que o amam e  esse amor é  retribuído pelo mesmo.
Ao seu cuidado está Zero Moustafa,(o imperdível Mathieu Amalric), um jovem e muito dedicado paquete que tem por ele uma admiração sem limites e que sonha seguir o seu exemplo. Apesar da crise económica e instabilidade política da época, tudo se passa com relativa tranquilidade até à morte de Madame D.,(a irreconhecível Thilda Swinton) amiga e amante de Gustave, e ao desaparecimento de um valioso quadro renascentista.
 Acusado injustamente de homicídio e roubo, ele está decidido a provar a sua inocência, limpar o seu nome e salvar o hotel da ruína que se avizinha. A ajudá-lo, terá o jovem aprendiz que, depois de tudo, passou a ser o seu único amigo de confiança.
O mais engraçado e que eu adorei, foi ver aquelas paisagens tipo Alpes Suiços, os  ascensores que parece que vão em direcção ao céu, aquele magnífico  hotel com escadas que nunca mais acabam, os quartos muito estranhos e sobretudo os  hóspedes que o habitam, para não mencionar o pessoal que os atende. Só a sala de jantar onde parte da acção decorre é de ficarmos boquiabertos, pelas suas cores  vivas que vão fazer perfeito contraste com a neve que cai durante parte da acção, mas que nem por isso refreia aquela gente que parece electrica.
A acção é non stop, e o mais incrível é que apesar do espaço enorme do hotel e da imensidão de gente o realizador nunca perde o norte e consegue até ao fim contar uma história perfeitamente perceptível e onde no fim tudo se encaixa perfeitamente.
Adorei este Budapest Hotel e recomendo-o vivamente.

1 comentário:

redonda disse...

Estou a pensar em ir ver :)