terça-feira, setembro 04, 2012

Um Dia de Tédio

"Só Deus sabe o quanto um Homem precisa de férias depois da vinda de férias".
De facto poucas frases são mais verdadeiras do que esta. Instalasse o cansaço, o desnorte, o vazio. O ritmo do trabalho foi quebrado e por menos tempo que o ser humano tenha estado 'inactivo' apenas usufruindo de um pouco de sol dormidas até tarde, refeições fora de horas, leituras  trash de romances sem qualquer sentido, revistas de coscuvilhices da vida alheia,restaurantes e  esplanadas apinhadas de gente e com funcionários desejosos de estar a milhas de distância, o corpo humana ressente-se do retorno a uma vida de responsabilidade, horários, pagamentos por fazer...e eu que  já tinha cá o maldito IMI e o imposto  de circulação automóvel à minha espera.Tal como milhares de outros portugueses fiquei desempregada, o retorno ao trabalho não se deu, o que se deu foi uma caótica ida ao centro de emprego da minha área de residência onde estive desde as 10.01 da manhã, para ser atendida às 16.30, saindo de lá às 17.20! Enervei-me, ansiei estar a milhas de distância, senti-me em queda livre, senti que estava dentro de um buraco cujas paredes eram feitas de rostos humanos algo desesperados, olhando para um visor onde continuamente iam passando números, nunca o meu, mas sempre o de mais um desgraçado que tal como eu ansiava por sair dali o mais rapidamente possível. Levei um livro e acabei de o ler apesar de faltar umas cem páginas ou mais.....já nem sei!
 Por fim, já nem o podia ver, as costas doíam-me, o tédio e o desanimo dominavam-me.Decorei com o olhar todo o espaço que me envolvia. Esta noite sonhei com ele, não foi um pesadelo, apenas uma constatação que o mesmo se enraizou em mim,  colou-se à minha pele e recordarei por muito tempo aquela sala onde desperdicei um tempo que não voltará jamais!Uma tristeza, um pesadelo!
 Ontem, dia 3 de Setembro a saturação saia-me pelos poros, o calor imperava, muita conversa, muito barulho, nunca o silêncio, nunca a quietude, apenas vozes humanas que carpiam as suas desgraças. Por fim, lá fui chamada e quando dali saí só me apetecia enfiar-me dentro do carro e rumar....rumar para onde? Pensando bem, não me apetecia  fazer nada, nem chorar conseguia...que tédio, que seca, que raiva!Não foi um dia de raiva típico (será que os há?),  não me apetecia qual Michael Douglas, pegar numa arma, o que me apetecia mesmo era desaparecer, não falar com ninguém, sumir, evaporar.....
Agora aguardo que melhores dias virão, não podemos desanimar porque  um ser humano sem ânimo, não vive, não procria, não age, nem interage.
Penso com alguma esperança que  irei sobreviver a este desalento e tristeza!

2 comentários:

redonda disse...

Espero que os melhores dias não tardem.
um beijinho
Gábi

xistosa, josé torres disse...

Esquecer ´e impossível, mas que se viva na esperança e porque não, na ilusão de amanhã será melhor.
Pobres de nós que somos desgovernados pela pior raça da Terra - os políticos.
Esperança!