quinta-feira, janeiro 26, 2012

Os Descendentes

Há poucos dias fui ver o filme "Os Descendentes"que já ganhou este ano dois Globos de Ouro (melhor filme e melhor ator de drama)  e está bem lançado para também ganhar os mesmos prémios  na cerimónia de entrega dos Oscares, que será realizada em finais de Fevereiro.O filme é do realizador Alexander Payne, o mesmo realizador do fantástico Sideways.Tem como personagem principal George Clooney, que está nomeado para o Oscar na  categoria de melhor ator."Os Descendentes", parte da obra da havaiana Kaui Hart Hemmings ,que faz uma perninha no filme no papel de secretária do poderoso, mas humilde Matt King, personagem que George Clooney representa de uma forma muito admirável e bastante contida .Este filme, mostra-nos uma família radicada desde sempre no Havai e que vive em reestruturação, quando um dos seus membros ( a mãe e esposa) sofre um acidente de barco e é atirada par uma cama de hospital ficando em coma.É então que o patriarca (descendente de uma longa linhagem de havaianos e ingleses) se vê a braços com duas filhas, uma de 10 anos e outra de 17.Shokiee a mais nova, reage à tragédia  usando a violência e e vivendo em negação.Alexandra (uma Shailene Woodley em estado de graças), a filha mais velha, adolescente rebelde refugia-se no alcóol e na agressividade verbal. Precisa de ser metida na ordem e é ela que, juntamente com George Clooney, acaba por ser o melhor que o filme tem.De facto os diálogos entre ambos são fantásticos e é nestes diálogos que as revelações vão sendo feitas e a reaproximação entre pai e filha se vai dando, posto que é na dor que ambos acabam por criar laços de cumplicidade na demanda trágico/cómica  do amante da daquela mãe infiel.Destaco também o papel de Robert Forster, um sogro irascível e amargurado por ver a sua filha definhando numa cama de hospital e de Beau Bridges (quase irreconhecível) e Judy Creer.Os Descendentes, mostra-nos uma série de homens algo perdidos, desamparados e a precisarem de que alguém os guie, temática muito cara a A.Payne que já nos tinha  mostrado  isso em Sideways.Para Matt King, essa procura só termina quando no fim se despede da esposa e reencontra nas filhas aquilo que nunca teve: a paz necessária para tomar a decisão de não se desfazer de um pedaço do paraíso situado ali para as bandas do Havai...Um filme muito bom.Um grande candidato ao galardão máximo e se o levar, será bem merecido.

Sem comentários: