sexta-feira, novembro 11, 2011

Vicissitudes da Vida

Sempre me afligiu a desresponsabilidade e a cobardia.Poderia enumerar aqui outras coisas que me afligem, mas fiquemo-nos por essas duas, o que já é bastante A desresponsabilização de um acto quando feita por nós acaba por ser uma fuga... a mais completa cobardia porque deixamos de ser nós e refugiamo-nos  em algo que não sabemos bem definir.Temos medo que nos apontem o dedo, que nos acusem, que nos atormentem, que nos julguem mal, quando queremos que nos julguem como 'super humanos' que no fundo todos julgamos ser, por mais modestos que procuramos ser.Quando a cobardia e a desresponsabilização se 'colam' àqueles que são muito próximos de nós, ...aqueles que amamos...ao homem que amamos...e quando essa cobardia se alia à mais completa desresponsabilização, a agonia, a tristeza e a desilusão fazem a sua aparição e mansamente se infiltram, minando a relação e no fim quando enfrentamos a pessoa e a olhamos nos olhos, é como víssemos através dela e não para dentro dela. É como  se ela fosse um vidro no qual podemos olhar para o outro lado, porque o indivíduo  já lá não está, apenas a sua presença física.Acabamos por nos aperceber que já não sobra nada, porque as desilusões são muitas, os defeitos exacerbados, os embustes e a desonestidade uma constante.Então, o que nos resta fazer? Seguir em frente e pensar que ao menos sozinha  assumimos o que temos de bom e de mau, de perfeito e de imperfeito,sempre na esperança que mais tarde ou mais cedo, alguém que seja capaz de assumir os seus defeitos esteja disposto a acompanhar-nos nas vicissitudes deste  projecto a que chamamos ' a nossa vida'.

1 comentário:

Miguel Pestana disse...

Pintura é do Modigliani, não é?