De costas para nós, René, o irmão mais novo do pintor Custave Caillebotte, nascido em Paris em 1848 e falecido na mesma cidade em 1894, olha de uma janela da casa da família, no nº 77 da rua Miromesnil, em Paris.A balaustrada cria uma divisão entre o interior da casa e o mundo exterior, levando o nosso olhar a seguir o de René. O artifício de atrair o observador ao quadro através da vista emoldurada pelo caixilho da janela torna esta imagem numa das obras de maior fascínio de Caillebotte.Este especializou-se em vistas da cidade de Paris e arredores, bem como em cenas da vida das classes trabalhadoras.Amigo íntimo e admirador da ao obra de Monet, Renoir e Sisley, Caillebotte deixou em testamento ao Estado francês a sua colecção, da qual faziam parte 65 quadros de Impressionistas.A colecção foi inicialmente recusada, acabando por ser aceites 38 dos quadros.Este quadro intitulado "Homem Jovem à Janela", foi realizado em 1876, é óleo sobre tela, tem 116,2x80,9cm e faz parte de uma Colecção Particular.O meu Blogue é um pouco de mim.Procuro através dele transmitir os meus gostos e as minhas ideias.Escreverei sobre aquilo que me vai na alma tendo sempre presente a máxima de Aristóteles que num belo dia disse: "Somos aquilo que fazemos consistentemente.Assim, a excelência não é um acto mas sim um hábito". O nome do meu Blogue é uma homenagem que faço a essa grande pintora do século XVI que foi Artemisia Gentileschi. Que Vivas para sempre Minha Deusa da pintura!
quinta-feira, outubro 28, 2010
Gustave Caillebotte-Homem Jovem à Janela
De costas para nós, René, o irmão mais novo do pintor Custave Caillebotte, nascido em Paris em 1848 e falecido na mesma cidade em 1894, olha de uma janela da casa da família, no nº 77 da rua Miromesnil, em Paris.A balaustrada cria uma divisão entre o interior da casa e o mundo exterior, levando o nosso olhar a seguir o de René. O artifício de atrair o observador ao quadro através da vista emoldurada pelo caixilho da janela torna esta imagem numa das obras de maior fascínio de Caillebotte.Este especializou-se em vistas da cidade de Paris e arredores, bem como em cenas da vida das classes trabalhadoras.Amigo íntimo e admirador da ao obra de Monet, Renoir e Sisley, Caillebotte deixou em testamento ao Estado francês a sua colecção, da qual faziam parte 65 quadros de Impressionistas.A colecção foi inicialmente recusada, acabando por ser aceites 38 dos quadros.Este quadro intitulado "Homem Jovem à Janela", foi realizado em 1876, é óleo sobre tela, tem 116,2x80,9cm e faz parte de uma Colecção Particular.quarta-feira, outubro 27, 2010
domingo, outubro 24, 2010
Pablo Picasso-A Tragédia
Na época em que Pablo Picasso se tinha mudado para Paris, que corresponde ao Período azul (1902/1904), surgiram pela mão do artista uma série de obras nos quais se contacta uma atmosfera irrespirável, que se deve ao facto da maioria das personagens representadas revelar, através do seu aspecto, o seu terrível estado não só emocional, mas também físico. Na sua maioria, são cenas, tal como a que aqui aprece, protagonizadas por mendigos ou prostitutas, pessoas doentes e, em geral, seres marginalizados, pela sociedade, é muito provável que, nessa época, Picasso se sentisse terrivelmente só e angustiado, vivendo numa Paris que era para ele, ainda, um lugar inóspito. A gama cromática utilizada pelo artista está restringida às tonalidades ricas de azul, embora o artista empregue alguns toques de beje e de rosa pálido que antecipam as suas composições posteriores pertencentes ao Período Rosa.É interessante assinalar que Picasso que apenas uns anos antes tinha realizado figuras de crianças marcadas pelo seu realismo, decidiu, neste seu Período Azul, pintar um tipo de representação simbólica, eliminando os pormenores das suas figuras, idealizando-as, tal como se pode constatar nesta criança a própria ideia de tristeza.Pela posição que as duas personagens apresentam e, especialmente as suas cabeças, esta obra de Picasso relembra o famoso quadro de J.F.Millet, Angelius, que abordarei aqui mais tarde.Esta obra intitulada A Tragédia foi realizada por Pablo Picasso (1881/1973) em 1903 é óleo sobre madeira e tem 105,3x69cem e pode ser vista no National Gallery of Art em Londres.Sapiência
sexta-feira, outubro 22, 2010
O Poder
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA!
E ESTÁ TUDO DITO!
quarta-feira, outubro 20, 2010
Guido Reni-Hipómenes e Atalanta
Nesta obra aqui presente podemos observar o tema da lenda de Hipómenes e Atalanta inspirado na obra de Ovídio Metamorfoses.A lenta conta a história da bela jovem Atalanta que era uma exímia caçadora e corredora.Esta desafiava os seus pretendentes para uma corrida.Quem ganhasse, poderia ter a sua mão, caso contrário morreria. Hipómenes acedeu ao repto, mas antes da corrida invocou a deusa do amor para que o aconselhasse.Esta deu-lhe três maças de ouro de Chipre e disse-lhe que, dirante a corrida, as fosse deitando ao chão. Assim o fez Hipómenes, e Atalanta, cheia de curiosidade, baixava a apanhá-las. Deste modo, perdia tempo, pelo que Hipómenes, pôde vencer a competição. Nesta tela, Guido Reni (1575/1642) representa o me momento crucial da competição.Atalanta baixa-se para apanhar as maças e Hipómenes avança. O artista entrelaça as duas figuras desnudas, conseguindo uma grande harmonia entre ambas, graças aos seus movimentos e às vestes que brilham.Reni emprega uma gama cromática composta por cores frias.Os corpos das personagens apresentam uma analogia perfeita, inspirada em modelos da Antiguidade Clássica.A obra dá também relevo às personagens Hipómenes e Atalanta.Contudo, ao fundo da composição, à direita e à esquerda, podemos entrever, nesta atmosfera cinzenta e vaporosa, um grupo de pessoas assistindo à competição.O esquema geométrico adoptado por Guido Reni na representação das figuras caracteriza-se por uma grande elegância do traço.Conhecem-se duas versões desta obra. A tela exposta no Museu do Prado em Madrid, foi adquirida pelo vice-rei de Penaranda, em Nápoles, para o rei Filipe IV,em 1664.A outra versão encontra-se no Museu de Capodimonte em Nápoles.Esta obra foi realizado em 1612 é óleo sobre tela e tem 20.6x29.7cm e pode ser apreciada como já por mim foi dito no Museu do Prado em Madrid.segunda-feira, outubro 18, 2010
Fantástico Museu Virtual
http://www.mystudios.com/artgallery/
Site-Fernando Pessoa
domingo, outubro 17, 2010
quinta-feira, outubro 14, 2010
Visita Virtual à Cidade de Paris
Use o rato (direito) para colocar em full screen e para aproximar e afastar. Os Franceses afirmam ter criado a 'maior foto do mundo' com panorâmica de Paris. Os autores juntaram mais de 2 mil fotos da capital francesa para criar imagem panorâmica de 26 bilhões de pixels. Dois fotógrafos franceses e uma empresa de informática criaram uma foto panorâmica em 220º de Paris com 26 bilhões de pixels que, segundo eles, seria a maior imagem digital do mundo. A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projeto "Paris 26 Giga Pixels". Para compô-la, os fotógrafos Arnaud Frich e Martin Loyer tiraram 2346 fotos da capital francesa, que foram reunidas em uma só imagem por um programa de computador criado pela empresa Kolor. Magnifico!http://www.paris-26-gigapixels.com/index-en.html
CupCakes
A moda dos cupcakes, ou bolinhos de fadas como também são conhecidos chegou a Portugal e parece que veio para ficar. Pelo menos nos sítios onde estas pequenas obras de arte da doçaria estão à venda podemos encontrar sempre pequenas multidões de jovens e adultos para os comprar, e muitas vezes para os fotografar.É comum ver-se jovens raparigas de telemóvel em punho a fotografá-los antes de os comer, porque de facto, há cupcakes muito bonitos e apelatívos! Os cupcakes, devem o seu nome ao facto da medida dos ingredientes serem medidos numa chávena (cup), pois isso acabava por facilitar a memorização da receita e poupava tempo na cozinha. Há quem diga que são originários Grã-Bretanha, outros dizem que começaram primeiramente a serem produzidos e comercializados nos E.U.A., mas o que é certo que quem lhes trouxe fama mundial, foram aos personagens da série "O Sexo e a Cidade", que os compravam na famosa Magnólia Bakery, que depois da série tornou-se o santuário dos fãs dos cupcakes. Em Londres, a Hummingbird Bakery, é há muito tempo local de peregrinação habitual, para quem aprecia esses pequenos doces.Também os cupcakes podem ser lembrados através do filme de Sofia Coppola, "Marie Antoinette",em que vemos a mesma e respectiva corte a degludi-los numa orgia de beleza, glamour e futilidade absolutamente irresistível.Após serem catapultados para a fama surgiram livros de receitas que nos ensinam a fazê-los e os de Janet Smith, denominado de "Le Kit Cupcakes", ou da norte americana Martha Stewart, são hoje referências para quem os aprecia e adora colocar a mão na massa. Também os pequenos livros de Joaanna Farrow (200 cupcakes) e de Alisa Morov (Mon Kit Cupcakes) podem ser boas ajudas.Cada país acaba por ter o seu modo de fazer cupcakes.Em Portugal, há ainda quem lhes resista, devido ao facto de desconfiarem das coloridas coberturas que dão vida aos cupcakes e por os acharem algo enjoativos, devido à camada de creme que os cobre.Os ingredientes são os mais variados e há actualmente uma aposta nos frutos frescos para a realização dos cremes de cobertura. Assim, são utilizando os mais variados ingredientes, tais como a manteiga,queijo fresco, o rum,cerveja,tequila, chocolate,whiskie, café,cacau, castanhas, mirtilos, morangos, framboesas, cerejas, etc. Há inclusive quem aposte em sabores fortes para os homens e mais leves para as senhoras. Os produtos biológicos também fizeram a sua entrada na produção de cupcakes, acabando assim muitas vezes por fazer a distinção entre um bom produto ou a massificação do mesmo. Em Portugal existem bons pontos de venda desses pequenos bolos e aí poderemos apreciar, a delicadeza com que muitas vezes eles são apresentados. O papel frisado onde o cupcake é feito, é também um ponto a ter em atenção e muitas vezes podemos apreciar autênticas obras de arte que vão da forma à apresentação final, onde podem pontuar, fadas, pombos, flores, borboletas,corações, ursinhos,letras pintadas, pepitas de chocolate, de açucar,etc.O que interessa é dar asas à imaginação e os cupcakes são ideais para que isso aconteça.Na Internet, há vários sites que têm óptimas receitas para os cupcakes assim como já há livros em inglês e em francês com boas receitas e bonitas fotografias.O negócio também tem vindo a ser franchisado, tornando os cupcakes um negócio apetecível, se se saber usar boas receitas e bons ingredientes e não massificar o produto, fazendo com que este perca as suas características.Os cupcakes vieram para ficar e para nos levarem durante alguns minutos a um mundo de leveza, doçura, candura e muita beleza feita de açúcar.terça-feira, outubro 12, 2010
19 Orgasmos Femininos
- Annhh.. Annhhh...Annhhh!...
2 - Serpente:
Ssss!... Sssss!... Sssssssssssss!!!
3 - Matemática:
Mais! Mais! Mais! Maaaaaaaiis!!!
4 - Religiosa:
- Ai meu Deus!... Ai meu Deus!... Ai meu Deus!!!
5 - Suicida:
- Ai que eu vou morrer!... Ai! Vou morrer!... Vou morr eee eeer!!!
6 - Homicida!
- Se páras, mato-te!!! Mato-te!... Maaaaaato-te!!!
7 - Degustadora:
Ai que bom!... Ai que bom!... Que bom!... Que booooom!!!
8 - Gulosa:
Que delicia!... Que delicia!... Que deliiiicia!!!
9 - Interesseira:
- Dá-me!... Dá-me mais!... Dáááááááá-me!!!
10 - English teacher:
Oh! Yes!... Oh! Yes!... Oh! My God!... Oh! My Gooood!!!
11 - Zootécnica:
- Vem, meu macho!... Meu garanhão!... Meu maaaacho!!!
12 - Positiva:
- Sim!... Sim!...Sim!... Siiiiiiim!!!
13- Negativa:
- Não! Não! Não! Nãããããããããoooo!!!
14 - Dominadora:
- Faz!... Isso!.. Faz isso! Faz! Iiiiiiissssssooooo!!!
15 - Cozinheira:
- Mexe!... Mexe!... Mexe!... Meeeexe!!!
16 - Sensível:
- Estou a senti-lo!... Estou a senti-lo!. Estou a sentiiiii-lo!!!
17 - Ignorante:
- Ai o que é isto!? Ai o que é isto!? O que é iiiiiisto!!!???
18 - Profeta:
- Aí vem ele!... Aí vem ele!... Aí vem!... Aí veeeemmm!!!
19 - Casada:
- ... Olha, querido, pensando bem, acho que já era tempo de se pintar o tecto do quarto...
Questões...
O que leva a maior parte das pessoas a limpar o nariz sempre que se encontram parados numa fila de trânsito?
Haverá razões válidas para um homem ter no frigorífico durante semanas apenas cerveja e nos armários frutos secos?
Porque será que as mulheres andam sempre com carteiras super pesadas e cheia de coisas absolutamente necessárias?
Porque será que os homens ficam confusos com esse facto?
E mais importante...o que é que há dentro da pochete Louis Viton, que o Cristiano Ronaldo carrega para todo o lado debaixo do braço?
Bruno Nogueira e o Professor Marcelo Rebelo de Sousa
segunda-feira, outubro 11, 2010
Surrealismo
O Surrealismo é um movimento de intervenção poética, que aspira à libertação total do homem, de acordo com as suas inquietações mais profundas! Ao assumir a Arte como um meio de expressão livre e criativa, o Surrealismo exalta a imaginação sem fronteiras que, segundo Baudelaire é a "rainha das faculdades", ou, como diz Mário Cesariny, "só a imaginação transforma; só a imaginação transtorna". Ou ainda Breton: "Querida imaginação, o que eu mais aprecio em ti, é que tu não perdoas..."
Pelo seu grau de criatividade inesgotável, o Surrealismo surpreende, fascina e suscita o sentido do maravilhoso e a capacidade visionária do homem. Ao eleger a omnipotência do sonho e o jogo desinteressado do pensamento, o Surrealismo contribui para uma nova concepção da Arte e da Vida, que não abdica de uma consequente dimensão ética e poética. Nesta perspectiva, o Surrealismo não foi nem será nunca uma moda. Quem se assume surrealista nunca poderá deixar de o ser.
Para a maior parte das pessoas, tudo o que mexe tem graça! Haverá inquietação nesta ilusão que nos é proporcionada através de um túnel que parece não ter fim, com repetidos cenários?
O Surrealismo em que eu acredito capta o essencial e, nessa medida, abstrai. Simplifica e torna evidente o que é simples. Em contrapartida, a nova tecnologia tende a evidenciar o que é complexo.
Continuo a preferir a intenção satírica e visionária de Bosch ou a visão “paranóica” de Dali a este artificialismo meramente tecnológico, sem rosto, ou sem autor. Continuo a preferir a fixidez hipnótica de Chirico ou a fantasmagoria de Max Ernst. O movimento da máquina anula o mistério e a capacidade de fascínio da imagem fixa da pintura. Prefiro o poder sugestivo da imagética pictórica ao exibicionismo artificial da tecnologia, que apenas distrai ou diverte, mas não fascina nem inquieta! O Surrealismo exige convicção interior e dimensão poética!!!
Aldeia Global
Saber Cultural
domingo, outubro 10, 2010
Visita Virtual à Capela Sistina
http://tinyurl.com/ygspf5h
sexta-feira, outubro 08, 2010
Cavalos Marinhos
No seu estúdio, Frédéric Bazille, pintor francês, mostra um dos seus quadros aos seus colegas pintores Édouard Manet e Claude Monet (de chapéu). À esquerda encontra-se Pierre August Renoir (sentado), que conversa com o escritor Émile Zola (em pé,nas escadas).Esta obra, representa um olhar muito interessante e curioso, sobre o mundo de F.Bazille naquela época, os seus amigos e o espaço em que se movia. Mostra também a forma arrojada e muito generosa como Bazille desenhava os seus modelos e tratava a cor, o que viria a tornar-se a sua imagem de marca.Embora tenha morrido antes da sua primeira exposição impressionista, F.Bazille ficou intimamente ligado a este movimento, uma vez que colocou em prática uma forma radicalmente nova de pintura.O número de quadros que pintou é muito reduzido, uma vez que morreu apenas tragicamente com29 anos, numa batalha da guerra com a antiga Prússia. A sua morte ocorreu pouco antes da Academia Francesa de Arte ter rejeitado este quadro que aqui aparece, e que pode ser apreciado no Museu d'Orsay em Paris.F.Bazille nasceu em Montpellier em 1841. O quadro intitula-se "O Estúdio do Artista na Rue da la Condamine", foi realizado em 1870, é óleo sobre tela e tem 97x112cm.A Época do Professor Palhaço
quinta-feira, outubro 07, 2010
Artemisia Gentileschi
Artemisia Gentileschi, nasceu em Roma a 8 de Julho de 1593 e morreu em Nápoles em 1653. Foi das únicas mulheres a serem mencionadas no ramo da pintura artística do Barroco. Foi a primeira mulher a possuir uma posição privilegiada no campo artístico, dedicando-se a temas trágicos onde as suas personagens (femininas quase sempre) representavam sempre o papel de heroínas. Tendo a sua entrada na Escola de Artes de Roma sido negada (apesar de seu pai ter movido várias influências para que tal viesse a acontecer), por esta só aceitar homens, conseguiu ser aceite como aprendiz do pintor Agostino Tassi que num entanto, e num acto de paixão doentia por A. Gentileschi a acabou por violar. Essa violação (cujo julgamento de Agostino Tassi se vai arrastar pelos tribunais durante anos) vai dar o mote a Artemisia para pintar telas em que ela dá azo a toda a sua fustração e desejo de vingança. A.Tassi, nunca será verdadeiramente condenado, fugindo de Roma, mal teve oportunidade para tal. Esse ódio e fustração é bem patente na tela “Judith Decapitando Holofernes”em que o rosto de Judith não é mais do que uma representação simbólica da própria Artemisia julgando pelas suas mãos o seu violador.Filosofia Para Crianças
-Que coisa é aquela?(…)
-(…)
-Então tu vens do céu? De que planeta és?
Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho
A temática da Filosofia par Crianças, foi desperta em mim, aquando do visionamento de um programa de televisão na SIC, em que uma repórter percorria alguns colégios particulares de Lisboa, onde crianças que me pareciam ser do 1º e 2º ano do 1º ciclo realizavam uma sessão de FpC de 45 minutos, parecendo-me estar muito interessadas e atentas àquilo que era dito pela facilitadora. Por sua vez, esta dinamizava a sessão centrando-se no excerto de uma Novela, e, talvez por estar a ser filmada para uma audiência muito vasta que iria vê-la num possível Telejornal, as crianças eram incentivadas a elaborarem questões retiradas do excerto da novela lida pela facilitadora. Havia por parte da comunidade de investigação, muito interesse, dinâmica, alegria e sobretudo muita vontade de participar na sessão. Havia também um aspecto que me chamou a atenção, que era o respeito mútuo e o saber estar num grupo, o saber ouvir e o saber falar, em suma aquelas crianças, já tinham interiorizado regras de cidadania e respeito pelo outro, estando aptas para mais tarde, e já com um pensamento bem mais amadurecido, serem capazes de elaborar boas reflexões sobre valores, tais como a amizade, o respeito, a justiça, o amor, a solidariedade, a honestidade, etc. Sabiam questionar, e sabiam ouvir aquilo que lhes era respondido, essas repostas podiam não as satisfazer completamente, mas permitiam-lhes reflectir sobre as mesmas num prolongamento para além daquilo que a comunidade de investigação e a própria facilitadora lhes poderia fornecer. O interessante do que me era dado ver, é que leccionando eu na altura do visionamento do programa, turmas do 10ºano e onde a maior parte dos alunos possuía muita dificuldade em expressar o seu raciocínio, (no que a filosofia tem de mais básico!), ao ver aquelas crianças elaborando já raciocínios algo intrincados apercebi-me que de facto a FpC é um instrumento muito válido para o amadurecimento do raciocínio de um jovem adulto. Pensei então, que há que pensar a criança como um ser muito rico e apto para a aprendizagem, e se essa aprendizagem for a filosófica, naquilo que ela tem de mais básico e elementar ( o espanto, a questionação e o porquê das coisas serem o que são e não de modo diferente) então o caminho seguido por muitos colégios e escolas é muito positivo e possível de ser adaptado em todas as escolas, haja vontade para que isso seja feito.
Fazendo um pouco de história sobre o que é isso da FpC, ela existe já há vários anos em mais de sessenta países e nalgumas escolas portuguesas, (quase todas particulares, se bem que há já algumas públicas a realizarem sessões), com resultados muito positivos. Trata-se de um programa de desenvolvimento do raciocínio criado pelo filósofo Matthew Lipman, e que proporciona, através da prática do diálogo (método socrático), o desenvolvimento cognitivo, afectivo e social das crianças, nomeadamente a nível da dimensão crítica, criativa e ética do seu pensamento, numa relação profunda entre o pensar, falar e agir. Pelo que me é dado a ver ( e pelo que leio), tudo aquilo que mexe com a pedagogia, que vai contra os cânones instituídos, nem sempre é aceite de ânimo leve, e tanto é assim que o ensino público português ainda não teve vontade, ‘talvez política’) de integrar nas suas escolas o método, e salvo raras excepções o mesmo fica-se pelos colégios particulares, acabando por criar uma divisão bastante notória a nível intelectual nos alunos desses dois tipos de ensino, (acrescentando-se ainda outros tristes factores) que não interessam para aqui. Para além dos factores acima indicados, (e defendidos por Lipman) existem outros, como é a questão (colocada por educadores e filósofos) que é a de saber até que ponto a criança é capaz de filosofar! Como diz Dora Incotri em “É Possível a Criança Filosofar”, “(…) é certo que a filosofia contribui para se pensar a infância. Mas será que os filósofos e os educadores estão dispostos a considerar o potencial filosófico das crianças?” .A própria autora dá a resposta, remetendo-nos para Gareth Matthews, que por sua vez considera “que as correntes tradicionais do pensamento filosófico e psicológico dizem que isso não é possível, pois a criança não estaria de posse de instrumentos cognitivos necessários à abstracção filosófica”.Se por instrumentos cognitivos pensarmos em instrumentos mentais, elaborados, complexos, capazes de fazer ligações entre conceitos abstractos, e em que a criança esteja já na posse da capacidade de elaborar pensamentos reversíveis, argumentar de forma intrincada e complexa e onde a imagem mental e o jogo simbólico estejam já presentes de uma forma bastante equilibrada e evoluída, então a resposta é não! Uma criança do 1ºciclo ainda não está na posse desses instrumentos, eles surgirão obviamente a seu tempo. Mas, ela é já capaz de a partir da leitura de excertos de novelas adaptadas à sua faixa etária, criar ideias, elaborar questões simples, angustiar-se com certas situações e essa angústia pode fazê-la interrogar-se, ficar perplexa, espantar-se, e essa perplexidade e espanto perante a situação que ouviu através da leitura, pode despertar a sua curiosidade, e ao despertar essa curiosidade a criança procura saber mais…e eis que entramos no pensar filosófico! Então, por pensar filosófico, não posso entender por uma elaboração dolorosa, rígida e complexa do pensamento, mas sim o querer ir para além daquilo que a uma criança é suposto ver e ouvir. Uma criança, a partir do momento em que começa a ter esquemas mentais (Ex: pedir comida, aninhar-se ao colo de alguém que ama, brincar, criar amizades, ter ligações afectivas aos progenitores e não só, emocionar-se, etc), está apta a pensar sobre isso, e sobre outros factores que a ultrapassam de momento, mas que se lhe forem colocados à frente, ela tentará e será capaz de raciocinar sobre elas. Nesse sentido não posso estar mais de acordo com Anne Sharp quando diz: “Se me perguntassem por que em me envolvi na ideia de que as crianças façam filosofia, diria que é porque me sinto ofendida com a ideia de que tratamos crianças como se fossem depósitos e as mutilamos até que sejam maiores de idade. Elas fazem dezoito anos e continuam utilizando palavras como amor, amizade sem saber do que estão a falar”. Isso é verificável, quando chegando a um nível de ensino mais elaborado (Ensino Secundário) o jovem deparando-se com a disciplina de Filosofia, e tendo que raciocinar sobre a dimensão ético/moral/valorativa do seu agir (entre outros aspectos relevantes para à disciplina), vê-se na contingência de não saber minimamente daquilo que se está a falar na aula, do que tem de ler, pesquisar, ou sobre como elaborar uma reflexão filosófica…porque nunca foi confrontado, com o pensamento nas suas formas mais simples. Não é capaz de “pensar” com sentido, com lógica e assertividade. Se nos reportarmos a Jean Piaget, este concebia o ser humano como uma estrutura dinâmica que se constrói ao longo do tempo, passando por fases de desenvolvimento qualitativamente diferentes. Assim, e partindo da observação de várias crianças, entre as quais os seus próprios filhos, J,Piaget, verificou que o desenvolvimento cognitivo se processava por estádios de desenvolvimento. Ora, o que Piaget trouxe de ‘novo’ para a compreensão do desenvolvimento cognitivo de uma criança, foi a possibilidade que a mesma tinha em cada estádio, poder desenvolver ‘jogos de maturação’, conceptualizados em determinados esquemas de acção, em que a linguagem, a imagem mental, os esquemas de acção e de representação levavam ao pensamento, ou seja à capacidade da criança poder desenvolver o seu raciocínio, desde que para isso houvesse um contributo por parte do adulto de uma diversidade de experiências, entre os quais a capacidade de fazer a criança pensar por si mesma. Assim, se uma criança numa sessão de 45 minutos de FpC, é posto em confronto com um caso, cuja temática foi retirada de uma Novela…por exemplo “Hospital de Bonecas”, essa criança tenderá ao fim dos 45 minutos ( e mesmo que não se chegue a nenhuma conclusão) a raciocinar(na sua forma mais simples) sobre o valor do Amor, nas suas mais variadas vertentes. O amor maternal, o amor familiar, o amor pelos nossos brinquedos favoritos ( pela nossa Boneca favorita, como é o caso da Novela) o Amor como ligação entre os seres humanos. Será também confrontado com o facto de por vezes os adultos não possuírem respostas para tudo…apesar de serem adultos e que muitas vezes fogem às questões que lhes são colocadas. Assim essa criança, apercebe-se que também eles, os adultos, precisam muitas vezes de pensar sobre o mundo, sobre as coisas, visto que julgando saber tudo….afinal nada sabem! Uma criança que é posta perante a leitura de um excerto da Novela Kiko e Gui, apercebe-se que muitas vezes os adultos gostam de inventar histórias para si mesma e que elas crianças conseguem dar conta desse logro….conseguem detectar incoerências e que mais uma vez os adultos…. não sabem tudo, quando pensam tudo saber! Uma criança que é posta perante um excerto da Novela Aristóteles Maia, pode conseguir chegar ela própria a deduções lógico aristotélicas, sem que contudo saiba ou esteja interessada em saber quem foi Aristóteles, consegue, iniciar um raciocínio silogístico que mais tarde lhe permitirá criar deduções interessantes e verificar que muitas vezes os seres humanos tiram elações erradas não respeitam em muitas ocasiões as regras da lógica, fazem generalizações precipitadas e abusivas…e o mais interessante, está apto futuramente a criar um raciocínio lógico, em suma a falar correctamente. O que é certo é que está provado que as crianças têm uma apetência natural para criaram questões de cariz filosófico. O facto que continuamente questionarem tudo o que as rodeia, (obviamente que não há regras sem excepções, visto que há crianças que passam pela sua infância incólume a qualquer questionamento da vida, mas a psicologia tem mecanismo para destrinçar o porquê disso) fazem delas seres ideais para se aproveitar todo capital que elas contêm. Nesse sentido, e como salienta Dora Incontri, “poderíamos dizer que as crianças parecem estar mais aptas a filosofarem do que boa parte dos adultos. Não que elas teriam mais capacidade de elaborar raciocínios difíceis e complexos do que filósofos profissionais. Ou que encontrariam mais facilidade para compreender os vários sistemas filosóficos. Ou ainda, que dominariam um vocabulário técnico com mais competência que um adulto. Não é isso. É que elas têm mais a ver com a essência do pensar filosófico”.Essa essência do pensar filosófico, passa pela questionação incessante, pelo espanto e pela admiração a tudo o que as rodeia e onde a ingenuidade das perguntas esconde o querer saber o porquê das coisas serem deste e não de outro modo. Segundo Platão e Aristóteles, “(….) o espanto foi o princípio da filosofia, também e como nos diz a autora acima citada, “ também para os modernos como Descartes, a admiração está na raiz da dúvida, da interrogação e da investigação, portanto, no início do filosofar". É próprio do pensar infantil a imensa capacidade de admirar o mundo, no processo de construção de significados e valores. O adulto já tem suas certezas e seus valores e está em meio a tantas preocupações cotidianas, a tantos desencantamentos, que perde a capacidade de admirar-se perante a existência”.Não poderei deixar de terminar esta minha reflexão, sem levantar aqui a seguinte questão: Caberá considerar algum inconveniente para o Pensar Filosófico em mentes tão novas?Terão elas maturação suficiente para perceberem o que está em causa nas interrogações por si colocadas ou nos jogos por si realizados?Se nos reportarmos a Ortega, este defende que “o que é próprio do homem não é o conhecimento, mas a necessidade contínua e incessante de pensar, de saber a que ater-se”. Assim, se tivermos em conta que o homem é um ser racional por natureza, e que esse pensar seja ele filosófico, cientifico, religioso, político, estético,mitológico,etc, faz parte da genes, então poderemos dizer que não há inconveniente nenhum.Contudo, é óbvio que nem todos os seres humanos, vulgo crianças, porque é delas que aqui estamos a tratar, se entregam ao mesmo tipo de raciocínio, posto que a diversidade de interesses, oportunidades, vontades e capacidades intelectuais é prova disso.Mas, se somos seres humanos e se fomos ‘lançados neste mundo’, (Sartre), e se somos superiores a tudos os seres viventes então que mal pode vir ao mundo e às nossas próprias vivências, começarmos desde novos a fazer bom uso dessa racionalidade? Se não houver uma violentação da vontade da criança, se uma comunidade de investigação, questionar, interrogar, dialogar e ao fim de 45 minutos, sair da sesão capaz de continuar a reflectir sobre aquilo que foi debatido,então o que ali se verificou, foi um despertar para o espírito crítico-filosófico, estimulado pelo debate e pelo raciocínio em comum. Se esse bom uso do raciocínio for feito desde cedo, e se isso contribuir para a melhoria do mundo em que vivemos, (as crianças são o nosso futuro), o pensar de forma filosófica criará a possibilidade de existir, tal como diz Dora Incotri ,”um questionanamento sobre a vida, um apelo à consciência do ser e um parto da alma, com a ajuda dos mestres. (…) a criança é sim capaz de filosofar e ser interlocutora da filosofia. É nesse sentido que se pode dizer que as crianças estão mais perto da filosofia, do que boa parte dos adultos”.
quarta-feira, outubro 06, 2010
Frida Kahlo
"Lembro-me que tinha sete anos quando se deu a "Decena Trágica.Testemunhei com os meus próprios olhos a batalha dos camponeses de Zapata contra os Carrancistas".Foi com estas palavras que Frida Kahlo (1907/1954), ao escrever no seu diário nos princípios de 1940, descreveu as suas recordações da Decena Trágica, "os dez dias trágicos" de Fevereiro de 1913. De facto, a sua identificação com a Revolução Mexicana (1910/1920) foi tão forte que ela sempre disse ter nascido em 1910. Seguindo-se à era colonial e aos trinta anos de ditadura do general Porfírio Díaz, a revolução procurou implantar mudanças fundamentais na estrutura social do país.Frida Kahlo decidira aparentemente que ela e o novo México tinham nascido ao mesmo tempo. Na verdade, Frida era três anos mais velha, até porque Magdalena Carmen Frieda Kahlo Calderón nasceu a 6 de Julho de 1907 em Coyocán, mais tarde um subúrbio da Cidade do México, terceira das quatro filhas de Matilde e Guilherme Kahlo. Numa conversa com a crítica de arte Raquel Tibol, a artista descreve pormenores da sua infância."A minha mãe não me podia dar de mamar porque a minha irmã Cristina tinha nascido apenas onze meses depois de mim. Fui amamentada por uma ama, cujos seios eram lavados imediatamente antes de eu mamar. Num dos meus quadros apareço, com cara de mulher adulta e corpo de criança, nos braços da minha ama, com leite a escorrer dos seios dela como se fossem do céu." A obra em questão é A Minha Ama e Eu", de 1937.Por outro lado descreve o pai como sendo cordial e carinhoso, "A minha infância foi maravilhosa", escreveu ela no seu diário, "porque apesar do meu pai ser um homem doente (sofria de tonturas frequentes), foi para mim um grande exemplo de ternura, de trabalho (como fotógrafo e também como pintor) e, acima de tudo, de compreensão de todos os meus problemas."Também se recorda, quando teve poliomielite aos seis anos, o modo especial como o pai tomou conta dela durante os nove meses de convalescênça. A sua perna direita ficou muito magra e o pé esquerdo atrofiado. Apesar do pai se certificar de que ela fazia regularmente exercícios de fisioterapia para fortalecer os músculos debilitados, a perna e o pé ficaram deformados para sempre.Esse foi um sofrimento que, enquanto adolescente, ela procurou esconder dentro das calças e, mais tarde, debaixo de compridas saias mexicanas.Tendo-lhe sido posta a alcunha de "Frida da perna de pau", na infância, algo que a magoava profundamente, ela veio mais tarde a ser o centro das atenções com as suas vestes exóticas que usou até morrer. Acompanhou várias vezes o pai, um entusiasta artista amador, nos seus passeios, como pintor, pelas zonas campestres locais.Ele ensinou-a também a usar máquina fotográfica e a revelar, retocar e colorir fotografias-experiências que vieram todas elas a ser muiito utéis para a sua pintura.No dia 17 de Setembro de 1952, ao voltar da escola para casa, Frida Kahlo e o namorado apanharam um autocarro para Coyoacán.Poudo depois deu-se um terrível acidente: o autocarro chocou com um eléctrico e várias pessoas sofreram morte imediata.Frida também ficou muito ferida, o que levou os médicos a duvidarem da sua sobrevivência.Um ano depois, num pequeno esboço a lápis, a que ela vai intitular de "Acidente", regista o trágico acontecimento que viria a modificar-lhe a vida de maneira decisiva.Devido ao acidente ficou de cama durante três meses.Passou um mês no hospital.Depois de inicialmente parecer ter recuperado por completo, começou a sentir dores na coluna e no pé direito. Também se sentia sempre cansada. Aproximadamente um ano depois, deu de novo entrada no hospital.A coluna não fora radiografada na altura do acidente, e só então se descobriu que tinha várias vértebras deslocadas.Durante o nove meses seguintes teve de usar uma série de coletes de gesso.Nas inúmeras cartas que escreveu a Alexandro Gómez Arias desabafou tudo o que sentiu durante este período em que esteve completamente privada de liberdade de movimentos corporais e em que por vezes tinha de ficar imóvel na cama. Foi nesses meses que começou a pintar, como um modo de evitar o aborrecimento e a dor."Eu senti que tinha energia suficiente para fazer outras coisas sem ser estudar para vir a ser médica"."Comecei a pintar sem dar muita importância a essa actividade", disse ela mais tarde ao crítico de arte Antonio Rodríguez. "O meu pai, teve durante muitos anos, uma caixa de tinas de óleo e pincéis dentro de uma jarra antiga e uma paleta a um canto do seu estúdio fotográfico. Ele gostava de pintar e de desenhar paisagens de Coyoacán junto ao rio e por vezes copiava cromolitografias.Desde pequenita, eu não tirava os olhos daquela caixa de tintas.Não sabia explicar porquê!Como ia ficar presa a uma cama durante tanto tempo aproveitei a oportunidade para pedir a caixa ao meu pai.Como um miúdo pequeno a quem tiram o brinquedo para dar ao irmão doente, ele emprestou-ma.A minha mãe pediu a um carpinteiro que me fizesse um cavalete de pintor, se é que isso se podia chamar ao material especial que se conseguiu montar na minha cama, pois eu não me podia sentar por causa do colete de gesso. E assim comecei o meu primeiro quadro:o retrato de um amigo".Também se colocou um dossel com um espelho que cobria toda a parte de baixo da cama de modo que Frida se pudesse ver e ser o seu próprio modelo.Num dos seus quadros ( o que aqui aparece), Kahlo retrata-se, precisamente deitada nesta cama de dossel, em que o seu esqueleto paira sobre ela, num prenúncio do infortúnio que se tornaria a sua vida. Assim começaram os auto retratos (que pintava quase que obsessivamente) e que vieram a dominar a obra de Frida Kahlo, permitindo-nos ver todas as etapas do desenvolvimento desta grande artista mexicana.
"Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o tema que conheço melhor".
O pequeno filme que realizei procura mostrar alguns dos auto retratos desta pintora excepcional, que nos deixou inúmeras obras e que procurava neles reflectir o momento pelo qual passava e que embora fossem bastante "fortes", não eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade". Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar - Frida".
Talvez Frida não suportasse mais tanta dor física e tanto sofrimento emocional.
Eduard Hopper
The Boys Are Back
Gosto muito do actor Clive Owen, e desde que o vi no filme "Infiltrado" do realizador Spike Lee e também no filme "Os Filhos do Homem", (entre outros tantos bons filmes), que considero que estamos perante um excelente actor e que tem sabido gerir muito bem a sua carreira. Não sendo um actor que ande constantemente 'nas bocas do mundo', (apesar de dar o rosto em várias campanhas publicitárias),Clive Owen é contudo um valor seguro em qualquer filme que entre, posto que consegue sempre transfigurar-se e dar tudo aquilo que pode e tem, e isso para mim é de uma humildade e ao mesmo tempo de uma grandiosidade magnifica. Neste filme que estreará amanhã em Portugal temos outra vez o actor num bom registo, dando corpo a um pai que de repente se vê a braços com a responsabilidade de criar os filhos sozinho depois de ver a mulher morrer de cancro. Rejeitando todos os conselhos de como educar os seus filhos, dados pelos amigos e sogra, desenvolve ele próprio a sua filosofia de educação lutando ao mesmo tempo para manter a família unida e não deixando de dar conta o quanto é difícil as crianças lidarem com a morte e com uma brusca mudança de vida. O filme tem feito uma boa carreira por vários festivais de cinema e é baseado numa história verdadeira.terça-feira, outubro 05, 2010
Roy Lichtenstein-No Carro
Esta enorme tira de banda desenhada de Roy Lichtenstein cria um poderoso impacto no espectador, devido às suas intensas cores primárias e estilo muito directo. O cartoon original foi fielmente reproduzido,mas em larga escala, recorrendo á vulgar técnica, "pontos de Ben Day" muito utilizada para imprimir banda desenhada de baixo custo e que aparecia nos jornais.Lichtenstein utilizou imagens de objectos de grande circulação, materiais e produtos industriais, deslocando frequentemente as imagens do seu contexto original e parodiando-as.Ao simplificar ao máximo e ao alterar, aumentando-as, as escalas dessas imagens, o artista não estava a fazer um comentário social sobre o assunto, mas a tentar dar a conhecer melhor a estética americana dos anos sessenta.Sendo um dos expoentes da Arte Pop americana, na qual os artefactos, meios de comunicação e produtos da vida moderna eram utilizados como formas de arte, Lichtenstein continuou a usar elementos do imaginário popular no seu trabalho. Este artista morreu em Nova Iorque em 1993, cidade que sempre o inspirou para os seus inúmeros trabalhos artísticos. Esta obra intitulada "No Carro", foi realizada em 1963, é Magna sobre tela, tem 172x203,5cm e pode ser apreciada no Scottish National Gallery of Modern Art em Edimburgo.Poderão ver mais algumas obras deste excepcional artista no filmezinho que realizei.

