terça-feira, agosto 31, 2010

Correr ou não Correr?

Nós as mulheres passamos a vida a correr. Corremos atrás de um carro de supermercado, de filhos inquietos, destrambelhados e inconstantes, de amigos mais ou menos fugidíos,de empregos instáveis, cansativos e muitas vezes mal remunerados,atrás da família, da melhor amiga, de bons saldos e de um belo par de sapatos que nos satisfaçam o ego e, para grande desgraça nossa.... grande parte da nossa vida corremos atrás daquele ser que pensamos ser o homem da nossa vida, caso sejamos heteroxessuais, (mas parece-me que se o não formos acontecerá o mesmo).Essa correria tem os seus riscos e esta última não é de todo isenta de perigosos espinhos que a qualquer momento nos pode ferir e fazer sofrer dolorosamente.Não há rede que nos suporte, caso nessa correria tropeçarmos e cairmos, e quando essa rede existe, ela por vezes é composta por seres tão ou mais fragéis que nós, e por isso o melhor é tentarmos alcançar a nossa meta, procurando não atropelar e magoar ninguém, alcançando o nosso 'troféu' com alguma dignidade e sem que tenhamos feito muitas figuras tristes.Relembro constantemente as palavras de E.A.Poe que um dia escreveu:"A vida do ser humano consiste em ser feliz, sobretudo porque viver na esperança de sê-lo muito em breve".Sem que quase nos apercebamos disso, passamos a vida a correr atrás da felicidade (seja lá isso o que for).Ela reveste-se de muitas formas que vão do dinheiro ao Amor passando pelo mais puro despojamento e altruísmo.Para muitas mulheres essa corrida terá o seu terminus quando ela alcança o seu mais que tudo, aquele que lá estará para a amparar, aquele que a ouvirá e a compreenderá.Mas...e há sempre um mas, onde poderá ela encontrar esse ser?Nos dias que correm isso é uma empreitada bem difícil, e muitas vezes ela terá que continuar a sua corrida ad eternum... A insatisfação dos seres humanos é imensa, e mais intensa é a das mulheres.Vivemos num constante trapézio, saltitamos por inúmeros lugares e situações umas mais felizes...outras nem tanto, e sem que nos apercebamos, estamos sempre numa constante correria atrás de algo, e é precisamente essa manifesta insatisfação que nos torna tão incompreendidas e faz de nós mulheres os seres mais estranhos e ao mesmo tempo mais complexos colocados ao cimo da terra.

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