quinta-feira, outubro 02, 2014

Em Parte Incerta

Com realização do grande realizador  David Fincher eis que estreou hoje nas salas de cinema a sua novíssima obra "Em Parte Incerta", (Gone Girl) com Ben Affleck e  uma surpreendente Rosamund Pike nos principais papéis. O filme foi retirado da obra de Gillian Flynn que também é aqui a autora da adaptação cinematográfica.
 Este Em parte Incerta é para mim  um acontecimento cinematográfico, (como quase todos as obras deste realizador), visto que o filme é mesmo muito bom e não me admiraria nada que aquando dos Óscares não só o víssemos nomeado para várias categorias, tais como o de Melhor Filme, como Rosemund Pike a receber o de Melhor Actriz Principal e autenticamente merecido, pois embora a sua carreira seja feita de altos e baixos e ela não seja uma estrela ao nível de uma Amy Adams, para lá caminha rapidamente.
 O filme é extremamente bom e fantasticamente soturno. É o desmanchar paulatino de um casamento, em que se no início tudo parece muito bem, com o andamento do mesmo brechas vão surgindo e o que vemos não é nada bonito de se ver.
É um filme longo, violento, muito negro e triste, a espaços extremamente surpreendente, desconfortável, amargo, por vezes irónico, com prestações avassaladoras de ambos os actores  coadjuvado pelos fantásticos Tyler Perry (num impagável advogado) Neil Patrick Harris,Carrie Coon, Kim Dickens, Patrick Fugit , entre outros.
É uma obra cinematográfica que deixa-nos um sabor amargo durante e no fim, e em que a 'instituição matrimonial' é completamente estraçalhada não ficando pedra sobre pedra.
No fim...bem no fim cada um sai do cinema muito descrente da vida conjugal (habitua-te....isto é o casamento! diz a páginas tantas Amy a personagem principal para um atónito e assustado marido) e o que vemos ali, de delicioso ele nada tem, muito pelo contrário!
Pelo que eu li,  Gillian Flynn, a autora do livro não quis que o fim do filme não fosse igual à da obra para surpreender o espectador. Eu como não li a obra(faço intenções de o fazer depois de hoje ter visto o filme) saí do cinema  completamente surpreendida, com um sabor amargo na boca e com a cabeça muito cansada de tanta maldade e atónita com o que um ser humano é capaz de fazer a outro mesmo vivendo durante anos sob o mesmo tecto.
Realmente o ser humano não me deixa de surpreender nunca, e talvez seja isso que faça a sua riqueza e grandeza.
Um grande filme de um grande realizador, merecedor de todos os prémios que poder ganhar.
 Ah...Ben Affleck está um must, pois para mim  tem tanto de bom actor como de bom realizador.
 Temos homem!

1 comentário:

redonda disse...

Estou a pensar em ler o livro (uma das minhas irmãs já leu e gostou)