domingo, setembro 27, 2009

E.Delacroix-A Liberdade Guiando o Povo

Eugene Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "
...nem sempre a pintura precisa de um tema".
Delacroix nasceu numa família de grande prestigio social sendo o seu pai era ministro da República. Alguns acreditam que o seu pai natural teria sido na realidade o príncipe Talleyrand, que viria a ser mais tarde o seu mecenas. O fato é que Delacroix teve uma educação esmerada, que o transformou num erudito precoce pois frequentou grandes colégios de Paris, teve aulas de música no Conservatório e de pintura na Escola de Belas-Artes. Também aprendeu aquarela com o professor Soulier e trabalhou no ateliê do pintor Pierre-Narcise Guérin, onde conheceu o pintor Géricault. Visitava quase todos os dias o Museu do Louvre, para estudar as obras de Rafael e Rubens.
O seu primeiro quadro foi A Barca de Dante — a obra deste escritor italiano foi um dos temas preferidos do romantismo. A tela lembra A Barca da Medusa, de Géricault, para quem o pintor havia posado.
Algumas pessoas viram no artista um grande talento como o de Rubens e o as semelhanças de Michelangelo. Não tão apreciados da mesma maneira: O Massacre de Chios (1822), A Morte de Sardanápalo (1827) e A Tomada de Constantinopla pelos Cruzados (1840), baseadas em temas exóticos e históricos, de composições bem mais caóticas e de uma dramaticidade e simbolismo cromático incompreensíveis para a Academia.
Delacroix interessou-se também pelos temas políticos do momento. Sentindo-se um pouco culpado pela sua pouca participação nos acontecimentos do país, pintou então a que hoje é considerada a sua obra mais conhecida A Liberdade Guiando o Povo (1830), um quadro que o Estado Francês adquiriu e que foi exibido poucas vezes, por ter sido considerado excessivamente panfletário. O certo é que a bandeira francesa tremulando nas mãos de uma liberdade resoluta e destemida, prestes a saltar da tela, impressionou um número não pequeno de espectadores.
Em 1833 Delacroix foi contratado para decorar o palácio do rei em Paris, o Palácio de Luxemburgo e a biblioteca de Saint-Sulpice. Nos seus últimos anos de vida preferiu a solidão de seu ateliê.

Sem comentários: