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O que aqui vemos nada mais é que uma cena puramente académica, uma vez que agrupa figuras do primeiro plano num triângulo, uma formação muito neoclássica. A cesta que a rapariga em pé tem à cabeça está pintada como se de uma natureza morta se tratasse, pois nada nessa cesta tem um tom natural, assim como pouco natural é a posição do rapaz que cruza a perna esquerda sobre a direita como se estivesse num salão de um qualquer palácio, e com a mão direita segura um cacho de uvas acabado de ser colhido. A dama de negro segue-lhe as pisadas e o modo que segura o mesmo cacho de uvas é de um artificialismo quase teatral, assim como artificial é a posição do menino que de costas para os espectador tenta alcançar esse mesmo cacho de uvas.Por detrás dessa triângulo de primeiro plano vemos dois homens trabalhando no campo e a paisagem circundante é de um plano de cores vivas. No chão vemos folhas de videira, numa alusão ao Outono aqui retratado.
Apesar do artificialismo de toda esta cena, não deixa de nos surpreender saber que alguém teceu esta tapeçaria, tão cheia de pormenores, cores e onde os personagens principais estão tão ricamente vestido como é o caso da personagem masculina que com o seu fato amarelo ricamente bordado dá uma nota de alegria a este Outono mês de vindimas.
Esta tela poderá ser vista no Museu do Prado em Madrid.
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