segunda-feira, julho 11, 2011

O Sono na Arte



Será que nosso sono, o de quase todos os mamíferos ou das aves pode ser considerado um acessório sem "utilidade" do ponto de vista da sobrevivência dos organismos?Tudo indica que não. Mas se indagarmos sobre a utilidade do sono para quem estuda o sono, provavelmente a resposta será que não apenas uma mas muitas utilidades.Uma delas diz respeito à coincidência entre sono e certas actividades orgânicas, como a secreção de vários hormônios em mamíferos. O sono não é responsável pela produção desses hormônios, mas sem dúvida as intensifica. Tal constatação caracteriza o papel do sono como facilitador dos processos de produção desses hormônios.Outra utilidade aparente do sono é a sua capacidade de propiciar distintos modos de funcionamento do cérebro durante uma noite, que se manifestam sob a forma de estágios: sono superficial, sono profundo e sono paradoxal. Esses dois últimos apresentam o que se convencionou chamar de "efeito rebote": um indivíduo privado de uma noite de sono compensa essa privação na noite seguinte, exibindo preferencialmente esses dois estágios.O sono parece estar ligado à capacidade do cérebro de adquirir e resgatar informações, como atestam experimentos que associam sono e memória. Além de dificultar a aprendizagem, a falta de sono induz modificações importantes no humor das pessoas.Tais fatos mostram a importância do sono e talvez expliquem sua presença em diversas espécies. Em invertebrados, embora seja discutível chamar o estado de inactividade de sono, a alternância entre actividade e repouso é uma regra. A suposta "inutilidade" do sono não tem, pois, fundamento científico, adequando-se a um tipo de mentalidade que só entende funcionalidade dos fenómenos biológicos quando estes têm relação imediata de causa e efeito.Por outro lado, permanecer em vigília constante não é compatível com a especialização de animais de hábitos diurno e nocturno. Assim, esta necessidade que todos os mamíferos têm de dormir, fez do sono um bom mote para a arte. São vários os pintores e escultores que se interessaram por esse tema. Pablo Picasso, Salvador Dalí ,Mary Cassat,Paula Rego, Amedeo Modigliani,Toulouse Leutrec, Vermeer,Renoir,Rousseau, entre tantos, interessaram-se pelo tema e retrataram o sono das mais variadas formas. Uns fizeram-no através de  formas convencionais, outros foram mais além, mas o que todos eles procuraram foi captar este momento em que o ser humano se entrega ao descanso, perdendo-se aos sonhos ou pesadelos, ambos necessários ao bom funcionamento do cérebro.


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