O realizador americano Terrence Malick conquistou este domingo a Palma de Ouro do 64º Festival de Cannes com o seu filme «A Árvore da Vida», produzido e interpretado por Brad Pitt, Jessica Chastain, Sean Penn, Fiona Shaw, entre outros .Há que salientar que este filme de T.Malick (que não é fotografado há mais de 30 anos e que impôs a si próprio uma reclusão só comparável a de S.Kubrich) fez a sua estreia na primeira noite do festival, sendo na altura recebido bastante com frieza por parte do público. A fazer fé no que foi dito, o filme recebeu uns míseros 3 minutos de aplausos, um valor muito abaixo do que costuma receber um realizador tão conceituado, (a média é de dez minutos). O crítico do jornal "The Independent" assinalou mesmos os assobios e uivos da audiência, mas desvalorizou tais atitudes. Afinal Malick, que com "A Árvore da Vida" estreia o seu quinto filme em quase 40 anos de carreira, é conhecido por polarizar as audiências.É daqueles realizadores que amamos ou odiamos. Realço também aqui o facto de Malick coerente com a sua auto reclusão, não ter ido receber o prémio sendo este sido entregue aos produtores, um dos quais o actor Brad Pitt."Há que admirar a preserverança de Malick", escreveu Geoffrey Macnab no "The Independent" depois de ver o filme. "Nenhum outro realizador americano, nem sequer Stanley Kubrick no seu auge fez um filme tão idiossincrático como "A Árvore da Vida". É um filme experimental de duas horas que mais facilmente poderia passar numa galeria de arte do que num cinema. Cheio de monólogos interiores, flashbacks e flashforwards, é lírico, místico, inspirador e às vezes muito frustrante", conclui."Estamos de acordo em afirmar que este foi o filme que tinha a grandeza, a amplitude, as intenções e o impacto necessários para o que pode se esperar de uma Palma de Ouro», explicou Robert De Niro, presidente do júri do festival.Este filme de T.Malick terá a sua estreia em Portugal, muito em breve.Quem também saiu vencedora neste Cannes 011, foi a actriz Kirsten Dunst, que conquistou o troféu de Melhor Actriz pelo seu excepcional papel de noiva depressiva no filme «Melancholia», obra que foi bem recebida pelos críticos apesar de seu realizador, Lars von Trier, ter sido considerado «persona non grata» no festival ao causar um escândalo com suas declarações polémicas sobre Hitler.A actriz não se amedrontou com essas criticas, tendo no momento dos agradecimentos ao prémio recebido, referido o nome de Lars von Trier, saientando o quanto lhe estava agradecida.O galardão de Melhor Actor foi para Jean Dujardin, de 38 anos, no seu papel de uma estrela de cinema decadente em «The Artist», de Michel Hazanavicius, filme mudo e a preto e branco. Muito entusiasmado, o actor francês ajoelhou-se diante do Robert de Niro e declarou na sua saída do palco: «acho que vou ficar calado... Foi assim que me dei bem!»Original!
Não posso deixar de realçar o facto de que este ano o cartaz alusivo ao Festival prestou uma homenagem à actriz Faye Dunaway colocando a sua fotografia (belíssima) quando jovem, a preto e branco.
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