segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Noite de Oscares

Foi sem grande surpresa que vi Mad Max ser o grande vencedor na Noite dos Oscares, porque eu já aqui tinha vaticinado que nas categorias técnicas ninguém levaria a melhor sobre esta obra de Jorge Miller, e acredito que qualquer realizador terá que fazer muito para superar o que ali vemos em termos cinematográficos. De facto é de ficarmos pregados à cadeira a ver aquelas imagens a sucederem-se vertiginosamente no ecran. O balúrdio que ali foi gasto, tiraria-nos do defaut  ou pelo menos ajudaria nisso. Assim, Mad Max ganhou nas categorias de Melhor Mistura de Som, Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Montagem, Melhor Caracterização, Melhor Guarda Roupa (e eu que julgava que este ia para A Rapariga Dinamarquesa) e só não ganhou na Melhor Banda Sonora porque o Óscar  foi justamente para Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino, que tem  uma a banda sonora maravilhosa sob a chancela do incomparável  e muito merecedor desse prémio Ennio Morricone . Foi um prémio mais que justo.

Alejandro González Iñárritu foi justamente premiado com o Óscar de Melhor Realizador pelo seu O Renascido e a estatueta de Melhor Filme  ( para grande surpresa minha e de muita gente que tinha apostado as fichas todas no O Renascido)  foi para O Caso Spotlihgt (juntamente com o Óscar de Melhor Argumento) filme esse que já aqui abordei. Já não é a primeira vez que isto acontece, ou seja, a estatueta de Melhor Filme não ir para o de Melhor Realizador. Enfim...
 Surpresa, surpresa foi Mark Ryllance que  ganhou a estatueta para o de  Melhor Actor Secundário pela sua prestação em A Ponte dos Espiões batendo o inesperado Silvester Stalone, que apesar de eu não ter visto a sua prestação em Greed, já foi galardoado em outros festivais pelo mesmo filme e parece-me que levar um Óscar seria demasiado.
Penso que se receber futuramente algum será de consagração de carreira no cinema.
A seguríssima Alicia Vikander que veio para ficar,  ganhou o Óscar de Melhor Actriz Secundária pela sua sempre segura prestação em A Rapariga Dinamarquesa.
O Óscar para Melhor Argumento Adaptado foi para o fabuloso e didáctico A Queda de Wall Street e o de Melhor Documentário para Amy de Colin Gibson.

Já o  Óscar para Melhor Actriz Principal foi para  Brie Larson (esta jovem chegou viu e venceu e sambou na cara da concorrência!) em Room um filme que ainda não vi e por isso não posso comentar, mas que pelo que tenho ouvido é excelente.

O Filho de Saul levou a estatueta para Melhor Filme Estrangeiro, coisa  que eu já aqui tinha vaticinado... eu que estava a torcer por Mustang, filme que já postei aqui.
 Sem grandes surpresas o muito bome divertidissimo Inside Out levou o Óscar para o Melhor Filme de Animação, Sam Smith para Melhor Canção, (Writings on the Wall do filme Spectre) tendo a par de Iñárritu e  di Caprio proferido um dos melhores agradecimentos da noite com um discurso muito assertivo em prol da liberdade gay e assumindo-se tal como ele é! Grande Sam Smith!. 
O Oscar para Melhor Efeitos Visuais foi para o soberbo Ex Machina, e o 'meu'  Leonardo di Caprio levou o mais que merecido Óscar para Melhor Actor Principal por O Renascido.
Foi mais que merecido porque este actor nos últimos anos tem-nos brindado com actuações magnificas infelizmente  nunca reconhecidas pela academia.
Fez um belíssimo e comovente discurso em prol da minorias e do ambiente e como 'realeza'  que é não lhe cortaram o discurso com música, coisa que foi feito aqueles que ultrapassavam os 45 segundos. Grande Leonardo!
Os derrotados (coisa que já se esperava) foram Star War:Force Awakens,(nem nas categorias técnicas se salvou) Brooklyn, Carol e  Perdido em Marte.

Do resto, foi o habitual.
Chris Rock o apresentador que até tem muita graça, desta vez brindou-nos  com piadas que a meu ver foram de muito mau gosto e algo repetitivas, acerca da não presença de actores negros entre os nomeados, salvando-se o espectáculo com Lady Gaga, que deu o litro mostrando ser uma verdadeira Woman Show.
Os discursos, foram bons, uns melhores que os outros como já o salientei mais acima, ninguém deu um trambolhão nas escada...ups a Jennfier Lawrence não recebeu nada e por isso não subiu as ditas cujas, houve boicotes vários e assim se fez mais uma edição dos Oscares, no Dolb Theatre com gente vestida de uma maneira muito sem graça salvando-se a meu ver as já habituais, Cate Blanchet, Charlize Theron, Julliane Moore e passando a integrar este lote, Allicia Vikander.
Para o ano haverá mais se Deus quiser.
Ah...não percebo o porquê de Rooney Mara que é tão boa actriz ter permanentemente aquele ar antipático de  quem de todo não quer estar onde está.
 Já está a começar a irritar!

domingo, fevereiro 28, 2016

Uma Boa Comédia

Para quem queira soltar umas boas gargalhadas é só ir ver o filme Salvé,César os manos Ethan e Joel Coen.
 Gostei muito do filme e diverti-me a valer. Eu gosto muito do humor corrosivo destes realizadores e ainda gosto mais quando eles vão buscar George Clooney para fazer o papel de um dos maiores canastrões que me foi dado a ver ultimamente no cinema, juntando a isso os anos 50 onde um desgraçado, cansado e algo sem rumo director de um estúdio, papel desempenhado muito bem por Josh Brolin, tem de lidar com um naipe de vedetas cada uma mais doida que a anterior e ainda tentar salvar um actor das mãos de um bando de comunistas infiltrados em Hollywood.
 Só o tema já em si já é um must, mas quando se junta Scarlett Johansson,(uma 'sereia' grávida) Ralph Finnes,(uma espécie de S.Kubrick que leva os actores à mais completa exaustão de tanto repetirem as deixas))Channing Tatum( bolas, o rapaz dança que se farta), Tilda Swinton, (a fazer um duplo papel e sempre deliciosa), Jonah Hill, Frances McDormand, Alden Ehrenreich, ( o que me ri com o papel deste jovem actor!), Christopher Lambert, Robert Picardo, Clancy Brown,o resultado é uma comédia, muito boa, com um humor muito inteligente e assertivo  e onde vemos os bastidores dos estúdios, as idiossincrasias, as manias, as exigências, e a loucura  dos que a ela pertencem. 
No final disso tudo até ficamos admirados como depois daquele caos  acaba por  obras absolutamente irresistíveis.
Estão de parabéns os irmãos Coen por mais uma vez nos brindarem com um bom filme.
Ah....só ver o grande  Baird Whitlock (George Clooney)  a ser esbofeteado por (Edward Mannix) Josh Brolin, já vale a pena ir ver este filme. Só rir!

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Trumbo

Gostei. Gostei deste Trumbo, realizado por Jay Roach e que baseado em factos reais relata as agruras por que passa Dalton Trumbo, quando em 1047 ele e   mais nove personagens de Hollywood, (argumentistas, escritores, actores...) são chamados a depor na comissão parlamentar de inquérito da Câmara dos Representantes de Estados Unidos, presidida pelo malfadado senador J.McCarthy, cujas função era averiguar a suposta infiltração de comunistas na industria do cinema.
 No filme que está em cartaz a história de D.Trumbo durante este período é-nos dada a ver e aí para grande espanto nosso vemos que esta época foi terrível e atrevo-me mesmo a dizer que foi um dos períodos mais negros da história cinematográfica americana pelos horrores ali perpetrados em que famílias inteiras foram destruídas em nome de uma sanha anti comunista que raiva quase à insanidade total.  Recusando-se a acusar outros colegas de profissão Trumbo é condenado por desobediência civil, passando assim a integrar a famosa lista negra de Hollywood e sempre mesmo obrigado a cumprir onze meses de prisão no estado do Kentucky. Contudo, mesmo estando proibido de trabalhar e dar o seu nome a argumentos de filmes, Trumbo vai fazê-lo valendo-se de pseudónimos ou socorrendo-se do nome de verdadeiros amigos, sendo premiado com o Óscar pelo belíssimo filme Férias em Roma e  O Rapaz e o Touro
Já após ter saido da prisão e com o apoio de Kirk Douglas, escreve o argumento  de Spartacus filme de Stanley Kubrick e em parceria com  o realizador Otto Preminger viu aparecer no seu nome nos créditos de Exodus, sendo então reintegrado no Writers Guild of America. 
Papillon será o seu último argumento e após ter escrito  mais um romance  "Night of the Aurochs" morre de um fatal ataque cardíaco em 1976, após ter sido agraciado com várias honrarias, mais que merecedoras, visto Dalton Trumbo ter sido de facto um excepcional ser humano, e um argumentista fabuloso, que nunca se deixou vergar pelos ditames de gente absolutamente insana e com ideias terrivelmente abjectas. Intercalando o filme com cenas verídicas da época vemos como a loucura grassava por aqueles lados e Hollywood transformou-se num lugar de caça às bruxas absolutamente alucinante de maldade.
No papel de Dalton Trumbo temos um genial  Bryan Cranston, mais conhecido em portugal por fazer de pai na hilariante série Malcon the Middle que cá em Portugal passou  com o nome de "A Vida é Injusta" e que durante anos arrecadou vários Grammys e outros prémios. Mais recentemente vimo-lo na série Breaking Bad. 
Como sua esposa temos a sempre segura Diane Lane, como uma das filhas a belíssima Elle  Fanning.
Temos também Helen Mirren num papel nos antípodas do que temos visto ultimamente e genial na sua ruindade e perseguição a Trumbo.
Vemos  John Goodman num papelão muito interessante, assim como vemos outros bons actores como Christian Berkel, Alan Tudyk ,Christian Berkel entre outros .
Não posso deixar de ressaltar o facto de aqui neste Trumbo  vemos   que a amizade e a lealdade foram completamente postas de parte por gente que quando vemos os seus filmes nunca suporíamos capazes de tais atitudes, como neste caso em apreço é o caso de John Wayne e E.J. Robinson entre outras demais actores, que nos habituamos a ver como grandiosos, mas que em tempos de loucura, falta de bom senso e completa histeria, mostraram bem a sua faceta mais negra.
 Um filme a todos os níveis muito bom.
Ah...quando o filme acaba não saiam logo. Deixem correr o genérico porque no fim há uma entrevista muito boa e emotiva dada pelo verdadeiros Dalton Trumbo pouco antes deste falecer.

quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Cavalos Selvagens

Indigitado para Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pela França, apesar do filme ter sido rodado na Turquia está em cartaz o belíssimo e imperdível primeiro filme da realizadora  turca Deniz Gamze ErgüvenMustang
Fui vê-lo e amei o filme do princípio ao fim, quanto mais não seja por ver as 5 raparigas  mais bonitas e talentosas que me foi dado a ver nos últimos anos, assim como conhecer mais um pouco de uma Turquia que de certeza não é a dos cartazes turísticos.
 São esses cinco seres absolutamente fantásticos, 5 cavalos selvagens na sua meninice e juventude, que carregam o filme as costas, conseguindo sem cair na pieguice ou no disparate criar as mais incríveis interpretações que já há muito tempo não me era dado ver por gente tão nova.
Este Mustang é para mim já o vencedor do Oscar para  Melhor Filme Estrangeiro, mesmo não tendo visto ainda os outros que estão na corrida ao mesmo prémio, nomeadamente a obra O Filho de Saul, (estreará dentro em breve) que está mais que visto que será o grande vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Contudo, já estar já indicado para este prémio é óptimo tanto para esta realizadora turca que pela obra aqui em causa augura um bom futuro, como pela França a produtora do filme.
Este Mustang é para mim um filme magnífico, tanto pela fotografia, (aquelas imagens finais de Istambul visto pelos olhos de ambas as irmãs é de ficarmos arrepiados de tão belas que elas são) mas também por vermos  5 lindas e irresistíveis raparigas na flor da idade e em brincadeiras típicas de a juventude de um momento para o outro serem privadas da sua liberdade,  enclausuradas numa casa gradeada a ferros e  condenadas a desaparecerem para sempre nas brumas de casamentos arranjados à força.
A preparação para o casamento de todas estas garotas à excepção da mais novinha Lale a incrível Güneş Nezihe Şensoy,  precisamente aquela que vai narrando o filme e que pelo seu olhar nos  é dado a observar todo esse horror, é de  ficarmos boquiabertos, de tão risível e monstruoso que  ao mesmo tempo tudo aquilo acaba por ser. É também ela que vendo o futuro que a reserva resolve mudar as regras do jogo.
A Turquia que aqui vemos é a Turquia do interior, a Turquia muito longe de Istambul,  onde  jovens  são privadas da sua liberdade e preparadas desde a cozinha até ao quarto para o casamento, muitas vezes também sujeitas a abusos por parte daqueles que teriam obrigação de as proteger.
Quais cavalos selvagens decididas a não se deixarem abater e lutando por uma migalha de amor desses maridos arranjados pela família, essas belas jovens  com longos cabelos ao vento, fazem-nos desejar trazê-las connosco e deixá-las livres a viver a sua juventude.
Este Mustang é também um filme que deveria ser visto por todos os nossos jovens que pensam a liberdade como um dado adquirido e que vivem nos antípodas do que ali tristemente observamos.
Com as soberbas  interpretações da já citada  Güneş Nezihe Şensoy, e com Doğa Zeynep Doğuşlu, Elit İşcan,Tuğba Sunguroğlu,Nihal Koldaş, Ayberk Pekcan,Burak Yiğit, este Mustang é um filme imperdível a todos os títulos.

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Juan Carreño de Miranda- A Monstra Eugenia Martinez Vallejo

Numa visita ao Museu do Prado, chamou-me a atenção uma tela do pintor espanhol, Juan Carreño de Miranda com um título absolutamente horroroso de, "A Monstra Eugenia Martinez Vallejo". Para além do nome da tela o que me impressionou foi a quantidade de gente que tecia comentários de muito mau gosto acerca da personagem ali retratada. Um grupo de miúdos que pareciam estar ali em visita de estudo riam-se e diziam parvoíces completamente alarves , típicas da idade, mas ao mesmo tempo não 'desgrudavam' dali, posto que a tela parecia exercer sobre eles e sobre quem a via uma espécie de magnetismo quase que doentio. 
Procurei saber mais sobre a mesma e o que descobri foi que para além de deste pintor gostar muito de usar uma paleta de cores em que o vermelho predomina sempre e em que aqui nesta em especial esta cor domina toda a tela, era também um admirador da obra de Rubens e Van Dick pelas formas arredondadas de alguns dos personagens que retratou em que aqui vemos o expoente máximo.
Era costume os  infantes de Espanha estarem rodeados de uma série de personagens que os acompanhavam nos jogos da Corte. De uma maneira geral eram anões e de outros indivíduos com deficiências várias. Esses seres acabavam por fazer parte da corte e acompanhar as figuras reais ao longo das suas vidas. Eram também motivo  por vezes de grande admiração e como a deficiência ainda não era vista como é hoje em dia estas pessoas e as suas deficiências acabavam por ser vistas como algo quase sobrenatural e dignas de serem observadas e mostradas na Corte.
No caso em apreço Juan Miranda retrata Eugénia Martinez Vallejo, mais conhecida como "A Monstra, devido à sua avantajada figura e baixa estatura. Eugénia fazia então parte da Corte governada por Carlos II.  Ora o que faz o pintor para a retratar? 
Evitando o máximo as cores sóbrias  que caracterizavam de uma forma geral as figuras da Corte ,vai retratá-la com total opulência  por meio de um vermelho incrivelmente garrido, sobressaindo essa cor através de pinceladas muito bem executadas e em que vemos o luxo do brocado do vestido. 
É através desse mesmo vestido, que vemos o apreço que na Corte se chegava a ter por essas pessoas Não bastando isso ainda coloca dois laços vermelhos na cabeça e carrega na cor das suas gordas faces. Até a peculiar forma arredondada dão seu rosto é um ponto bastante atractivo ao nosso olhar.
A única nota sóbria é o olhar da personagem retratada que olha para nós com uma altivez absolutamente irresistível. 
Acresce a isso que esta personagem foi também retratada nua pelo mesmo pintor, com uma parra de videira a tapar-lhe o sexo e possui uma escultura em bronze na cidade de Avillés, criada pelo artista Amado Gonzalez Hevia, (1997)  pretendendo assim homenagear o pintor J.Carreño de Miranda nascido nesta cidade de Espanha.
A tela acima indicada é um óleo sobre tela e pode ser observado no Museu do Prado em Madrid.

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Oito Odiados

Eu sou suspeita porque sempre gostei da obra do Quentin Tarantino.
Mesmo aquela que eu julgo ser a sua obra menor que é os Sacanas sem Lei não deixa de ser um bom filme e com interpretações absolutamente irresistíveis de todos os actores a começar por Christoph Waltz  antes do mesmo começar a mimetizar-se ad infinito os mesmos tiques em todos os seus restantes filmes, o que é pena, pois o homem é bem talentoso.
Está agora em cartaz a sua última obra Os Oito Odiados.
Depois de ter visto o Django Libertado temi que Tarantino  estivesse  repetir a temática,(o western americano) mas quão enganada eu estava.
Se Django Libertado se baseava na escravatura abordando a questão que a despoletou e o modo como homens e mulheres eram tratados numa época absolutamente terrível da construção da América, aqui neste Os Oito Odiados  o que vemos é o reerguer de uma nação pós guerra civil, em que oito personagens os típicos arquétipos do western americanos se vão defrontar num no espaço fechado de uma estalagem e em que cada um deles tem contas a ajustar com esse passado violento da guerra e daí o papel de Samuel L. Jackson ser para mim o papel de uma vida, posto ele representar um personagem perfeitamente alucinante de maldade num ajuste de contas com um passado de escravatura e os desmandos pavorosos que foram praticados durante décadas  e o de Bruce Dern representar esse mesmo passado abominável e contudo, ainda tão saudoso por todos aqueles que perderam a guerra.
Tarantino tendo sempre presente a máxima que diz "em equipa que ganha não se mexe" vai buscar a a sua trupe do costume e eis que ali temos o já aqui abordado Samuel L.Jackson, (Django Libertado, Pulp Ficcon, Kill Bill...) Kurt Russel (À Prova de Morte), Walton Goggins, (Django Libertado),Zoe Bell (À Prova de Morte),Michel Madsen (Bill Kill) acrescentando outros como é o caso do já sitado Bruce Dern, Channing Tatum, Tim Ruth, Jennifer Jason Leigt, Demían Bichir, Lee Horsley, Dana Michelle Gourrier, Graig Stark e  Gene Jones.
Não posso deixar de acrescentar que amei do principio o papel absolutamente visceral de Jennifer Jason Leigt, posto que é um papel muito difícil de ser feito, visto a mesma ser a única mulher no num grupo de actores  que  sabem bem  impor-se.
Contudo, ela consegue-o de uma forma soberba não só em termos de representação como em termos de uma caracterização que a deixa quase irreconhecível fisicamente.
 Grande Jennifer!
Este Os Oito Odiados, é também fantástico no seu género, visto Tarantino usando  o formato de ecran mais largo que existe o Ultra Panavision 70mm, conseguir naquele espaço fechado   quase claustrofóbico dar-nos uma história fascinant em que  tudo se vai passar no confinado décor de uma estalagem, um pequeno entreposto perdido nas gélidas paisagens do Wyoming.
É ali que determinadas personagens são obrigadas a conviver durante algumas horas devido ao intenso nevão que se faz sentir lá fora, acabando cada uma delas a ajustar contas, umas com o seu passado e outras com o presente ali vivido.
Um filme tipicamente tarantiniano, onde o espaço e o tempo são vividos de uma forma única e  a redenção é palavra completamente inexistente por essas bandas.
Depois do O Renascido onde vemos o horror e o maldade humana na conquista das terras americanas neste Os Oito Odiados o que assistimos são as feridas até aí não saradas da terrível guerra civil americana e onde as tensões raciais e a posse de armas estão bem presentes, lembrando-nos constantemente a grandeza e as misérias sobre o quais assenta a nação americana.
Um filme imperdível e a meu ver  um dos melhores filmes de Quentin Tarantino

sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Filmes para o Fim de Semana

Está em cartaz dois bons filmes a perder .
Um é o Caso Spotlight do realizador Tom McCarthy e com os actores Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel Adams,Liev Schreiber,Stalnley Tucci,John Stallery, que no fundo representam a equipa de jornalistas do jornal Boston Globe responsável pela divulgação do escândalo de pedofilia no seio da igreja católica, fazendo com que os mesmos ganhassem o prestigiado Prémio Pulidzer e fizesse com que ficássemos estupefactos e até abismados para dizer o minimo com o que durante anos se passou no meio de uma instituição destas. 
A equipa Spotlight  existe mesmo é constituído por um grupo de jornalistas que ao longo dos anos têm sido responsáveis pela divulgação de vários casos escandalosos sendo este a que o filme aborda o que mais repercussão teve.
O filme é extraordinário, assim como extraordinários estão todos os actores, destacando-se Mark Ruffalo ( jornalista que este representa tem ascendência portuguesa), justamente indigitado para Óscar de Melhor Actor secundário, assim como também está o filme indigitado como o de Melhor Filme.
Um filme a ver com surpresa e alguma indignação pelos acontecimentos ali narrados.




 Outro filme que estreou em Portugal esta semana e que é uma das grandes surpresas do ano pela interpretação de ambas as actrizes principais, fotografia, guião, música, cenário,guarda roupa,...é o Carol do grande realizador Todd Haynes (do belíssimo filme Longe do Paraíso /Julliane Moore) e com os soberbos desempenhos das actrizes Cate Blanchett, Rooney Mara e  Sarah Paulson. Destaco-as porque apesar de haver outros personagens nomeadamente masculinos, o filme recai todo sobre estas três mulheres que carregam de uma forma sublime todo o filme às suas costas.
Eu já o tinha dito aqui há uns tempos que Cate Blanchett será a "herdeira" em termos de representação de Meryl Streep de tão fantástica que ela é. Ver esta mulher representar, falar, andar é qualquer coisa de mágico, assim como de mágico é ver Rooney Mara a dar-lhe réplica, num papel em todos os sentidos difícil pois o que ali vemos é uma história tão triste ao mesmo tempo tão bela e com uma envolvência em termos fotográficos e de cenário tão extraordinários que pensamos que quando já achávamos que tínhamos visto tudo surge este Carol e ficamos simplesmente abismados com tanta boa representação.
Há ainda a referir que este Carol, romance de um amor que a sociedade proíbe e que entrelaça duas mulheres com idades, estatutos e experiências de vida diametralmente opostas, é baseado no livro O Preço do Sal (vagamente autobiográfico) da escritora Patrícia Highsmith,  e no filme Breve Encontro de David Lean, para a  sua estrutura narrativa. O longo flash back de que o realizador recorre é essencial posto que quando chegamos ao fim percebemos então as motivações daquelas mulheres e que a principio não nos era dado a ver.
Um filme imperdível a todos os níveis e não é sem razão que o mesmo também está (e bem) na corrida aos Oscares e que já vem muito bem referenciado em outros festivais de Cinema nomeadamente o de Cannes onde Rooney Mara ganhou o prémio de Melhor Actriz.