quarta-feira, dezembro 31, 2014

Bom Ano de 2015

Jack Vetriano-The End of Love
Com o ano de 2014 a dar as últimas.... que venha o de 2015 com coisas boas, tais como Saúde, Felicidade, Paz, Harmonia e algum Dinheiro.
 
 Que seja um
 

ano de Homens e Mulheres de Boa Vontade.
 
Tudo de bom para os meus  queridos leitores!

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Feliz Natal

AOS MEUS LEITORES VENHO AQUI DESEJAR QUE TENHAM UM  FELIZ E SANTO NATAL NA COMPANHIA DE QUEM MAIS AMAM.
PROCURAREI FAZER O MESMO.

COMO COMPLEMENTO DO MEU DESEJO DE BOAS FESTAS, DEIXO-VOS O FILMEZINHO  FEITO POR MIM ONDE PODERÃO APRECIAR TELAS LINDISSIMAS CUJO TEMA É A SAGRADA FAMILIA, FEITA POR DIVERSOS ARTISTAS AO LONGO DOS TEMPOS.

UNS SÃO MUITO CONHECIDOS COMO É O CASO DE  RUBENS, REMBRANDT, CARAVAGGIO, GUALDINO, RAFAEL SANZIO,LUCA GIORDANO,  BRONZINO,MIGUEL ANGELO,BADALOCCHI....OUTROS NEM TANTO.

CONTUDO, TODAS AS TELAS SÃO MUITO BONITAS E UM REGALO PARA A VISTA.
 TAMBÉM APARECEM AQUI  UNS ICONS EXTREMAMENTE  DELICADOS.

A TODOS OS QUE ME SEGUEM E QUE LÊEM OS MEUS POSTS  UM BEM HAJA!
 


quinta-feira, dezembro 18, 2014

Rafael-A Sagrada Família do Cordeiro

Esquecendo as compras desenfreadas, e o consumismo tresloucado que se apodera de todos nós (uns mais de que outros) nesta quadra natalícia e  onde quebramos sempre a jura feita no ano transacto de não cair na tentação de gastar o que temos e o que não temos, vamos  pensar na quadra em si e não nos presentes que achamos que devemos comprar.
Deste modo trago-vos para aqui uma última tela de Rafael de Sanzio, mais conhecido por 'Rafael' pintor italiano do renascimento  intitulada de 'A Sagrada família do Cordeiro'.
Nesta pequena tábua podemos ver representadas a Virgem, São José, o Menino Jesus e o cordeiro, que aparecem dispostos numa composição de caráter triangular própria do Cinquencento.
 Rafael concebe as figuras segundo o ideal da beleza do Renascimento. Os seus rostos transmitem uma grande devoção cristã.Existe uma estreita comunicação entre as personagens representadas, graças à ternura dos gestos e dos olhares trocados. Os gestos das referidas figuras dão um grande dinamismo à cena. O pintor italiano emprega a técnica do sfumatto, a fim de modelar os volumes através de ténues sobras.
No segundo plano da composição, (na imagem que aqui aparece isso não é muito nítido) aparece representada a fuga para o Egipto, motivada pela perseguição de Herodes.
Trata-se de uma das primeiras obras realizadas pelo pintor durante o tempo em que permaneceu em Itália, mais propriamente em Florença, onde teve a oportunidade de se cruzar com o grande Leonardo da Vinci, do qual se notam muitas influências nesta obra.
Uma nota interessante é que no decote da Virgem (também isso não é na imagem que aqui surge muito visível, me desculpem...)  o pintor inscreveu em letras douradas ( constitue a assinatura da obra) "Raphael Urbinas MDVII", pratica corrente em alguns pintores da época.
Na parte inferior esquerda da composição podemos ver o Menino Jesus em cima do cordeiro, o que simboliza  em termos cristãos a redenção do pecado.
Esta bonita e muito bem realizada   Sagrada Família do Cordeiro (1507) é um pequeno óleo sobre madeira (29x21cm) e pode ser apreciada no Museu do Prado em Madrid.

terça-feira, dezembro 16, 2014

My Name is Max

Como adoro a saga Mad Max com um saudoso e muito charmoso Mel Gibson nos seus tempos de juventude (ai aqueles fatos de cabedal preto e aquelas armas infindáveis que de lá saiam!) foi com satisfação que soube que estreará já em 2015 a primeira parte de uma nova trilogia desta vez com outro actor que eu amo de coração que é o Tom Hardy.
O primeiro trailer já rola por aí. Aguardo com grande espectativa esta revisitação ao mundo pós apocalíptico de Mad Max infestado de motards psicopatas e da violência destrambelhada daquele estranho mundo desértico e poeirento e  que por gasolina  e água se  se praticam os actos mais bárbaros.
 Nos créditos aparece também  o multifacetado Nicholas Hoult, Zoe Kravitz e a versátil, bonita e segura Charlize Theron! A realização é de George Miller.
Aguardemos então, e até lá fiquemos com algumas imagens.

É Vê-los Partir

Mais uma amiga que parte. Desta vez para a Suécia, para o gelo, para o frio, para um país do norte da Europa e que dizem ser muito rico e com uma economia muito próspera. Parte deixando cá o marido e o filho. A filha já lá está, aprendendo sueco e fazendo pela vida trabalhando num restaurante. Agora parte a mãe, a ver se também por lá arranja emprego, uma vez que está desempregada há muitos meses. Depois partirá o marido e por fim o filho que tendo por enquanto trabalho não sabe até quando este se manterá. E assim nos vamos despedindo dos amigos e familiares.
Tu, minha amiga e vizinha  és muito corajosa e por isso não pude deixar de te enviar esta carta desejando que não pais que agora te acolherás sejas bem mais feliz e tu sabes que isso vem do fundo do meu coração.

OLÁ MINHA BOA  AMIGA
 
QUASE EM CIMA DA TUA PARTIDA,NÃO PODERIA DEIXAR DE TE DEIXAR ALGUMAS PALAVRINHAS DE BOA VIAGEM.
É COM TRISTEZA QUE EM PORTUGAL SE VÊ PARTIR OS BONS, OS QUE SÃO TRABALHADORES, OS DE BONDADE NO CORAÇÃO, OS QUE FAZEM FALTA, OS QUE SE INDIGNAM E SE VÃO EMBORA, FICANDO OS QUE SE ACOMODAM À SITUAÇÃO E NÃO TÊM CORAGEM PARA DAR O SALTO, OS QUE JÁ NÃO TÊM IDADE PARA UMA NOVA AVENTURA, OS QUE TENDO EMPREGO TENTAM SOBREVIVER DENTRO DESTE LODAÇAL EM QUE NOS ENCONTRAMOS EMERSOS, OS DOENTES, OS QUE VÃO TENTANDO FAZER PELA VIDA E ....OS POLÍTICOS, GENTE QUE COMANDA O PAÍS E QUE TÊM TUDO A GANHAR E NADA A PERDER COM A SITUAÇÃO QUE ELES PRÓPRIOS CRIARAM E NO QUAL SE SENTEM MUITO BEM, POIS MUDANDO A SITUAÇÃO OU MANTENDO-SE  DENTRO DELA, SEMPRE SE GOVERNARÃO, ASSIM COMO ÀS SUAS FAMÍLIAS E AMIGOS MAIS PRÓXIMOS.
TUDO ISSO CRIA UM MAL  ESTAR QUE CORRÓI UM PAÍS E QUE FAZ QUE O MESMO MEDRE NUM LODO QUE SE AGARRA AOS NOSSOS CORPOS E MINA AS NOSSAS ALMAS.
NENHUM CIDADÃO DEVERIA TER DE SAIR O SEU PAÍS FORÇADO, POR UMA SITUAÇÃO DE DESEMPREGO E  MAL ESTAR SOCIAL.
É INJUSTO E INDIGNO.
OS JOVENS POR SEREM JOVENS ESTÃO MAIS APTOS A ESSAS AVENTURAS E MUITAS VEZES ATÉ LHES FAZ BEM, MAS OS PAIS CHEGANDO A UMA DETERMINADA IDADE DEVERIAM ESTABILIZAR E CRIAR RAÍZES NO SEU PAÍS CONTRIBUINDO PARA A CRIAÇÃO DE RIQUEZA E BEM ESTAR SOCIAL.
NADA DISSO ACONTECE EM PORTUGAL, NA GRÉCIA, NA IRLANDA, ONDE VEMOS MILHARES DE PESSOAS A TEREM DE SAIR DAS SUAS CASAS, ABANDONANDO OS SEUS AMIGOS FAZENDO-SE À VIDA NOUTRO PAÍS.
POR MAIS QUE ESSE PAÍS SEJA A NOSSA  SEGUNDA PÁTRIA COMO É O TEU CASO,UMA VEZ QUE SENDO PORTUGUESA NASCESTE  CONTUDO NA SUÉCIA E TENS DUPLA NACIONALIDADE, TUDO ISSO NÃO DEIXA DE SER   TRISTE, TUDO ISSO NÃO DEIXA DE SER  TERRÍVEL, TUDO ISSO É UM ENFADO E UMA MALDIÇÃO DE UM PAÍS QUE HÁ SECULOS NÃO ESTABILIZA A SUA ECONOMIA E CRIA RIQUEZA ÀS SUAS GENTES.
SEMPRE FOMOS EMIGRANTES E PARECE QUE VAMOS CONTINUAR POR MUITOS MAIS SÉCULOS.
DESCULPA O DESABAFO, MAS ESSA É A MINHA CARTA DE DESPEDIDA PARA TI.
VENHO POIS, DESEJAR-TE TUDO DE BOM, QUE SEJAS FELIZ NA COMPANHIA DA TUA FILHA E QUE QUANDO ESTIVERES JUNTO DO TEU MARIDO, QUANDO ELE SE REUNIR A TI,  CONSIGAM  TODOS ARRANJAR UM BOM EMPREGO, UMA BOA CASA E QUE SORRIAM TODOS OS DIAS.
VAI SER DIFICIL ESTA FORÇADA MUDANÇA, PORQUE POR MAIS QUE A SUÉCIA SEJA O TEU SEGUNDO PAÍS, PORTUGAL, ESTA-TE NO SANGUE E SEI QUE NOS PRIMEIROS DIAS, SEMANAS E ATÉ MESES SENTIRÁ S SAUDADES DOS TEUS PAIS, MARIDO, FILHO E AMIGOS E ATÉ DA SUA QUERIDA CADELINHA QUE TIVESTE DE DAR A UM CASAL AMIGO, PARTINDO-TE O CORAÇÃO, POIS EU SEI QUE TU, TEU MARIDO E FILHOS GOSTAVAM MUITO DELA E SOFRERAM  MUITO COM ISSO.
QUE FAÇAS BOA VIAGEM, QUE REENCONTRES BEM A  TUA FILHA, IRMÃO, CUNHADA, SOBRINHO E AMIGOS QUE AÍ TENS NA SUÉCIA.
TUDO DE BOM PARA  SI, É ESSE O MEU GRANDE DESEJO.
BJINHOS
FÁTIMA

sexta-feira, dezembro 12, 2014

Deuses e Reis

Não deixa de ser espantoso como um grande realizador como é Ridley Scott se deixou  levar pela criação deste pastelão inútil  sobre a vida de Moisés e a sua relação com o seu 'irmão' Ramsés,  a que deu o nome de Exodus: Deuses e Reis.
Que atentado à inteligência dos espectadores, que seca,  que tormento assistir a este pastiche sem pés nem cabeça. Às páginas tantas dei por mim a pensar em pleno filme como é que um homem que nos deu  grandiosos filmes que foram o Gladiador, Blade Runner, O 8º Passageiro, cria uma m...destas?
Estou mesmo desiludida oh Ridley! De facto no melhor pano cai a nódoa e esta é daquelas que custam a sair, visto que desta vez o realizador meteu-se por caminhos da religião, acabando até por ser acusado de racismo, preconceito, falta de gosto, inverdade histórica...etc...etc.
Não havia necessidade, não havia necessidade!
Os actores, principais, Christian Bale e Joel Edgerton estão ali a fazer um autêntico frete. Estão sem alma e sem empenho. Li que há uma versão de 4.30horas!Esta que está em cartaz tem 2.30 de suplício. Será bom um dia passarem a versão integral, pois só assim será preenchido as lacunas existentes  nesta última versão, mas duvido que mesmo assim o filme melhore alguma coisa.
Ben Kingsley,John Turturro e Sigourney Weaver também andam por lá a 'apanhar bonés' e esta última é o total desperdício de talento, pois penso que só ali está ou por grande amizade ao realizador ou para ganhar umas massas que isto não está fácil para ninguém.
Em relação a Ben Kingsley é confrangedor vê-lo nessas andanças sem saber o que fazer com a sua personagem e Jonh Turturro ainda o que mais aproveitamento tem, a desejar que chegasse rapidamente o momento em que a sua personagem desaparecesse dali para fora.
Se algum mérito aqui encontramos neste Exodus é a dos efeitos especiais realizados perfeitamente em computador. Nisso o realizador  é exímio e o mesmo já tínhamos visto no Gladiador e no 8º Passageiro.
 A cena da batalha inicial está ao nível de R. Scott e  mesmo aqui lembramo-nos logo do seu filme  Gladiador e das  lutas no Coliseu de Roma. Acabando a batalha e entrando na caracterização das personagens caímos no completo tédio. A personagem de Ramsés merecia bem mais e se não vemos ali qualquer substância emocional isso devesse ao próprio Joel Edgerton a meu ver um monumental erro de casting e que no fim do filme está tão gordo que dá ideia que a comida que aparecia no set de filmagem era por ele totalmente devorada. É o que dá estar-se contrariado. A pessoa dá em comer tudo o que lhe aparece pela frente!
C.Bale é sempre um grande actor faça o que fizer, mas aqui falha completamente, nada nele é credível, não há chama, não há vida. As restantes personagens femininas, bem, nem é bom mencionar de tão risível que a coisa é. A cena da noite de núpcias  entre Moisés e a mulher é do espectador atirar-se para o chão a rir!Nunca vi coisa mais estúpida! Quem é que terá escrito esse guião? Enfim...nem vou investigar!
Bem feitas estão as cenas das várias pragas que assolaram o Egipto e outra coisa não era de esperar num realizador que é perito nos efeitos especiais.A cena da abertura do mar vermelho o melhor que o filme tem a par da batalha inicial já por mim referida.
 Enfim...um tédio, tudo uma pasmaceira, numa história que até tem pano para mangas (a vida de Moisés dá sempre um bom guião de filmes para a altura do Natal) mas que foi completamente estraçalhada. Uma pena!
Mal acaba o filme o realizador dedica o mesmo ao seu irmão Tony Scott que se suicidou há alguns anos. Um gesto bonito, sim senhor!
 Lido isso é pisgarmo-nos dali o mais rapidamente possível e com vontade de passar pela bilheteira e pedir o nosso dinheirinho de volta.
Aí Ridley andas a fazer coisas muito sem jeito! A última pasmaceira tortuosa foi o teu filme  Prometheus....  e agora reincides?
Por essas não te perdoo!

quinta-feira, dezembro 11, 2014

John Wick

Sem ser um grande filme, mesmo assim é bastante competente este John Wick com Keanu Reeves Adrianne Palicki, Bridget Moynahan, Bridget Regan Michael Nyqvist Ian McShane (sempre um grande actor),e Willem Dafoe que nunca faz feio seja em que filme entrar. A realização é de Chad Stahelski e de David Leitch.
É um filme cheio de acção, muitas mortes, gente má como cobras, gente boa e gente assim..... assim.
O personagem principal um seguríssimo Keanu Reeves, actor que eu aprecio muito desde que o vi em Matrix, está competentíssimo no papel de um assassino contratado retirado dessas lides de matanças por contrato, depois da morte da sua amada esposa.
Tem por companhia e objecto de afecto uma amorosíssima beagle (que é só a  bichinha mais linda e fofa que eu já vi)  e que foi oferecida pela mulher, e um boss mustang de 1969, até que num belo dia um cretino e  filho mimado de um mafioso local resolve mexer com o nosso retirado John Wick.
Como está bem de ver,  abrem-se as portas do Armagedon e o que vemos...bem nem vos conto, só mesmo  vendo.
O interessante é darmos conta no filme de  uma N.York desconhecida e onde os mafiosos e gente legada à criminalidade tem a sua moeda própria, os seus muitos e misteriosos códigos de honra, uma 'lavandaria' muito eficaz e até um hotel onde se acoitam e onde as regras são severíssimas.
 O filme é uma caixinha de surpresas muito agradável e eu gostei muito. Recomendo vivamente.
               

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Sexo e outras coisas mais....

Hoje vou abordar aqui um tema sexual, vou falar sobre sexo oral.
Esse tema surgiu-me na sequência de ter terminado de ler um livro absolutamente delicioso do cosmólogo português  João Magueijo que vivendo há muitos  anos na Grã-Bretanha brindou-nos com uma  pequena mas irresistível obra denominada de Bifes Mal Passados, que quando a comprei já ia na 6ª edição. Nele o nosso João ataca forte e feio nos Ingleses, nas suas idiossincrasias, manias variadas, modo de viver, comportamentos algo bizarros.... para dizer o mínimo sem que contudo deixe  de amar este povo tão estranho, mas que o acolheu tão bem. Nas muitas coisas algo bizarras que ele descreve sobre os ingleses houve uma que me saltou à vista e do qual me fartei de rir ( bem..eu ri o livro todo) que era acerca do sexo oral.
 Segundo o escritor os ingleses consideram que o sexo oral, não é bem sexo, ou seja, no ver dele uma mulher pode praticá-lo no namorado da melhor amiga sem que daí venha grande mal ao mundo e português como ele é  sempre surpreendido com as idiossincrasias dos ingleses  isso não deixou de ser uma big surprise tendo em vista que para esse acto  seja praticado e sem ser pela via da prostituição tem de haver uma certa intimidade entre o casal  e tendo em conta que para os ingleses beijar na cara é quase um insulto e o sexo oral uma banalidade, torna-se quase preferível a uma mulher/homem praticar o acto a ser considerado um violador ao aproximar o seu rosto de um outro para nele depositar dois repenicados e inocentes beijos faciais! O que eu me ri com isso! E enquanto lia e pensava  sobre o modo como os povos diferem entre si, não deixei ao mesmo tempo de lembrar a propósito de sexo, de uma série que eu amo de coração que é O Sexo e a Cidade e mais concretamente sobre um episódio onde existe o escândalo pela visão da pratica do acto por outrem.
Então é assim.Num dos episódios dessa série( para mim mítica), a personagem Samanta interpretada magistralmente pela Kim Cattrall  num dado momento do dia e estando no seu escritório recebe um paquete jovem e belo que lhe traz um pacote e respectivos papéis parta serem assinados. Cheia de tesão e de calores perante aquele ser tão belo a Samanta não faz mais nada e ajoelha-se perante o mesmo. A sua amiga Carrie, a personagem principal interpretada pela actriz Sarah Jessica Parker, resolve aparecer de surpresa no escritório e ao abrir a porta dá com a amiga a fazer um broche ao paquete. Estupefacta e escandalizada fecha a porta e pisga-se dali o mais rapidamente que pode.
 A cena presenciada irá dar pano para mangas e zanga entre ambas, até que no fim do episódio é a própria Samanta a ficar escandalizada ao abrir uma porta e dar com uma cena de broche homossexual e ali ela avalia o quanto a visão desse acto pode escandalizar quem o presencia. O episódio é muito interessante e sem se focar propriamente no sexo oral, o tema era o julgamento dos nossos actos  pelos outros  mesmo que esses sejam os nossos mais dilectos amigos e também porque a coisa quando mete sexo tornasse mais complicado de se lidar com a situação.
Mas voltemos ao tema em questão.
Salvo raras excepções todos presenciamos no cinema, na televisão  e lemos em livros o dito acto.
Ele banalizou-se. Mesmo assim não deixa de ser estranho o facto de nos sentirmos constrangidos quando o presenciamos estando com outras pessoas, isso no que se refere a um filme seja no cinema ou na televisão Na literatura estamos disso salvo e guardamos para nós a opinião que possamos sentir sobre o acto em si.
Neste fim de semana estava mais o meu homem  a ver a 1ª temporada da grandiosa a série House of Cards e lá estava o acto praticado pelo personagem Frank Underwood a uma jovenzita jornalista que tudo faz para trepar no jornalismo politico, até fingir orgasmos e sentir-se maravilhada perante as investidas sexuais do seu oportuno e vigarista amante.A cena por si nada tinha de interessante  até porque o que ali estava em causa era  sexo como moeda de troca e não como um acto de prazer entre os praticantes.
Na série Spartacus cheia de homens musculados e mulheres saídas de capas de revistas o acto consta em muitas cenas, e geralmente são as escravas a praticá-lo nos seus donos forçadas e por isso sem grande vontade e como escravas que são com ganas de arrancar o pénis à dentada o que até seria digno de se ver.
 No cinema há cenas de sexo oral memoráveis e uma delas é a meu ver no filme Monster's Ball(Depois do Ódio) com  Hale Berry e  Billy Bob Thornton.A cena quase no fim do filme é cheia de amor e muito bem feita por parte da Hale Berry, porque o que vemos é apenas o seu rosto e o gozo sentido pelo acto.
 Também no filme de Quentin Tarantino, Pulp Ficcion existe uma cena desta entre a grande actriz portuguesa Maria de Medeiros e Bruce Wills. Aqui também apenas vemos o rosto dela ...'la aventure commence'...sussurra. Não pude deixar também de achar giríssimo ambos os amantes  tratarem o sexo oral como.... trocar 'miminhos' o que não deixa de ser uma  delícia.
 Na literatura também existe boas e más cenas de sexo oral e a que me recordo com mais vivacidade é a da obra Adultério do escritor Paulo Coelho livro que li este verão.  Não tem jeito algum e penso que até a coisa está muito mal  escrita e algo atamancada, metida ali à força.
Surpresa das surpresas foi o acto constar na segunda obra da sextologia (acho que já saiu um sétimo livro) da escritora Jean M. Auel,  O Vale dos Cavalos. As cenas estão muito bem descritas, como aliás toda a obra de Auel , e amei ler. Ela demonstra uma  grande sensibilidade na sua escrita e vemos também que tem grande carinho por ambas as personagens a Ayla e o Jondalar. Amei! Repito que  foi uma surpresa  a cena constar nesta obra visto que a fazer fé na escritora este acto existe desde os o aparecimento do homos sapiente.
Na trilogia de E.L.James   que vendeu ou ainda vende bem, as 50 Sombras de Grey, também por lá página sim página não há um magestoso orgasmo (geralmente sempre da parte da personagem feminina) devido a um minete bem feito.
No filme Ninfomaníaca o sexo oral ganha outra dimensão devido às características da personagem principal uma portentosa   Charlotte Gainsbourg que nada temendo e entregando-se completamente ao filme (como todos em que participa) consegue pôr-nos completamente estupefactos perante o que é ser-se ninfomaníaca/o e sujeitar o corpo a tais sevícias no intento de se atingir um orgasmo.
No fantástico  filme de D.Cronenberg, Uma História de Violência também existe uma boa cena de sexo oral entre a actriz Maria Bello e Viggo Mortensen que faz o papel de marido.
O sexo oral banalizou-se. Deste modo em qualquer obra literária de maior ou menor craveira lá esta ele. Tal como disse anteriormente o mesmo surge também muito frequentemente em séries de televisão e filmes, seja para adultos seja para um público mais jovem. Deixou de ser tabu. Os jovens hoje falam disso com grande naturalidade.
 Há anos numa roda de jovens uma delas sai-me com esta: "Prefiro o sexo oral ao sexo com penetração. Tenho um orgasmo com grande rapidez sem os incómodos de uma putativa gravidade, até porque o meu namorado nunca traz preservativos com ele e eu também não estou para os comprar!"
A esta declaração outras jovens concordaram com a rapariga desenvolta e extrapolaram para quem gosta mais, se homens ou mulheres. Os rapazes de um modo geral diziam apreciar muito as raparigas nem tanto. Talvez o dissessem isso por acanhamento. Havia algumas que disseram que só faziam se eles fizessem também a elas e aqui a discussão ficou mais acalorada, até porque a questão não se pode a meu ver, colocar-se em termos de: Se tu me fizeres eu faço...senão vai-te lixar que não estou para isso!
A meu ver, o sexo oral é um acto de grande intimidade e por  isso tem de ser feito numa entrega natural, em que quem o pratica não deve estar numa postura de medo ou acanhamento. Tal como qualquer acto sexual o sexo oral tem de ser uma fonte de prazer para o casal e não um suplício que tem de ser praticado porque se assim não for o outro deixará de mostrar interesse pela pessoa. Há casais que nunca o fizeram nem pensam fazer e contudo dão-se maravilhosamente e têm grande prazer na sua vida sexual. É uma questão de gosto, de disponibilidade e de entrega a novas experiências. Por vezes resulta, outras nem tanto, mas desde que se seja feliz na sua vida sexual, então com sexo oral ou sem ele tudo vai bem no reino da intimidade.





 

 



 

   


       


 


 

terça-feira, dezembro 09, 2014

Devolve-me Já!

Um filho/a pode levar muita coisa da casa da mãe. Pode levar roupas, loiça, objectos variados  de decoração, quadros, tapetes, candeeiros,toalhas, lençois, almofadas e até dinheiro. Tudo isso e muito mais, a mãe empresta ou dá de boa vontade sem que reclame que as/os mesmas/os tornem à precedência, mas...e há sempre um mas...tentem levar caixas de  tupperware e não devolvê-las e aí verão o que  é a fúria de uma mãe!                                 

quinta-feira, dezembro 04, 2014

A Vida deste Rapaz

A vida deste rapaz é precisamente a vida de Ellar Coltrane que o realizador Richard Linklater  (Antes do Amanhecer,Suburbia, entre outros) vai seguir durante 12 anos, terminado o filme quando o mesmo tem 18 anos e segue para a Faculdade.
Era sem dúvida desde o início um projecto ambicioso devido a diversos factores a que não está alheia o facto do actor principal, poder por um ocaso do destino morrer, ou desistir, ou mudar de país...
Como nada disso aconteceu temos então um filme bem original em que vemos actores muito seguros, começando pelo actor principal, um desconhecido e que durante estes anos de filmagem de Boyhood  teve que andar "escondido" e por isso não poder aceitar qualquer papel enquanto o filme era realizado.
O que achei mais interessante neste filme foi  a distância no tempo e em que desde 2002 ( Untitled 12-Year Project), todos os anos o realizador reunia durante algumas semanas no Texas, os actores e filmava algumas cenas. Os escolhidos foram Patrícia Arquette como mãe, Ellar Coltrane  como o filho cujo crescimento seguimos, Ethan Hawke  como pai e a filha do realizador  Lorelei Linklater como filha mais velha, e que começa o filme com a idade de 8 anos. Por lá andam também, outros actores, quase todos eles desconhecidos do grande público.O projecto era tão pioneiro e arriscado(uma duração de 12 anos em termos cinematográficos é uma longa distância!) que o próprio realizador pediu a Ethan Hawke que seguisse com o projecto caso algo lhe acontecesse o que felizmente não veio a acontecer.
Se seguimos o crescimento e subsequente passagem do tempo por parte de Ellar Coltrane não é menos verdade que o mesmo acontece a Lorelei Linklater, que a fazer fé no que li, de tão farta estava do papel que chegou a pedir ao pai (o  realizador) que matasse a sua personagem o que obviamente não aconteceu e ainda bem porque ela é mesmo muito boa e uma mais valia para o filme.
Deste modo o que vemos neste Boyhood é a vida de Mason (Ellar Cotrane) desde os seus 7 aninhos até à idade dos namoros, borbulhas, bebidas, indefinições sobre o que se quer ou não da vida, a sua apetência para a arte,o questionamento das relações fracassadas da mãe, a incompatibilidade com os padrastos, o amor incondicional ao pai e à mãe, amizades perdidas e outras ganhas,  fracassos amorosos, ou seja tudo aquilo que faz a vida de um um rapaz  até à idade da emancipação. É também um filme pioneiro porque filmes em que as personagens vão crescendo nós vemos constantemente, mas o que acontece é que  os actores vão sendo mudados.
 O que aqui tem de muito original é ser sempre os mesmos actores e por isso vamos vendo a passagem do tempo e no caso de Ellar Coltrane ela é bem visível, pois de um rapazinho  amoroso e educado e que gosta das coisas que todos os garotos de 7 anos gostam, no fim vemos um rapaz de barba na cara e voz grossa. Assim o  que mais amamos no filme é a passagem implacável  do tempo e as mudanças verificadas no corpo e no rosto dos personagens principais.
Esta de parabéns Richard Linklater por uma ideia tão original e por uma tão boa realização.
 Está de parabéns o actor principal, Ellar Coltrane  e Lorelei Linklater.
Este Boyhood-Momentos de Uma Vida  é  um filme que chega às nossas salas de cinema já com vários prémios na bagagem e que de certeza será premiado com algum Oscar quanto mais não seja pelo guião original. Gostei muito. 



terça-feira, novembro 25, 2014

Rafael-A Sagrada Família do Carvalho


A exemplo de um post anterior, publicado aqui, trago-vos outra vez uma obra do pintor Rafael Sanzio, conhecido apenas por Rafael  (1483-1520) que eu amo de coração.
Desta vez a obra em apreço  é  "A Sagrada Família do Carvalho" (1518), realizada dois anos antes da sua morte  e onde podemos observar a sagrada Família com São João.
Como já o referi anteriormente este tema foi representado por Rafael em várias ocasiões, ao longo da sua trajetória artística.
 Nesta tela o pintor italiano dispõe das personagens atendendo a uma composição em diagonal conseguindo, deste modo, um grande dinamismo. Este recurso será mais tarde adotado pelos artistas do Barroco. Ao fundo da composição podemos contemplar um vale, o vale do rio Tibre e um carvalho sob o qual estão as personagens da composição. O que mais salta à vista são os rostos das figuras representadas, posto estas serem  doces e celestiais em especial  o de São João.
É aqui por demais notório que Rafael idealiza e humaniza ao mesmo tempo estas personagens sagradas para que as mesmas se  tornarem próximas de nós, o que de facto acontece. O gosto em representar elementos da Antiguidade Clássica torna-se evidente nesta obra. Assim, vemos São João apoiando-se num friso clássico, olhando ternamente para o menino.O modo como Rafael representa as pregas das roupagens da Virgem é de um enorme naturalismo, muito próprio da época. O emprego do claro-escuro dá imensa corporeidade aos volumes assim como o modo modo como o pintor dispondo o berço do Menino Jesus na tela acaba por acentuar a composição na diagonal, antecipando-se deste modo ao estilo Barroco.
Como disse anteriormente esta composição é uma das últimas obras de Rafael. Pensa-se que vários autores estiveram na origem da mesma, entre elas Gianfrancesco Perri um pintor seu amigo.
Esta ternurenta e muito bem realizada "Sagrada Família do Carvalho"  é um óleo sobre madeira e pode ser apreciada no Museu do Prado em Madrid/Espanha.

sábado, novembro 22, 2014

Por Dois Dias e uma Noite

Não é raro surgirem filmes que abordem esta chaga social que é o desemprego. O último que eu vi foi o Homens de Negócios ( The Company Men) do realizador  John Wells e com Bem Affleck muito bem secundarizado por Chris Cooper, Craig T. Nelson, Kevin Costner, Maria Bello e                     Tommy Lee Jones. É um tema que nos deita sempre abaixo, porque o que está em causa é muitas vezes aquilo que permite um ser humano sobreviver a este mundo 'cão' com um mínimo de dignidade.
O filme belga  que estreou esta semana de seu nome Dois Dias, uma Noite (Deux jours, une nuit) dos irmãos  Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, com uma portentosa e muito talentosa Marion Cotillard é a meu ver um objecto cinematográfico raro no que diz respeito à abordagem desse problema que aflige minhões de pessoas por este mundo fora que é precisamente o desemprego. Marion Cotillhard tem-nos vindo a habituar a vê-la em grande papéis e aqui não foge a regra, quanto mais não seja porque ao longo de 120 minutos vêmo-la em todas as cenas, dominando todo o filme com uma  presença completamente despojada, onde vestida apenas com  umas singelas calças de canga e um pobre top ela percorre todo o filme com a grandeza  de uma das personagens mais trágicas que há muito me foi dado a ver.
Esta mulher de seu nome Sandra, mãe de dois filhos e casada com um homem infatigável (o excelente actor Fabrizio Rongione) no apoio que lhe presta até ao fim vê-se de um momento para o outro e a sair de uma profunda depressão, em  risco de perder o emprego e ainda pior fica ao saber da monstruosidade que os seus empregadores fazem  ao  oferecer um prémio aos restantes trabalhadores se eles votarem para que Sandra não regresse à empresa.
É então que esta personagem divinamente  representada por Cotilhard, decide no fim de semana anterior ao seu despedimento, (visto este ir-se dar  segunda feira a seguir durante uma votação)  e ajudada pelo seu incansável marido, visitar os colegas e convencê-los a abdicarem do seu prémio  no intuito de ela manter o seu posto de trabalho. Partindo de uma premissa algo singela dentro da monstruosidade do acto proposto pelos seus empregadores, o que vemos aqui é a demanda de uma mulher que à beira da exaustão física e mental,( temos sempre a ideia que de um momento para o outro veremos esta mulher sucumbir em plena rua) percorrer esta via do calvário e onde também vemos em cada universo familiar que ela visita, todo o  desespero com que hoje em dia as pessoas e em concreto os trabalhadores passam para sobreviver numa Europa em crise e onde mil euros valem bem o desemprego de um seu colega de trabalho, por mais anos que o mesmo ali esteja ao lado no seu posto de trabalho.
É um filme muito desesperante, triste e  onde apesar da luz da esperança ser  muito ténue,  mesmo assim os realizadores  conseguem dar-nos  a conhecer a bondade intrínseca de algumas  pessoas que nada tendo e de tudo precisarem, não abdicam mesmo assim de um gesto de bondade e de solidariedade para um seu semelhante.
A esperança ainda existe e ela está bem espelhada na cena final onde sem música ( o filme praticamente não ao tem) vemos o sorriso desta desesperada mulher e ouvimos os seus passos a caminho de casa. Para mim este Dois Dias, Uma Noite é decididamente um dos melhores filmes do ano.

terça-feira, novembro 18, 2014

Nightcrawler - Repórter na Noite

Com realização e argumento do norte americano  Dan Gilroy está em exibição um fantástico e soturno filme de seu nome Nightcrawler - Repórter na Noite, com um soberbo Jake Gyllenhaal no papel principal coadjuvado por uma não menos sublime Rene Russo, naquele que eu acho ser os melhores papéis que ambos tiveram até agora ,principalmente no que diz respeito ao primeiro.
 De facto, Jake Gyllenhaal  tem aqui neste seu Lou Bloom, um psicopata, destrambelhado anti social, louco...enfim  um ser abjeto  um papel que o marcará para sempre em termos de representação, de tão 'irreconhecível' que o mesmo está, seja  em termos físicos, pois o actor está magríssimo, como também em termos psicológicos, sendo que  ao longo de 120 minutos o que vemos neste Nightcrawler é a personificação de um dos personagens mais repulsivos que o cinema já nos deu, sem que contudo deixemos de simpatizar com o mesmo tal o modo como o actor consegue levar a bom porto esta tarefa  ciclópica e que não está ao alcance de qualquer um.
O  filme é um murro no estômago, pois o que ali vemos é aquilo que muitas vemos  nada mais é do que o puro voyarismo ,do qual qualquer um de nós já sofreu quando no recesso do nosso lar damos por nós a olhar para a televisão e a seguir a desgraça alheia sem nos questionarmos até que ponto aquelas imagens são licitas serem passadas na televisão.
 E é precisamente aqui que este filme põe o dedo na ferida,ao dar-nos a conhecer estes Nightcrawlers, estes abjectos pseudo repórteres  que pululam na noite qual vampiros sedentos de sangue e que de câmara ao ombro e  seguindo  noite após noite as   emissões de rádio da polícia não hesitam em filmar o mais sangrento e brutal  acidente rodoviário, fogo, assassínio, massacre na ânsia de o entregar a quem detentor do poder de as passar na televisão não só não hesita em fazê-lo como exige que as mesmas só passarão com o máximo de sangue e de horror e não é de estranhar que uma incrível René Russo dê o toque ao dizer para Lou, o seu mais dileto e  monstruoso freelancer, que o tipo de imagens que ela quer e que o público anseia passa por ser 'o de uma mulher aos gritos na rua com a garganta cortada'.
 Por aí vemos o tipo de gente que Dan Gilroy nos dá a conhecer e que quando saímos da sala de cinema, ficamos a questionar a quantidade de vezes que já demos por nós a olhar para a televisão e a ver a desgraça alheia sem nos importarmos muito com isso até que a desgraça nos toque à porta como é o caso da sublime cena em que Lou filma o acidente do  seu colega de profissão e vemos todo o horror espelhado no olhar deste último.
Um filme que recomendo vivamente quanto mais não seja pela temática e pelo papel deste grande actor que é Jake Gyllenhaal. Fantástico.

terça-feira, novembro 11, 2014

A Nossa Pequenez

A máxima preocupação com aquilo que comemos, bebemos  e pelo modo e estilo de vida que levamos,entrou de tal modo no nosso quotidiano que quer queiramos ou não isto acaba por ser quase uma ditadura. Não basta a publicidade diária nos mais diversos meios de comunicação audiovisuais. Ela entra também pela internet, revistas das especialidade ou não, cartazes publicitários, o boca a boca e tutti quanti. Se estamos num consultório médico, cabeleireiro, hospital, etc e apanhamos uma revista para ajudar a passar o tempo, é só virar duas ou três página e lá está o avisozinho de como viver bem comendo ou bebendo coisas saudáveis ou indo para sítios onde o nosso corpo será massajado, acariciado, até nos sentirmos em pleno Nirvana. Hoje passando os olhos por noticias na net dou com uma em que exaustivamente se fazia a lista dos melhores Spas do mundo, aqueles onde pessoas famosas iam para relaxar, comer, beber, ler, e entrar em comunhão consigo próprias expurgando do corpo e da alma tudo o que seja negativo e impuro. Uma autêntica maravilha, a mais fina flor da bem estar da cabeça às pontas dos pés. Claro que a coisa era tão cara que por lá andava só gente do cinema ( e nem todos/as) da política, estilistas, do show biz, ou  gente ociosa mas cheia de dinheiro.....
Há dias entrando numa mercearia gourmet, e estando a ver  latas de patê  a proprietária abeira-se de mim toda e diz muito simpaticamente que os mesmo  serem feitos sem glúten. Foi aí que dei por mim a pensar nos inúmeros vezes que vamos comprar algo e somos confrontados com coisas do género: estas batatas foram fritas em óleo de amendoim, o que há de mais saudável para o organismo, isto não tem gemas, é feito só com claras, olha... não tem farinha, se reparar isto é feito apenas com soja e legumes... este bolo não leva açucar  branco, só o amarelo e o chocolate não é chocolate é alfarroba...ah estas empadas parecem de carne, mas não...é feito de soja ...e o leite também é só leite de soja...parece que leva natas...mas não leva ...esta água é do mais cristalino que existe...e a cerveja que aqui se serve é só artesanal, muito mais saudável e que não tem nada, mas nada a ver com as feitas industrialmente....etc...etc.
Vimos para casa satisfeitíssimos com o produtos adquiridos e/ou consumidos. Fomos ou seremos expurgados de tudo que que faz mal, e neste caso inclui-se a carne, o peixe, as farinhas, o leite de vaca, os ovos, o maléfico chocolate e seus derivados, as natas, os açucares brancos, o malfadado glúten, tudo numa ou ideia mirífica de uma vida saudável e longínqua.
Mas...de repente eis que surge uma sorrateira e microscópica  bactéria de seu nome legionella e que que pode ser inalada através de gotículas de água (podemos ser inalá-la num inocente e singelo duche) e eis que todo um modo saudável modo de vida que levamos anos a construir é destruído num abrir e fechar de olhos.
De facto não somos nada, vivemos na ideia que somos tudo sem o sermos,e na mais pequena e invisível bactéria ou no mais pequeno vírus o homem é simplesmente derrubado dando conta então da sua pequenez e insignificância perante determinadas forças da natureza.

segunda-feira, novembro 10, 2014

Rafael-A Virgem do Peixe

Parece impossível, mas já estamos a quase um mês do Natal.. Ainda 'ontem' andávamos em calções de praia e já estamos quase em Dezembro. O tempo passa a correr.
 Em homenagem à quadra postarei aqui algumas telas alusivas a esta época de grande religiosidade cristã. Começo então pelo pintor ialiano  Rafael Sanzio, (1483/1520), conhecido apenas por Rafael.
Esta obra a par de uma outra que já coloquei aqui num post anterior trata mais uma vez o tema da Virgem e do Menino Jesus. Aqui o artista aborda o tema da Sagrada Conversação. A Virgem Maria aparece aqui entronizada,e tem nos braços o menino Jesus. Junto a Ela vemos representado São Jerónimo e o arcanjo Rafael, enquanto este último apresenta o jovem Tobias, que tem um peixe entre as mãos.O peixe faz alusão ao episódio que está registado no Livro de Tobias no Antigo Testamento, em que se explica que uma noite, o pai de Tobias, que era coveiro, para evitar dormir em casa depois de ter acabado o seu trabalho, optou por dormir no pátio.Enquanto dormia, umas fezes de pássaros caíram sobre os seus olhos, deixando-o cego. O arcanjo Rafael disse a Tobias que o seu pai recobraria a vista se besuntasse os seus olhos com fel de um peixe, dando-se assim o milagre da restituição da visão. Resulta também interessante observar as cores vivas que Rafael aplica na indumentária das personagens, que se potenciam de forma assombrosa graças à luz que incide nelas. Rafael realizou esta obra para o Mosteiro de San Domenico de Nápoles por volta de 1513.Não posso deixar de referir que o trono da Virgem que foi diretamente inspirado numa escultura antiga de Júpiter que se conserva em Roma, reflete o interesse do pintor e dos seus contemporâneos pela arqueologia.Esta obra  denominada de "A Virgem do Peixe",é um óleo sobre tábua passada à tela e tem as dimensões de 2.15x1.58 cm.

domingo, novembro 09, 2014

A Queda do Muro

A Google que tem sempre ideias maravilhosas no que respeita a homenagear datas de instituições pessoas, acontecimentos...desta vez esmerou-se com o aniversário dos 25 anos da Queda do infame Muro de Berlim, com um Doodle muito assertivo e muito elegante nas suas imagens.
Parabéns à Google por este singelo e muito emotivo filme.

sábado, novembro 08, 2014

Belle


Partindo da belíssima tela que supõe-se  que foi pintada por Johann Zoffany, e onde aparece a verdadeira  Dido Elizabeth Belle ao lado da sua prima Elizabeth Murray (ambas personagens que existiram na realidade) a realizadora britânica Amma Asante, com argumento de  Misan Sagay fez neste belo filme intitulado de Belle a recriação da vida de Dido Elizabeth Belle um drama histórico que tem como pano de fundo a Inglaterra do século XVIII.
Fui vê-lo e adorei o filme.
 Belle com sua prima Elizabeth Murray
Muito bem realizado e com actores seguríssimos como é o caso da actriz  Gugu Mbatha-Raw ( no papel principal) Matthew Goode , Emily Watson, Tom Wilkinson, Sarah Gadon, Miranda Richardson, James Norton, Tom Felton entre outros, começamos por conhecer nas primeiras cenas a pequena Dido (como depois será chamada por todos)  e o encontro que tem com o pai,o capitão John Lindsay que por obrigações de trabalho (era oficial da marinha) vê-se na contingência de a entregar a pequena Dido a  um irmão(Lorde Mansfield) que por sua vez já tinha  a  seu cargo a criação de Elizabeth Lindsay, sua outra sobrinha. É assim desde pequenas que as duas primas (que se consideram como irmãs)  ficarão  para sempre ligadas por laços de  parentesco e sobretudo de grande amizade e cumplicidade, sofrendo ambas o martírio típico de uma época de terem de arranjar noivo que as mantenha ou as eleve socialmente agruras essas que Elizabeth Lindsay terá em duplicado visto não ter fortuna ao contrário de Dido a grande herdeira do capitão Lindsay. É neste panorama de gente abastada e com a escravatura como pano de fundo que Anna Asante nos dá um portentoso filme com prestações muito boas, como não é por demais sublinhar e onde a procura do amor vai esbarrar com os preconceitos raciais e onde a cor da pele era até impeditivo de Dido se poder sentar à mesa quando o seu abastado tio Lorde Mansfield (a que ambas as primas chamam de pai num gesto de carinho incomensurável) dava algum jantar ou realizava alguma festa. Este filme  tem também o condão de ser  extremamente sensível, emotivo  e muito inteligente  no modo como trata , o   amor, os laços familiares,  amizade e até as questões raciais . Um filme muito bem e que aconselho vivamente. Não posso deixar de realçar o facto do filme ter ganho o prémio Bafta de Cinema para melhor estreia de cinema.

Interstellar

Com realização de Christopher Nolan e com  argumento do mesmo em parceria com o seu irmão Jonathan Nolan,estreou em Portugal o tão aguardado  Interstellar, cheio de nomes sonantes como Matthew McConaughey,  Anne Hathaway, Jessica Chastain , Wes Bentley, Michael Caine, Casey Affleck, Matt Damon David Gyasi, Mackenzie Foy e Topher GraceJohn, Lithgow, entre mais uns quantos. Eu amo de coação o C. Nolan e para mim os seus filmes Memento e Inception, configuram-se como o que de melhor já se fez em termos cinematográficos. 
Foi por isso com alguma expectativa que fui ver está sua nova incursão no mundo da ficção científica e para meu grande desgosto detestei o filme. Este até pode ser uma obra prima e há quem diga que ele  já se posiciona como um dos grandes vencedores dos próximos Oscares. Contudo, eu só ansiava que o mesmo terminasse para me ir embora tal era o tédio que se apoderou de mim e olha lá que o filme tem a duração de 3 horas e por isso o tamanho do meu tédio era incomensurável.  Pelo que li o realizador até teve como consultor   Kip Thorne, um dos mais conceituados físicos da comunidade científica da actualidade e este  teve aqui o  papel de consultor teórico do argumento. Isso não invalida que eu considere o filme um grande pastelão, mesmo que o que aqui está em jogo até nem seja a dimensão ficcional mas sim a família como último reduto do ser humano e que a ligação entre aquele pai e a sua filha que ele tem de deixar para trás seja o que de melhor o filme tem.
 É um filme lento, pesado, triste, a espaços cheio de desesperança, e onde a vertente ecologista não deixa de estar presente na desruição que paulatinamente o homem vai fazendo ao planeta terra, chegando a um ponto onde não lhe resta mais nada do que procurar novos mundos. É então que entra em cena a teoria de Einstein-Rosen (ou "buracos de minhoca"), portais que possibilitam a ligação entre mundos paralelos, independentemente da distância entre eles. É constituída  uma equipa de exploradores espaciais que é  enviada na missão mais importante da História humana: entrar num desses portais e encontrar um mundo onde a vida possa prosseguir.... blá,blá, blá....
Há certas  falas do filme que os mais leigos como eu em matéria de portais  e quejandos, ficam a apanhar 'bonés', pois não se entende o que ali está a ser dito e também o realizador não se esforça muito para  explicar, tão deslumbrado que está com a fotografia, os planos de camara,a mensagem ficcional, o cenário, e tutti quanti. O que fica do filme é a prestação de alguns actores tais como a pequena Mackenzie Foy um portento de jovem actriz e de Jessica Chastain que é um valor sempre seguro.
 No que respeita a Matthew McConaughey, bem...eu simplesmente acho na minha modéstia que o nosso querido Matthew não leva jeito nenhum nesse tipo de papéis (o homem leva jeito é em papéis cómicos e excêntricos) e aqui em particular há qualquer coisa nele que não convence e até só desvaloriza o filme.
 Num termo comparativo (se bem que ambos partem de premissas bem diferentes), o filme de Alfonso Cuarón,  Gravidade e que no ano passado foi um dos grandes vencedores dos Oscares, mete este no chinelo a...120 à hora! 
 Se é um bom filme? Há melhores.
 Se vale a pena ir ver? Sim, pois sempre se aprende alguma coisa sobre esses portais que fazem a ligação a outros mundos e que  pelo andar da carruagem e pela velocidade com que o ser humano destrói este planeta não tarda nada bem vamos todos precisar deles! 

segunda-feira, novembro 03, 2014

Um Santo Vizinho

Com realização de Theodore Melfi, fui ver o filme Um Santo Vizinho (St. Vincent De Van Nuys ) com este grande actor muito injustamente esquecido que é Bill Murray, coadjuvado por uma sempre segura Melissa McCarthy, ( que para mim é  muito boa em papéis sérios e que eu não acho muito graça em papéis cómicos),  Naomi Watts, numa impagável prostituta russa grávida, Terrence Howard, Chris O'Dowd e o estreante e muito franzino Jaeden Lieberher nos papéis principais. Confesso que fui ver o filme   com grandes expectativas  e apesar do mesmo cumprir o seu papel de comédia  e a espaços até  fazer-nos soltar uma boa gargalhada, no fim saí do cinema algo desiludida pois estava a espera de bem mais. É claro que todos os actores cumprem muito bem o seu papel, o mesmo está uns belos furos acima de muitas comédias que se vêm por aí em cartaz, Bill Murray está incrível, mas a história é simplista, o guião  algo preguiçoso e  por vezes muito previsível nas situações criadas. 
O que fica desta obra é  mesmo uma boa prestação dos seus actores, que dão o litro durante todo o filme e  admirar-nos com  Jaeden Lieberher que para primeiro papel está surpreendente dando boa réplica a Bill Murray com que contracena em quase todas as cenas.
Quanto à  história  essa não  tem nada de surpreendente. O que vemos é um  rezingão e solitário personagem de seu nome Vincent (Bill Murray) que devido à falta de dinheiro se vê a páginas tantas a fazer  de baby sitter de um rapazinho também muito solitário e inteligente, com uma mãe divorciada, trabalhadora e algo ausente e que  vai  paulatinamente mudando o mundo deste homem que apenas vivia  egoistamente para o seu gato, as suas falhadas  apostas em corridas de cavalos, as suas constante bebedeiras e sexo ocasional com uma prostituta cheia de genica, carpindo a dor de ver a sua adorada mulher ir definhando num lar com esta doença terrível que é o Alzeimer.
Não é uma má comédia, é uma comédia sofrível que tem bons  e esforçados actores.
Se se vê com agrado? Claro que sim! Uma grande obra? Claro que não.

terça-feira, outubro 21, 2014

H.Avercamp-Cena sobre o Gelo

Apesar do tempo cá em Portugal e em outros pontos da Europa, estar mais para Agosto de tão quente que está, do que para Outubro, não resisto aqui a escrever sobre esta  bonita pintura que aqui se vê e  que nos mostra  um típico dia de inverno na aldeia holandesa de Kampen, a noroeste de Amesterdão. O autor desta pitoresca obra é Hendrick Avercamp, pintor que eu aprecio imenso e que era natural desta terra e por isso era conhecido como o "mudo de Kampen" pois Avercamp padecia desta enfermidade.
A obra reflecte a vida quotidiana do lago existente em Kampen, e é uma vida que decorre sem qualquer problema sobre o gelo. Os homens e as mulheres realizam o seu trabalho profissional do dia-a-dia, enquanto as crianças e alguns adultos patinam livremente sobre o gelo.
Essas crianças estão a jogar uma mistura de hóquei moderno com golfe e não nos podemos esquecer que os desportos de inverno eram ( e ainda são)  muito apreciados pela sociedade holandesa. Há também no meio desta multidão de figurinhas personagens mais ricas que podem ser distinguidas através das suas vestes e, sobretudo, através das suas golas gomadas (muito caras na altura) e que cruzam o lago em bonitas carruagens. É também interessante observar o reflexo da carruagem da frente sobre a água gelada, efeito muito bem conseguido por Avercamp, um verdadeiro especialista em paisagens de inverno.  
É de referir que na sociedade holandesa a patinagem sobre o gelo era muito comum, existindo, inclusivamente carruagens com patins para as pessoas se poderem locomover de um lado para o outro do lago, tal como podemos observar no quadro.
Os pormenores extremos da narrativa, descrevendo todos os pormenores, é característica da pintura flamenga, e tem a sua origem na obra de Brueghel, o Velho, pintor que influenciou muito Avercamp. As cores frias, brancas e cinzentas, dominam a composição, elemento característico da paleta o pintor, mestre da paisagem e, sobretudo, de cenas de inverno que na sua época tinham muito êxito. 
Esta obra muito bonita e singela  de Hendrick Avercamp denomina-se de Cena sobre o Gelo, foi realizada por volta de 1625, é um óleo sobre madeira e pode ser apreciada no National Gallery of Art de Washington.