Ao contrário dos homens, nós as mulheres temos idiossincrasias que nos levam a encarar as relações sentimentais e as relações sexuais de uma forma tão mais profunda, que isso muitas vezes acaba por assustar os homens e levá-los a fugir de nós como "diabo da cruz".Para um homem, dar uma queca com outra, trair a mulher com quem mantêm uma relação é tão 'normal', que penso que isso está inscrito (se tal seja possível) no seu próprio código genético.
Para nós mulheres a traição não é feita de ânimo leve.Como em tudo na vida há excepção à regra, mas de uma forma geral, a traição na mulher dá-se ou faz-se quase sempre de uma forma mental. Pensamos e desejamos o outro, seja ele nosso colega de trabalho ou não, seja um vizinho, seja o marido ou namorado de uma amiga ou conhecida, mas muitas vezes a linha que transpõe essa traição mental à traição fisica, torna-se um abismo dificil de ser transposto. Penso que, talvez o gozo esteja nessa traição mental, porque aí fantasiamos, colorimos a cena, fazemos todos os jogos eróticos possíveis e imaginários e o orgasmo acaba por se dar sem que nada de concreto tenha sido realizado. Quando a fronteira é transposta e a traição é concretizada, surgem os remorsos, a culpa, o corpo trai-nos, e muitas mulheres acabam mesmo por confessar o que fizeram.
Como disse anteriormente, não há regras sem excepções e há mulheres que agem de tal forma que acabam muitas vezes por escandalizar os homens (se é que há alguma coisa nesta vida que seja escandalizável!). O que acontece é que existem ( e não são poucas) aquelas que agem do modo como eu denomino de as "Samanthas" do século XXI.Como se bem se lembram na série o"O Sexo e a Cidade", existem 4 amigas, Carrie (Sarah Jessica Parker) a jornalista conhecida pela sua famosa perspicácia e ironia acutilante e que narra a sua própria história de sexo e amor e as das outras mulheres de Nova Iorque obcecadas pela moda,sexo e homens, e que não desiste ela própria de conquistar o seu Mr Big, até conseguir levá-lo ao altar.Do lote dessas amigas fazem parte Charlotte (Kristin Davis) , que procura ser ´socialite´, boa dona de casa e mãe , Miranda (Cynthia Nixon) que procura conciliar o seu trabalho de advocacia com o de mãe e por fim ,Samantha (Kim Cattrall). De todas essas personagens é com Carrie e Samantha que eu mais simpatizo. Com Carrie, devido ao seu romantismo e crença de que um dia todas as mulheres poderão encontrar o seu Mr Big, o homem im(perfeito) e de Samantha devido à sua capacidade de ter um contínuo desejo sexual por quase todos os homens que se cruzam no seu olhar. Samantha simboliza por isso, a mulher que escolhe quem bem quer, quem a satisfaça sexualmente, é aquela que é capaz de se relacionar com um jovem de 20 anos, fazer com que este se apaixone por ela e no fim rejeitá-lo, simplesmente porque...não se quer casar com ele nem manter uma relação de fidelidade. A mentalidade de Samantha é o de uma mulher que mais do que emancipada em relação aos homens em termos monetários, está emancipada em termos sentimentais, ela age de uma forma livre, despudorada e ao mesmo tempo airosa, ela entra e sai das relações com o mesmo a vontade com que escolhe um ar de sapatos Manolo Blandik, se bem que por vezes esta última escolha seja bem mais difícil de ser realizada!
Entre uma Carrie romântica e perspicaz e uma Samantha ´predadora` de homens, ficamos nós mulheres que as apreciamos e que ao mesmo tempo desejamos não só encontrar o nosso im(perfeito) Mr Big e que este (se possível) nunca nos abandone, seja bem humorado e já agora...seja óptimo na cama!
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