sexta-feira, dezembro 12, 2014

Deuses e Reis

Não deixa de ser espantoso como um grande realizador como é Ridley Scott se deixou  levar pela criação deste pastelão inútil  sobre a vida de Moisés e a sua relação com o seu 'irmão' Ramsés,  a que deu o nome de Exodus: Deuses e Reis.
Que atentado à inteligência dos espectadores, que seca,  que tormento assistir a este pastiche sem pés nem cabeça. Às páginas tantas dei por mim a pensar em pleno filme como é que um homem que nos deu  grandiosos filmes que foram o Gladiador, Blade Runner, O 8º Passageiro, cria uma m...destas?
Estou mesmo desiludida oh Ridley! De facto no melhor pano cai a nódoa e esta é daquelas que custam a sair, visto que desta vez o realizador meteu-se por caminhos da religião, acabando até por ser acusado de racismo, preconceito, falta de gosto, inverdade histórica...etc...etc.
Não havia necessidade, não havia necessidade!
Os actores, principais, Christian Bale e Joel Edgerton estão ali a fazer um autêntico frete. Estão sem alma e sem empenho. Li que há uma versão de 4.30horas!Esta que está em cartaz tem 2.30 de suplício. Será bom um dia passarem a versão integral, pois só assim será preenchido as lacunas existentes  nesta última versão, mas duvido que mesmo assim o filme melhore alguma coisa.
Ben Kingsley,John Turturro e Sigourney Weaver também andam por lá a 'apanhar bonés' e esta última é o total desperdício de talento, pois penso que só ali está ou por grande amizade ao realizador ou para ganhar umas massas que isto não está fácil para ninguém.
Em relação a Ben Kingsley é confrangedor vê-lo nessas andanças sem saber o que fazer com a sua personagem e Jonh Turturro ainda o que mais aproveitamento tem, a desejar que chegasse rapidamente o momento em que a sua personagem desaparecesse dali para fora.
Se algum mérito aqui encontramos neste Exodus é a dos efeitos especiais realizados perfeitamente em computador. Nisso o realizador  é exímio e o mesmo já tínhamos visto no Gladiador e no 8º Passageiro.
 A cena da batalha inicial está ao nível de R. Scott e  mesmo aqui lembramo-nos logo do seu filme  Gladiador e das  lutas no Coliseu de Roma. Acabando a batalha e entrando na caracterização das personagens caímos no completo tédio. A personagem de Ramsés merecia bem mais e se não vemos ali qualquer substância emocional isso devesse ao próprio Joel Edgerton a meu ver um monumental erro de casting e que no fim do filme está tão gordo que dá ideia que a comida que aparecia no set de filmagem era por ele totalmente devorada. É o que dá estar-se contrariado. A pessoa dá em comer tudo o que lhe aparece pela frente!
C.Bale é sempre um grande actor faça o que fizer, mas aqui falha completamente, nada nele é credível, não há chama, não há vida. As restantes personagens femininas, bem, nem é bom mencionar de tão risível que a coisa é. A cena da noite de núpcias  entre Moisés e a mulher é do espectador atirar-se para o chão a rir!Nunca vi coisa mais estúpida! Quem é que terá escrito esse guião? Enfim...nem vou investigar!
Bem feitas estão as cenas das várias pragas que assolaram o Egipto e outra coisa não era de esperar num realizador que é perito nos efeitos especiais.A cena da abertura do mar vermelho o melhor que o filme tem a par da batalha inicial já por mim referida.
 Enfim...um tédio, tudo uma pasmaceira, numa história que até tem pano para mangas (a vida de Moisés dá sempre um bom guião de filmes para a altura do Natal) mas que foi completamente estraçalhada. Uma pena!
Mal acaba o filme o realizador dedica o mesmo ao seu irmão Tony Scott que se suicidou há alguns anos. Um gesto bonito, sim senhor!
 Lido isso é pisgarmo-nos dali o mais rapidamente possível e com vontade de passar pela bilheteira e pedir o nosso dinheirinho de volta.
Aí Ridley andas a fazer coisas muito sem jeito! A última pasmaceira tortuosa foi o teu filme  Prometheus....  e agora reincides?
Por essas não te perdoo!

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