O filósofo Inglês Mark Rowlands, 47 anos, teve um lobo como animal de estimação, ao longo de uma década.Num livro agora publicado em Portugal, "O Filósofo e o Lobo", relata os ensinamentos que recebeu do canídeo
Porque teve um lobo como animal de estimação?
Logo que comecei a trabalhar nos EUA, senti falta de um animal de companhia, como os grand danois que tinha no País de Gales.Num jornal local, encontrei um anúncio com crias de lobo para venda e assim foi.
O que significou esse lobo "Brenim" para si?
Era como um irmão.Um amigo por quem tinha uma grande admiração, pela sua força de carácter.Vou lembrar-me sempre da reacção do Bremim em situações críticas, como as que testemunhei uma vez com um pittbull de um amigo meu:na iminência de ser atacado, a sua postura era de calma desafiante mas nunca de desespero.Tinha apenas dois meses.
Essa sua experiênia levou-o a questionar mitos?
Fez-me investigar o lado obscuro dos atributos associados à nossa superioridade sobre os outros animais: a inteligência a moral e a consciência de que somos mortais.O que nos distingue enquanto espécie não abona a nosso favor.
Porquê?
A raiz da inteligência assenta na capacidade de enganar e manipular; a moral alicerça-se no poder e na mentira; a consciência de que vamos morrer leva-nos a tomar decisões duvidosas, como lutar e ter sucesso, para dar um sentido á vida - o que nos torna infelizes.
Mark Rowlands é doutorado em Filosofia, é docente universitário de origem inglesa, viveu na Irlanda e em França, residindo agora em Miami, nos EUA. Escreveu vários livros sobre o estatuto moral dos animais inspirados nos seus conhecimentos académicos e na vivência que teve com o lobo Benim, entre os 27 e os 38 anos.É casado, tem dois filhos, um cão e não come carne.
In Revista Visão
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