Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar
Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência
defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a
uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a
impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os
professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de
convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente
educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da
autoridade sobre os menores recaia nas escolas.
'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um
elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando
Savater.
'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas
crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.
Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer
autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja
alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase
exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel
disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa
autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores,
confrontando-os', acusa..
'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de
protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia
no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.
Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.
Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma
escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a
situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e
que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.
A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a
que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das
famílias e da sociedade.
'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma,
recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da
escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um
privilégio'.
'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a
disciplina', frisa Fernando Savater.
Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber
que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do
que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais
velhos'.
'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento
para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à
rebeldia', afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em
vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que'mais
vale dar uma palmada, no momento certo'do que permitir as situações que
depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de
privilégios e o alargamento dos deveres.
Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência
defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a
uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a
impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os
professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de
convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente
educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da
autoridade sobre os menores recaia nas escolas.
'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um
elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando
Savater.
'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas
crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.
Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer
autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja
alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase
exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel
disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa
autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores,
confrontando-os', acusa..
'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de
protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia
no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.
Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.
Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma
escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a
situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e
que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.
A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a
que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das
famílias e da sociedade.
'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma,
recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da
escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um
privilégio'.
'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a
disciplina', frisa Fernando Savater.
Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber
que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do
que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais
velhos'.
'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento
para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à
rebeldia', afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em
vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que'mais
vale dar uma palmada, no momento certo'do que permitir as situações que
depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de
privilégios e o alargamento dos deveres.
1 comentário:
Salve! Bonito espaço! Como professora parei nesse post, porém passei pela beleza das imagens poéticas que aqui encontrei.Aqui no Brasil, vivencio essa realidade e, na maioria das vezes, as discussões não nos tem levado a soluções, mas a essa constatação do não cumprimento do paapel familiar na vida dos alunos, tornando árduo o trabalho dos educadores. Grande abraço.
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