David ou o "Gigante" como é também comummente chamado é uma figura colossal realizada em mármore, com mais de quatro metros (4.10cm) criada por Miguel Ângelo entre 1501-1504.Já em 1463 o escultor Agostino di Duccio recebera a encomenda de construir uma figura para um pilar da Catedral de Florença.Um local tão sublime requeria, naturalmente, uma estátua de dimensões gigantescas, uma vez que deveria ser bem reconhecida quando vista de baixo.Por conseguinte, o artista escolheu, das pedreiras de Carrara, um enorme bloco de mármore que, porém não conseguiu dominar esculturalmente, acabando por esculpi-lo de modo grosseiro. Também o escultor António Rosseli solicitado em 1476 para concluir a figura, não logrou fazê-lo.Só em 1501 se encontrou em Miguel Ângelo um mestre à altura de dominar o bloco.A estátua que deveria esculpir já tinha um nome:David.Este herói do Antigo Testamento derrotara com coragem e destreza o gigante Golias, libertando deste modo o seu povo da ameaça dos filisteus.Com a ajuda de uma funda, o jovem e belo pastor de ovelhas, David conseguiu pôr Golias fora de combate e, por fim, cortar-lhe a cabeça com a própria espada. Miguel Ângelo apresenta David como um jovem atlético, completamente nu, com a funda negligentemente lançada sobre o ombro. Tranquilo e inteiramente concentrado parece ocupado em reunir forças para o ataque. Com a cabeça virada para a esquerda, o seu olhar dirige-se conscientemente para o infinito, enquanto o sobrolho energicamente franzido, fixa o inimigo com agressividade. A primeira visão da estátua deve ter sido um choque para os florentinos.De facto, desde a antiguidade que não se voltara a produzir uma escultura tão monumental com essas dimensões e além disso, o "gigante" nu afastava-se de todas as representações de David anteriormente conhecidas em Florença.Este herói da Bíblia era, no século XV representado como guerreiro de espada e elmo ou até mesmo com armadura. Aos seus pés colocava-se como era hábito o troféu: a cabeça do vencido.Desta maneira mostrava-se o jovem herói no momento posterior ao acontecimento vitorioso. Miguel Ângelo, pelo contrário, renunciou aos tradicionais atributos de David: nem espada, nem elmo, nem cabeça do inimigo estão aqui presentes.Em vez disso,o artista assinalou o seu David apenas com a funda que o herói tem ao ombro, enquanto observa metodicamente o seu adversário.Esta figura não se impõe como a de um vencedor, como acontece nas obras mais antigas mas sim como incarnação de força juvenil e auto confiança.Miguel Ângelo trabalhou nesta figura num atelier, instalado provisoriamente perto da catedral, durante dois anos e meio.Ao contrário de outras estátuas erectas de Miguel Ângelo feitas para serem vistas de todos os lados, esta é apresentada de frente,assumindo assim um lado principal.Tal imposição deve-se, provavelmente, ao facto de o bloco de mármore já se encontrar em parte esculpido, restringindo, portanto, o trabalho do artista. Contudo, essas limitações não impediram Miguel Ângelo de colocar o seu David na contraposição, isto é, numa atitude de figura de pé coisa que vem da Antiguidade Clássica, segundo o qual o corpo balança sobre a perna de apoio, bem assente no chão, enquanto a outra apenas o toca levemente e os ombros executam um movimento contrário ao da anca. Deste modo, a figura obtém uma tensão particular.David era uma figura aparentemente frágil que derrota o valente inimigo com destreza e inteligência e, algo com que a pequena cidade-estado de Florença podia perfeitamente identificar-se. Em Janeiro de 1504, pouco tempo antes da conclusão da estátua, convocou-se uma comissão de cerca de trinta personalidades notáveis de Florença para decidirem onde deveria ser exposto o David de Miguel Ângelo.Ao fim de uma longa discussão, decidiu-se colocar o David - talvez a pedido de Miguel Ângelo - à frente do Palácio della Signoria.Por motivos de conservação, o original foi em 1873, colocado sob uma cúpula construída para ele na Galeria de Florença. À frente da Municipalidade de Florença encontra-se, desde 1910 uma cópia de David em mármore.No p.point que se segue poderá ver esta e outras obras deste excepcional artista.
1 comentário:
vou cometer uma heresia decerto mas tenho que discordar com aristoteles
somos sim hoje, o somatorio de todos os hojes do passado, e sim somos potencialmente hoje o somatrio exponencial de todos os "hojes" do passado desde aquele primeiro dia em que vimos a luz pela primeira vez, respiramo a atmosfera, pela primeira vez, chupamos e comemos, pela primeira vez
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