Gostei muito deste Derradeira Viagem, filme baseado na obra do escritor norte americano Darryl Ponicsan e que já teve há uns anos atrás uma outra versão com Jack Nicholson, Randy Quaid e Otis Yong nos principais papéis.
Realizado por Richard Linklater, o mesmo do oscarizado Boywood, e com Bryan Cranston, Steve Carell e Lawrence Fihsburne, o filme mostra-nos a viagem de três amigos dos tempos da Marinha até à terra de um deles para sepultar o filho morto da guerra do Iraque. Ambientado nos anos de 2013, o que aqui vemos é as sequelas da guerra do Vietname sobre estes três homens, uma ferida nunca sarada que se vai ligar à guerra do Iraque num trágico e senpeterno retorno. Esta viagem primeiramente por carro e depois por comboio vai reaproximar estes três personagens que a vida se tinha encarregado de afastar, mas que pelos diálogos vamo-nos apercebendo que muito ainda tinha ficado por ser feito e por ser dito.
O papel mais contido vai ser entregue a Steve Carell o pai que vai a enterrar o seu filho morto de uma forma absolutamente trágica o típico exemplo de alguém que morre por estar "no sitio errado na hora errada", agravando ainda mais essa perda.
Lawrence Fihsburne é para mim o mais interessante personagem do filme, no papel de alguém que se entregou a Deus, precisamente para fugir dos vícios adquiridos nesses tempos agitados da Marinha e que agora casado e pai de família se vê enredado um pouco a contragosto nesta tragédia familiar.
Por sua vez o excelente Bryan Cranston, a personagem mais truculento deste trio, mas o locomotive de toda a acção é aquele que numa primeira vista parece ser o mais insensível de todos e o mais detestável, mas que o passar do tempo vamo-nos apercebendo que é ele a cola que os vai unir aos três, alguém indispensável para fazer andar as coisas, visto aquele pai ter caído na mais profunda apatia e tristeza e aquele padre constantemente questionar o seu papel naquela viagem. Só ele "Sal" consegue fazer o com que as coisas andem e no fim vermos que toda a sua iniciativa vai de encontro ao desejo derradeiro daquele jovem que antes de morrer escreve uma carta ao pai que é lida na cena final. É um filme em que também vemos como todo o cerimonial de homenagem aos seus mortos na guerra, é algo de bastante caro aos americanos, assim como vemos o inicio do uso dos telemóveis e da internet, algo muito bem visto pelo realizador. No fundo, gostei muito deste derradeira Viagem.
É um filme pesado, triste, mas estranhamente esperançoso, quanto mais não seja por no fim verificarmos que independentemente de tudo o que possa acontecer de trágico na vida daquelas personagens, perdurará para sempre a amizade que os liga aos três.
É um filme pesado, triste, mas estranhamente esperançoso, quanto mais não seja por no fim verificarmos que independentemente de tudo o que possa acontecer de trágico na vida daquelas personagens, perdurará para sempre a amizade que os liga aos três.
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