Gostei. Gostei deste Trumbo, realizado por Jay Roach e que baseado em factos reais relata as agruras por que passa Dalton Trumbo, quando em 1047 ele e mais nove personagens de Hollywood, (argumentistas, escritores, actores...) são chamados a depor na comissão parlamentar de inquérito da Câmara dos Representantes de Estados Unidos, presidida pelo malfadado senador J.McCarthy, cujas função era averiguar a suposta infiltração de comunistas na industria do cinema.
No filme que está em cartaz a história de D.Trumbo durante este período é-nos dada a ver e aí para grande espanto nosso vemos que esta época foi terrível e atrevo-me mesmo a dizer que foi um dos períodos mais negros da história cinematográfica americana pelos horrores ali perpetrados em que famílias inteiras foram destruídas em nome de uma sanha anti comunista que raiva quase à insanidade total. Recusando-se a acusar outros colegas de profissão Trumbo é condenado por desobediência civil, passando assim a integrar a famosa lista negra de Hollywood e sempre mesmo obrigado a cumprir onze meses de prisão no estado do Kentucky. Contudo, mesmo estando proibido de trabalhar e dar o seu nome a argumentos de filmes, Trumbo vai fazê-lo valendo-se de pseudónimos ou socorrendo-se do nome de verdadeiros amigos, sendo premiado com o Óscar pelo belíssimo filme Férias em Roma e O Rapaz e o Touro.
Já após ter saido da prisão e com o apoio de Kirk Douglas, escreve o argumento de Spartacus filme de Stanley Kubrick e em parceria com o realizador Otto Preminger viu aparecer no seu nome nos créditos de Exodus, sendo então reintegrado no Writers Guild of America.
Papillon será o seu último argumento e após ter escrito mais um romance "Night of the Aurochs" morre de um fatal ataque cardíaco em 1976, após ter sido agraciado com várias honrarias, mais que merecedoras, visto Dalton Trumbo ter sido de facto um excepcional ser humano, e um argumentista fabuloso, que nunca se deixou vergar pelos ditames de gente absolutamente insana e com ideias terrivelmente abjectas. Intercalando o filme com cenas verídicas da época vemos como a loucura grassava por aqueles lados e Hollywood transformou-se num lugar de caça às bruxas absolutamente alucinante de maldade.
No papel de Dalton Trumbo temos um genial Bryan Cranston, mais conhecido em portugal por fazer de pai na hilariante série Malcon the Middle que cá em Portugal passou com o nome de "A Vida é Injusta" e que durante anos arrecadou vários Grammys e outros prémios. Mais recentemente vimo-lo na série Breaking Bad.
Como sua esposa temos a sempre segura Diane Lane, como uma das filhas a belíssima Elle Fanning.
Temos também Helen Mirren num papel nos antípodas do que temos visto ultimamente e genial na sua ruindade e perseguição a Trumbo.
Vemos John Goodman num papelão muito interessante, assim como vemos outros bons actores como Christian Berkel, Alan Tudyk ,Christian Berkel entre outros .
Não posso deixar de ressaltar o facto de aqui neste Trumbo vemos que a amizade e a lealdade foram completamente postas de parte por gente que quando vemos os seus filmes nunca suporíamos capazes de tais atitudes, como neste caso em apreço é o caso de John Wayne e E.J. Robinson entre outras demais actores, que nos habituamos a ver como grandiosos, mas que em tempos de loucura, falta de bom senso e completa histeria, mostraram bem a sua faceta mais negra.
Um filme a todos os níveis muito bom.
Ah...quando o filme acaba não saiam logo. Deixem correr o genérico porque no fim há uma entrevista muito boa e emotiva dada pelo verdadeiros Dalton Trumbo pouco antes deste falecer.
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