sábado, fevereiro 16, 2013

As Idades e a Morte

A forma nua ou corpos nus foram frequentemente utilizados através da mitologia para expressar alegorias de diferente natureza.
 Como podemos aqui ver na obra do pintor alemão  Hans Baldung Grien há uma interpretação alegórica da passagem do tempo através de nus.
Da criança deitada no chão ao  corpo firme e jovem, passado pelo da plena decrepitude, atingimos a morte inexorável.
Esta última segura uma ampulheta símbolo da passagem implacável do tempo a que ninguém escapa. As três figuras estão entrelaçadas e a figura da mulher mais velha segura firmemente com uma mão  o manto da mais jovem e com o outro braço agarra-a pelo ombro. Por sua vez a morte segura-a firmemente.
Ao pintor não interessou a paisagem, esta resume-se a meros borrons por detrás das imagens.
O seu objectivo era retratar cruamente aquilo que somos e no que terminamos. Ninguém escapa, a vida é uma passagem para os braços da  morte, e quando damos conta... estamos à beira dela!
Somos seres muito frágeis e essa nossa  fragilidade reflete-se na figura que representa a morte. 
Na minha modesta opinião, considero que Hans Grien oferece à história da arte um dos nus mais repulsivos e decrépitos de toda a história do século XVI!
É  uma tela estranha mas não deixa de ser extremamente atraente.
 Este óleo sobre madeira pode ser visto no Museu do Prado e foi realizado pelo pintor por volta de 1547.
 

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