Sandro Botticelli, nasceu em Florença em 1445, foi batizado com o nome de Alessandro Di Mariano Filipepi e era filho de um curtidor de couro. O nome Botticelli foi derivado do apelido de seu irmão mais velho, Giovani, conhecido como Il Botticello (o pequeno barril). Ainda na infância, tornou-se aprendiz de ourives, mas logo descobriu sua preferência pela pintura. Foi estudar com Fra Filippo Lippi, um dos mais admirados mestres florentinos da época. Depois trabalhou com o pintor e gravador Antonio Del Pollaiuolo. Em 1470, já tinha o próprio ateliê em Florença. Ficou famoso por seus retratos, e alguns historiadores acreditam que foi por causa deles que começou a ser patrocinado pela família Médici, que dominava Florença na época. Botticelli pintou não apenas Giuliano, irmão do poderoso Lorenzo de Médici, como também fez retratos póstumos de seu avô Cosimo de Médici e de seu pai, Piero. As feições dos membros da família Médici também foram usadas para compor os personagens do quadro Adoração dos Magos (1476-1477). Influenciado pelo neoplatonismo cristão – que pretendia conciliar as idéias cristãs com as clássicas –, pintou cenas mitológicas, como A Primavera (c. 1478) e O Nascimento da Vênus (após 1482). Também fez muitos quadros com temática religiosa. Destacam-se: A Virgem Escrevendo o Magnificat (década de 1480), A Coroação da Virgem (1490), A Virgem com o Menino e Dois Santos (1485), São Sebastião (1473-1474) e um afresco sobre Santo Agostinho (1480). Em 1481 foi chamado a Roma para trabalhar na decoração da Capela Sistina, no Vaticano, onde pintou os afrescos As Provas de Moisés, O Castigo dos Rebeldes e A Tentação de Cristo. Os anos que se seguiram a 1494 foram difíceis para a cidade de Florença: os Médicis foram depostos e o monge domenicano Girolamo Savonarola instaurou um governo republicano. Idealista ascético, Savanarola criticava a corrupção da Igreja. Botticelli tornou-se devoto seguidor das idéias do novo governante e a tensão espiritual do período se refletiu em duas de suas pinturas, Crucificação Mística (1497) e Natividade Mística (1501). Totalmente dedicado à sua arte, Sandro Botticelli jamais casou ou teve filhos. Morreu em Florença em 1510.
Neste quadro vemos as vestes diáfamas das três graças, as mãos elegantes de Vénus e o vestido florido usado por Flora. Esta combinação perfeita, faz com que esta obra acabe por reflectir a requintada arte de desenhar da escola florentina da época e onde Botticelli cria um traço gracioso, delicado, quase feminino.Muitos dos seus quadros contêm um significado filosófico e alegórico; a simbologia de A Primavera, em particular, tem sido alvo de acesso debate. Botticelli, por influência do carismático religioso Savonarola, viria mais tarde a pintar muito menos quadros de cariz mitológico.Aquando da sua morte, Botticelli não era muito popular. Foi redescoberto no século XIX pelos Pré-Rafaelitas, que admiravam de modo particular o traço delicado deste artista renascentista.
Esta obra denominada de "A Primavera", foi pintada entre 1470/80, é Têmpera sobre madeira, tem 175,5x278,5cm e pode ser visto na Galleria degiUffizi, em Florença.
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