terça-feira, outubro 15, 2013

Jean Boulogne-O Rapto das Sabinas

Há muitos anos atrás tive uma bonita estatueta que representava a obra de Giambologna, (batizado como Jean Boulogne), O Rapto das Sabinas. Eu adorava essa bela estatueta, em gesso branco oco, pelo estilismo da figura, suavidade e polimento  do material. Um malfadado dia e em brincadeiras com a minha cadelinha, ela dá um salto e sem querer bate com a pata no braço da sabina, desequilibra a estatueta e esta caindo no chão parte-se em dois.
 Fiquei destroçada porque eu gostava muito dela e por vezes dava por mim a contemplá-la e a apreciar a harmonia que o artista tinha colocada nesta cópia da obra de Giambologna.
 Nem tentei colar as peças porque não gosto de o fazer e pegando nos cacos embrulhei-os em jornal e pesarosamente pu-los no lixo. Há pouco tempo, estando a ver um filme dei com uma cena em que sobre uma mesa estava uma estatueta idêntica à minha e o mais engraçado é que a personagem também apreciava ficar sentada contemplado essa obra. Resolvi então escrever um pouco sobre este Rapto das Sabinas. Comecemos pelo autor.
Jean de Boulogne mais conhecido por Giambologna, nasceu em Douai na Flandres em 1529 e faleceu em Florença em 1608.Ficou conhecido por ter sido um dos mais perfeitos representantes da corrente Maneirista, assim como pelo facto de todas as suas obras terem muito movimento e muito bem polidas à superfície. A estátua O Rapto das Sabinas, assim como a de São Lucas, Mercúrio, Hércules e Vénus entre outras muitas peças maravilhosas de estatuária que podemos encontrar em muitas fontes e jardins por esta Europa fora, criaram-lhe grande prestígio entre os seus pares e não só. Ficou também sobejamente conhecia a energia que o este artista imprimia às suas obras, e de facto como podemos ver nesta  obra aqui presente, o movimento impetuoso da mulher, tornada compacta pelo forte abraço que a mesma sofre do romano que a segura e do musculado personagem que se agacha aos seus pés, criam em que vê a ilusão de alguém que se debate para fugir a este forte amplexo.
Contudo e o mais estranho nesta obra é que há em toda a estátua uma suavidade de polimento que nos convida a observá-la de vários ângulos. A gesticulação muito viva da mulher, as mãos abertas e a expressão dos seu rosto, levam-nos a sentir que a mesma tenta a viva força escapar de quem a prende. Toda a triangularidade da obra como se foca nesse movimento feminino e essa intensa energia que vão caracterizar toda a obra deste artista vão ser muito do estilo Maneirista. Gean Boulogne foi também muito influenciado por Miguel Ângelo adaptando as formas escultorais e muito vigorosas deste último, criando assim e a seu modo uma nova espécie de fluidez e elegância na sua escultura.
Uma obra esplendorosa!


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