Gosto muito do Edouard Manet, e me desculpem, mas não resisto aqui a colocar mais um posto sobre este grande pintor francês, cujos temas são tão variados e tão ricos que quem o aprecia encontra sempre mais um motivo de satisfação e ao mesmo tempo de diversão. Desta vez Manet diverte-se a pintar o seu irmão Gustave vestido com a roupagem típica do sul de Espanha. O mais engraçado é que Manet fazia colecção de vestidos espanhóis, que o atraiam pelo seu exotismo e as suas vivas e muito garridas. Não é sem propósito que o pintor realizou muitas obras com esta temática: toureiros, matadores, entre outros, sobretudo entre 1860/65 em plena juventude.Assim, o artista dedicava-se a retratar personagens marginais e delinquentes(ver o meu post anterior sobre este pintor) todos eles provenientes dos bairros marginais à cidade de Paris e que saiam do campo atraídos pela cidade fervillhante, acabando na maioria das vezes na mais plena miséria e mendicidade. Essa sua juventude modernistmo vontade de provocar e garra levaria E.Manet a pintar um ano mais tarde a sua famosa obra "Almoço na Relva" que já abordei aqui em post anterior.O quadro que aqui podemos apreciar foi apresentado no Salão de 1863 e, posteriormente rejeitado, passando para o Salão dos Rejeitados.Ora, isso entristeceu Manet, nessa época completamente obcecado por obter reconhecimento oficial da sua obra.Mas detenhamo-nos um pouco nela. Os tons dominantes são o vermelho e o negro. O manto que o seu irmão segura com um ar muito maroto é pintado com uma cor tão viva que acabou por provocar a admiração dos críticos mais modernos da sua época, posto que tal não era habitual.A riqueza dos pormenores é fantástica e quase que temos vontade de o colocar nas nossas costas. Contudo o que mais desagradou aos críticos do Salão foi a falta de psicologia da cara deste Majo.Com efeito, os pintores impressionista não davam grande importância a esse aspecto nas suas obras, pois tratavam a cara dos seus modelos com a mesma atenção que punham nas suas obras.O que importava era a luz dos objectos e a análise da luz sobre eles coisa que aqui não acontece, posto que Manet estava amais interessado em criar uma figura típica segurando o seu traje conseguindo o pleno no na criação do capote na postura física do personagem e na colocação das mãos e dos pés. Uma grande obra este "Jovem com Hábito de Majo", que é um óleo sobre tela com consideráveis dimensões e que pode ser visto e apreciado no MoMa de Nova Iorque.
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