Eu caminhava atrás.O casal à minha frente e em plena rua andava e discutia furiosamente. Ela rebuscava a carteira num frenesim típico de uma mulher que não encontra o que quer no emaranhado de coisas (coisas sempre muito úteis!) que qualquer uma de nós trás dentro de uma carteira.Ele olhava para ela, para trás, para frente...na esperança de ninguém estar a ouvir aquela discusão.
Ela: Não encontro o raio dos cartões!!!
Ele: Não é a andares e a procurares que os vais achar!É melhor pararmos e com calma veres isso, porque eu acho que os coloquei nessa carteira, já nem sei, tens tantas!
Ela:Parar? Atrasados como estamos?Não mudei de carteira, esta é a que estava em cima da mesa da entrada e se não colocaste aqui os cartões é porque és parvo. O que acontece é que ontem quando estavas 'repatanado' no sofá e eu a limpar o frigorífico e te pedi para ires colocar os cartões na minha carteira, não ouviste nada do que eu disse...porque tu nunca me oouves, tu nunca ouves aquilo que digo, e repito isso...tu nunca ouves o que eu digo!
Ele: E se falasses mais baixo? Queres que todos na rua oiçam e olhem para nós?Lá vem a lenga lenga de eu não te ouvir!
Ela:E não é verdade? Não me importo que olhem e oiçam, não estou a dizer nenhuma mentira!No que toca a mim és sempre surdo!
Ele: Só te repetes, só te repetes, pareces um disco partido...estou tão farto...tão farto!
Ela: Cala-te!... Temos é que voltar a casa porque não encontro a porcaria dos cartões!
Ele: Pois...sempre a mesma coisa...nada é normal!
Ela:A começar por ti!
Ele:Pois...
Eu:Pois...que raio de vida!
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