Este filme, O Ar que Respiramos realizado por Jieho Lee/2007 e passado quase despercebido em Portugal é um interesante exercício cinematográfico sobre o nosso destino, as opções que realizamos, a possibilidade ( e o poder) que alguém tem de prever o futuro e o modo como utilizar essas previsões, deparando-se sempre com a problema de que por mais que façamos o futuro é incógnito e inexorável. O filme parte de uma premisssa bastante interessante e algo violentamente complexa no sentido que o destino de todos os personagens acabam inevitavelmente por entrecruzar, não deixando por isso de nos surprender até ao fim. Na mesma linha deste filme temos Next, baseado numa história do grande escritor de Ficção Científica Philip K.Dick, com Nicolas Gage e com realização de LeeTamahori, e Vantage Point de Pete Travis, com Denis Quaid e F.Whitaker, onde o entrecruzamento de todos os personagens é feito de uma forma irrepreensível.
O que para mim desilude em O Ar que Respiramos é que ficamos sempre com a sensação que o realizador poderia ter ido mais longe e ter tirado melhor partido das performances de Forest Whitaker ( que por sua vez está soberbo em Vantage Point) e que tem vindo em crescendo em cada filme que aparece, e também de Sarah M.Gellar, extraordinária actriz e com muito por dar no mundo do cinema,(basta ver a sua performance em Verónica decide Morrer!Soberbo!) e que muitos apenas se recordam como intrépita caçadora de vampiros na série Buffy.Aqui em O Ar que Respiramos, a sua vulnerável personagem está uns pontos bem acima da bela adormecida, mas sempre extraordinária Julie Delpy, o que não é de somenos! Outro actor que surpreende é Brendan Fraiser, fora do seu registo habitual, o que é sempre bom de registar e Andy Garcia, num registo que já se lhe colou à pele, o do mafioso sem dó nem piedade!Kevin Bacon, sempre contido mas inquestionavelmente presente!
A história central deste filme acompanha o explosivo romance entre Pleasure (Brendan Fraser), um gangster que consegue ver o futuro, e Sorrow (Sarah Michelle Gellar), uma bela estrela pop em ascensão. Quando o contrato de Sorrow cai nas mãos de Fingers (Andy Garcia), um impiedoso barão do crime com aspirações a legitimar os seus negócios através da indústria do entretenimento, faz com que Pleasure tenha de escolher entre o coração e as suas visões do futuro.
Depois há a história de Happiness (Forest Whitaker), um intratável banqueiro que anda a tentar escapar da morte lenta que é o seu trabalho quotidiano. Depois de perder todo o dinheiro que pedira emprestado num esquema de jogo chefiado por Fingers, Happiness encontra-se numa encruzilhada entre fugir do seu destino ou confrontar os seus medos. Finalmente, há a história de Love (Kevin Bacon), um médico que está apaixonado por Gina (Julie Delpy), a mulher do seu melhor amigo. Quando esta tem um acidente no laboratório, fica com apenas 24 horas de vida, a não ser que receba uma transfusão de sangue. O problema é que Gina tem um tipo de sangue muito raro, comum a apenas 2% da população. Love lança-se numa desesperada corrida para encontrar esse tipo de sangue… dando origem à definitiva colisão de destinos entre Sorrow, Pleasure, Love, Happiness e Fingers...
Um filme sempre a redescobrir por todos os que como eu, amam o cinema e que como tu Mário (o meu sempre surpreendente aluno da turma 10ºJ) me fizeste lembrar, uma boa opção para vermos se de facto estamos previamente determinados, ou até onde pode ir o poder do nosso livre-arbítrio!
Sem comentários:
Enviar um comentário