O conde Baltasar Michel Klossoviski de Rola, mais conhecido como Balthus, filho de um historiador de arte e de uma pintora, nasceu em Paris a 29 de Fevereiro de 1908. Casou duas vezes e teve três filhos. Além de pintor, criou cenários, ilustrações e guarda roupa para diversas peças teatrais. Em 1961 André Malraux , ministro da cultura no Governo do General de Gaulle, nomeou Balthus para director da Academia de França em Roma. Apresentado por Jacques Chirac, Balthus recebeu em 1991 o Praemium Imperial atribuido pela Japan Art Association e em 1998 é nomeador Doutor Honoris Causa pelo Universidade de Vroclac. Faleceu na sua casa em Rossinière (Suíça) em 18 de Fevereiro de 2001.
Quando em 1967 a Tate Galery organizou uma exposição sobre Balthus , pediram ao artista elementos para uma biografia destinada ao catálogo. A resposta do pintor chegou categórica "A melhor maneira de começar é dizer que Balthus é um pintor de quem nada se sabe. E agora vamos ver os quadros".
A sua obra mais polémica A Lição de Guitarra foi apresentada em 1934 numa exposição da Galeria Pierre Loeb em Paris,mas numa sala à parte, um pouco afastada do percurso da galeria. Essa obra só reapareceu em público em 1977 na Galeria Pierre Matisse em Nova Iorque. O puritanismo anglo-saxão obrigou o jornalista Tom Hesse a desculpar-se por não poder reproduzi-la , devido à intensidade das suas imagens, para ilustrar o artigo que sobre esta obra escreveu na revista New York. Mais tarde ao rever a obra o jornalista declarou que a Lição de Guitarra, sustentada por um excepcional domínio pictórico, era, sem sombra de dúvida, um dos grandes clássicos do século XX mas teremos de esperar outros tempos mais tolerantes para que volte a aparecer. Em 1984, meio século depois de ter sido exposta pela primeira vez, a obra foi proibida de fazer parte da restrospectiva Balthus no Centre Georges Pompidou e no Museum of Modern Art de Nova Iorque. O organizador da exposição explicou no catálogo a ausência da Lição de Guitarra por motivos que não partilhava inteiramente mas que mostravam até que ponto, cinquenta anos depois de ser pintada, a obra ainda incomodava e perturbava. Felizmente a Lição de Guitarra acabou por reaparecer em 2001 na retrospectiva Balthus no Pallazo Grassi de Veneza.
Quando o acusavam de intenções eróticas e perversas e lhe diziam que as meninas que o tinham tornado célebre não eram apenas as companheiras de Alice no País das Maravilhas mas também Lolitas ordinárias, Balthus, zangado dizia: "Nunca pintei senão anjos, pequenos seres puros e sem idade. Aliás toda a minha pintura é religiosa." Uma das suas modelos ,Michelina, declarou mais tarde quando já era adulta que Balthus era alguém que conseguia representar o momento da passagem importante da infância para a idade adulta.
Balthus era católico e acreditava profundamente na oração. Rezar era para ele um modo de sairmos de nós próprios. "Eu não sou Deus mas sou provavelmente uma parte dele e quando rezo tento alcançar a luz, elevar-me. Quando pinto é como uma oração". Pouco antes da sua morte quando o actor Richard Gere, adepto do budismo,o visitou no seu chalet em Rossinière na Suiça perguntou-lhe: "Quem é aquele que pinta as suas orações e tenta alcançar a luz? Balthus então com 92 anos de idade respondeu sem hesitar: "Deus. O homem não pode criar pode apenas inventar. O pintor reza àquele que cria mas eles são parecidos. Talvez o criador pinte aquele que reza. Em definitvo todo o problema consiste em saber quem cria o criador. É uma regressão sem fim. O pintor tenta sair de si mesmo e assim aproximar-se do seu criador. Quando pintamos tentamos esquecer o nosso ego e é nesse momento que sinto a luz que é Deus , e o meu espírito e as minhas mãos são apenas máquinas que escutam. Ouvimos o que temos de fazer."
Balthus tinha uma especial admiração pelos gatos, denominava-se a si próprio de "O Rei dos Gatos". Os primeiros desenhos que publicou, quando tinha apenas doze anos, foram quarenta imagens destes felinos em memória do seu gato Mitsou que tinha morrido. Como disse, com um certo humor, um amigo do artista, os gatos são autodidactas não se inscrevem na escola de bela-artes. Estudam , observam e aprendem tudo sozinhos. Balthus mostra bem que pertenceu à família dos gatos. Era um autodidacta. Os pais recusaram-se a mandá-lo para uma escola de pintura. Ele vangloriava-se disso e dizia que era gato desde a infância.
Quando em 1967 a Tate Galery organizou uma exposição sobre Balthus , pediram ao artista elementos para uma biografia destinada ao catálogo. A resposta do pintor chegou categórica "A melhor maneira de começar é dizer que Balthus é um pintor de quem nada se sabe. E agora vamos ver os quadros".
A sua obra mais polémica A Lição de Guitarra foi apresentada em 1934 numa exposição da Galeria Pierre Loeb em Paris,mas numa sala à parte, um pouco afastada do percurso da galeria. Essa obra só reapareceu em público em 1977 na Galeria Pierre Matisse em Nova Iorque. O puritanismo anglo-saxão obrigou o jornalista Tom Hesse a desculpar-se por não poder reproduzi-la , devido à intensidade das suas imagens, para ilustrar o artigo que sobre esta obra escreveu na revista New York. Mais tarde ao rever a obra o jornalista declarou que a Lição de Guitarra, sustentada por um excepcional domínio pictórico, era, sem sombra de dúvida, um dos grandes clássicos do século XX mas teremos de esperar outros tempos mais tolerantes para que volte a aparecer. Em 1984, meio século depois de ter sido exposta pela primeira vez, a obra foi proibida de fazer parte da restrospectiva Balthus no Centre Georges Pompidou e no Museum of Modern Art de Nova Iorque. O organizador da exposição explicou no catálogo a ausência da Lição de Guitarra por motivos que não partilhava inteiramente mas que mostravam até que ponto, cinquenta anos depois de ser pintada, a obra ainda incomodava e perturbava. Felizmente a Lição de Guitarra acabou por reaparecer em 2001 na retrospectiva Balthus no Pallazo Grassi de Veneza.
Quando o acusavam de intenções eróticas e perversas e lhe diziam que as meninas que o tinham tornado célebre não eram apenas as companheiras de Alice no País das Maravilhas mas também Lolitas ordinárias, Balthus, zangado dizia: "Nunca pintei senão anjos, pequenos seres puros e sem idade. Aliás toda a minha pintura é religiosa." Uma das suas modelos ,Michelina, declarou mais tarde quando já era adulta que Balthus era alguém que conseguia representar o momento da passagem importante da infância para a idade adulta.
Balthus era católico e acreditava profundamente na oração. Rezar era para ele um modo de sairmos de nós próprios. "Eu não sou Deus mas sou provavelmente uma parte dele e quando rezo tento alcançar a luz, elevar-me. Quando pinto é como uma oração". Pouco antes da sua morte quando o actor Richard Gere, adepto do budismo,o visitou no seu chalet em Rossinière na Suiça perguntou-lhe: "Quem é aquele que pinta as suas orações e tenta alcançar a luz? Balthus então com 92 anos de idade respondeu sem hesitar: "Deus. O homem não pode criar pode apenas inventar. O pintor reza àquele que cria mas eles são parecidos. Talvez o criador pinte aquele que reza. Em definitvo todo o problema consiste em saber quem cria o criador. É uma regressão sem fim. O pintor tenta sair de si mesmo e assim aproximar-se do seu criador. Quando pintamos tentamos esquecer o nosso ego e é nesse momento que sinto a luz que é Deus , e o meu espírito e as minhas mãos são apenas máquinas que escutam. Ouvimos o que temos de fazer."
Balthus tinha uma especial admiração pelos gatos, denominava-se a si próprio de "O Rei dos Gatos". Os primeiros desenhos que publicou, quando tinha apenas doze anos, foram quarenta imagens destes felinos em memória do seu gato Mitsou que tinha morrido. Como disse, com um certo humor, um amigo do artista, os gatos são autodidactas não se inscrevem na escola de bela-artes. Estudam , observam e aprendem tudo sozinhos. Balthus mostra bem que pertenceu à família dos gatos. Era um autodidacta. Os pais recusaram-se a mandá-lo para uma escola de pintura. Ele vangloriava-se disso e dizia que era gato desde a infância.
O filme que realizei procura ilustrar um pouco daquilo que é e continuará a ser a obra magnífica de um pintor excepcional.
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