domingo, setembro 18, 2016

Um Filme Fantástico

Amei do principio ao fim este filme de Matt Ross que para além de ter sido merecidamente ovacionado em pé no Festival de Cannes, acabou por ganhar o prémio de realização na secção "Um Certain Regard".
Falo-vos de Capitão Fantástico com Vigo Mortensen no papel principal, tendo também como actores Frank Langelia,George Mckay, Samantha Isler, Steve Zahn, Annalise Basson, Nicholas Hamilton,Shree, Croks,Katheryn Hahn, entre outros.
Capitão Fantástico traça a escolha de um casal que fugindo da civilização e refugiando-se num paraíso criado por si,  ali têm os filhos (seis) integrando-os nesse ambiente e paulatinamente impreparando-os assim para a civilização com tudo o que esta tem de bom e muito de mau. A ideia que os miúdos ficam dessa mesma civilização e-lhes dada por obras de grandes autores que os mesmos lêem com gosto e que conseguem discuti-las assertivamente.  Assim o que ali vemos, não  são  selvagens iletrados,  muito pelo contrário, são crianças criadas num ambiente feito de escolhas dos seus progenitores,escolhas essas com um cariz marcadamente  político, criando-se assim a utopia ( ou talvez não)  da criação da República de Platão com os seus reis filósofos.
Essas posições vão marcar para sempre de uma forma por vezes dramática as opções de vida que cada um daqueles jovens terá de fazer quando chega a adulto. Isso é sintomático no filho mais velho, um papel soberbo  de George Mckay que conseguindo pela sua inteligência entrar em várias universidades, vê-se compelido a esconder esse facto numa atitude de pura desorientação quanto ao seu futuro e ao medo de desagradar ao adorado pai.
 O facto de a presença da mãe ser-nos dada em flash back deixa-nos até ao fim na dúvida se a mesma teria colapsado dentro da vivência dessa utopia veementemente defendida por Ben o progenitor, num papel completamente à medida desse ator que eu amo de coração que é Vigo Mortensen.
Este Capitão Fantástico é assim, uma lufada de ar fresco no panorama cinematográfico, um filme digno de ser visto pelas ideias ali deixadas e as posições defendidas que acabam por despertar em nós o retorno à mãe natureza. 
Uma obra imperdível.

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