terça-feira, agosto 18, 2015

Missões Bem Sucedidas

Eu admito, sempre fui fã da série Missão Impossível. Na altura a mesma passava na RTP1 e eu tentava não perder um episódio, até porque como é hoje o caso não havia repetições das séries em diversos horários e o mais que podíamos fazer quando não podíamos ver era gravar numa cassete VHS, (que tempos...meu Deus).
A série era feita de pequenos episódios que até nem tinham uma longa duração. Quando a comecei a ver tinha o actor Peter Graves como líder de uma equipa de operacionais do IMF. Esse operacional chamava-se Jim Phelps, os seus cabelos brancos davam-lhe credibilidade e era ele que de uma forma em geral  entrava em contacto com  a bandidagem fazendo-se passar por um deles, até eles verem que tinham sido bem enganados...mas aí já era tarde porque eles já se tinham pirado, colocando a malta toda na prisão ou fazendo com que se matassem uns aos outros! 
Depois havia o especialista em bombas e armamentos, (sempre um actor alto e espadaúdo) havia  o "engenhocas", o actor Greg Morris , o especialistas em disfarces que durante muito tempo foi o saudoso e já desaparecido Leonard Nimoy e a "boazona" de serviço ( que foi sempre sendo mudada ao longo da série)  que geralmente  era o isco  e a perdição dos maus da fita. Até o casal Barbara Bain e Martin Landau (que depois transitaram para a série Espaço 1999) por lá andaram durante bastante tempo.
O interessante desta série Missão Impossível, é que por ela  foram passando vários actores (que depois vimos em outros trabalhos) mas o já falecido Peter Graves ia ficando sempre. 
O enredo sem ser nada de transcendente pregava-nos à cadeira e queríamos ver se os nossos heróis seriam bem sucedidos coisa que invariavelmente acontecia excepto quando num episódio  a personagem feminina da série é morta e percebe-se nitidamente que aquilo é feito para a substituírem por outra.
Nos primeiros minutos  Jim Phelps, o líder, ia a sítios tão improváveis como uma cabine telefónica  ouvir uma gravação com a missão que lhes era proposta (caso a aceitassem) e depois de a  ouvir ela  se auto destruía.
 Só depois disso vinha o genérico. Uma maravilha!
O must desta série era e ainda é, a música que até hoje a exemplo do que acontece com os filmes  007 é um dos locomotivs da mesma e que vai pontuando toda a acção, fazendo assim com que a mesma não saia nunca do nosso  imaginário cinematográfico quanto mais não seja porque quando a ouvimos sabemos logo que ela é a musica da Missão Impossível.
A série foi acompanhando os tempos, do preto e branco passou para a cor e as histórias foram também  modernizando-se.
Dos países africanos e sul americanos onde o grupo tinha de ir repor a democracia, os direitos humanos e a sensatez , passamos para os países  da Europa (geralmente a acção decorria nos países do leste europeu), onde a criminalidade ligada à droga, à prostituição e ao armamento se aliavam fazendo que o grupo tivesse que lá ir colocar tudo nos eixos.
O formato termina em série e vai ser o actor Tom Cruise que anos mais tarde vai pegar na mesma transformando-a em filmes.
 O primeiro deu o mote da espetacularidade com a cena depois mil vezes glosada seja em filmes cómicos, seja na banda desenhada seja na publicidade, quando o nosso herói o Ethan Hunt se pendura por uma corda segura pelo actor Jean Reno e tenta gravar um CD guardado na CIA e quando está quase a terminar há um descuido de quem segura a corda e vemos o nosso herói quase a estatelar-se no chão armadilhado. Há também boas cenas de perseguição sendo a mais incrível dentro do Túnel da Mancha entre um comboio e um helicóptero.
Por lá andaram vários actores, tal como Jon Voigt (como traidor e mau da fita) e a par de Tom Cruise  só Ving Rhames  vai transitar para os restante filmes.
Depois veio o Missão Impossível 2 e o vilão (mas vilão mesmo!) era o actor Dougray Scott e tudo girava em torno de um agente químico altamente mortal a Quimera na posse do vilão e só um poderoso antídoto o Belerofonte poderia salvar quem estivesse em contacto com esse agente químico. A acção passa-se entre os estados Unidos, a Espanha e a Austrália, acabando tudo numa espectacular perseguição de motos. Se o primeiro tinha sido realizado por Brian de Palma, este foi por John Woo e todos sabemos que este realizador especializou-se neste tipo de perseguição altamente alucinante. A heroína da acção aqui era a actriz Thandie Newton.
Missão Impossível 3 tinha um vilão dos mais alucinados e portentosos que me foi dado a ver e protagonizado pelo malogrado actor Philip Seymour Hoffman.
De facto o seu papel neste filme foi crucial para o êxito do mesmo, porque ninguém batia essse actor quando o mesmo se entregava de corpo e alma.
O filme ao contrário do que era habitual é-nos mostrado em flashback, gira em torno de um traficande de armas altamente sofisticado (P. Hoffman) e é a meu ver mais um thrilher psicológico altamente mortífero entre o agente Ethan Hunt e Owen Davian, estando enredados nessa teia a mulher do agente (que depois vai também surgir de passagem no M.I4) a actriz Michelle Monaghan. Aparecia para além de Ving Rhames , Maggie Q, Jonathan Rhys Meyers e Simon Pegg num pequeno papel mas que vemos que vai ter seguimento nos restantes filmes.
 A acção passava-se em vários países incluindo o Vaticano e a Tailândia onde termina a acção.
Este terceiro filme foi muito bem realizado por  J.J.Abrams e onde mais disfarces são usados.
Eu gostei desse pormenor  porque uma das originalidades da Missão Impossível é a possibilidade que os personagens têm de usar disfarces colocando-se autenticamente na pele de outras pessoas e no fim tirarem o mesmo surpreendendo tudo e todos. Penso que o êxito da série estava nesse pormenor, porque nós nunca sabíamos quando os agentes estavam com as máscaras e só quando eles as tiravam é que nos apercebíamos disso, ficando sempre algo surpreendidos.
 Aqui J.J.Abrams foi muito fiel a isso e por isso amei muito esse filme apesar dos calafrios que o mau da fita nos provocava de cada vez que aparecia.
No quarto filme começamos a ver uma mudança no rumo da série nomeadamente com os seus personagens. Tom Cruise continua aliado a Ving Rhames  torna a surgir o actor Simon Pegg como Benji, o especialista em informática e Jeremy Renner faz a sua aparição. Aqui já é nítido que o mesmo veio para ficar como agente Brandt uma espécie de ligação entre o grupo e quem os orienta a nível superior.
Esta  Missão Impossível 4-Ghost Protocolo, realizada por Brad Bird orienta-se entre Moscovo, onde a acção dá o seu início,(havendo uma especular cena de destruição de parte do Kremlin), Vancouver, Estados Unidos e outros países nomeadamente o Dubai onde terá uma perseguição de rua no meio de uma tempestade de areia  com a duração de pelo menos 20 minutos. Para além disso tem outra cena memorável passada nas torres Burj Khalifa  onde se pendura Ethan Hunt para chegar ao outro lado do edifício. Incrível!
Léa Seydoux como má da fita está impecável e Paula Patton está também muito bem como membro da equipa. A trama aqui girava em torno da posse de armas nucleares por parte de gente pouco recomendável.
Finalmente estreou na semana passada em Portugal, o quinto filme denominado Missão Impossível-Nação Secreta.
Fui vê-lo ontem e gostei muito. Apesar de alguns absurdos que por lá aparecem como aquele desastre de automóvel que não convence ninguém  (quem é que de lá sairía vivo?) a perseguição de motos está ao nível de um John Woo e a história está muito bem urdida.
Realizado por  Christopher Mcquarrie, gostei muito deste filme. A equipa está estabilizada fazendo então agora parte dela o actor Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner e Ving Rhimes.
Penso que não entrará mais ninguém, mas é pena porque eu gostaria que a ctriz Rebecca Ferguson, passasse a fazer parte do elenco, visto ela neste filme fazer de uma das melhores agentes secretas que alguma fez me foi dado a ver. Ela é mesmo muito boa e as cenas com ela são sempre de nos tirar o fôlego. Penso até que a presença dela conseguiu roubar algum protagonismo a Tom Cruise que para a idade está muito bem e muito simpático procurando não se sobrepor a ninguém deixando os outros também brilharem. O filme tem um bom vilão o actor Sean Harris que com aquela cara e aquela postura corporal  provoca também uns bons calafrios ao longo do filme.
O filme tem muita acção, a música está bem metida na mesma, os actores dão o litro e  aparece um actor que eu gosto muito o Alec Baldwin como agente da CIA. Também gostaria que ele continuasse na série. 
A acção começa na  Bielorrússia, passando pela Malásia, Estados Unidos, Paris, Marrocos( as cenas em Marrocos são do mais incrível) Viena de Áustria entre outros sítios.
Será este filme ao  melhor das Missões Impossíveis?
A meu ver é SIM!!
Uma boa estreia num verão muito pouco apelativo em termos cinematográficos de um filme que partindo de uma série se reinventa constantemente.
Gostei!


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