Este é a meu ver a par de Ed Wood e de Eduardo Mãos de Tesoura (que tem um cantinho especial no meu coração) um dos melhores filmes de Tim Burton. Estou a falar-vos de Big Eyes (Olhos Grandes) o novíssimo filme do realizador que sem o seu actor fetiche, Johnny Deep, (a fazer disparates por outras paragens) e a sua mulher Helena B. Carter, mas com uma extraordinária Amy Adams e um não menos talentoso e sinistro Christoph Waltz consegue dar-nos um dos grandes filmes do ano.
Auto retrato de Margaret Ulbrich |
É um filme sublime pois nele não só vemos o percurso atormentado desta mulher que durante mais de 10 anos pintou obras que depois eram vistas por toda a gente como sendo do marido, obras essas de um kitsch absolutamente delicioso.
De facto, o que ali vemos são centenas de telas onde o elemento principal são crianças de olhos estranhamente grandes e escuros, quase sempre abraçadas a animais ou sozinhas em poses de total abandono e/ ou tristeza e que durante os anos 50 e 60 fizeram as delicias de muita gente que foi adquirindo essas telas/posters/cartazes inaugurando-se assim uma tendência de massificação da arte tão do agrado de muitos e tão do desagrado de alguns críticos de arte horrorizados com tal objecto artístico.
Este Big Eyes é de um Tim Burton algo ao arrepio do que temos ultimamente visto e que sem pudores vai abraçar esta história incrível e com contornos algo macabros, pois Wlater Keane para além de se ter apropriado das obras da mulher e de viver dos louros da mesma, não hesita em tentar matar Margaret e a enteada quando vê as mesmas escorregando-lhe por entre os dedos.
Este Big Eyes tem também a meu ver uma das mais hilariantes, absurdas e extraordinárias cenas de tribunal onde toda a verdade vai ser descoberta. Perguntei-me a mim mesma no fim do filme, se tal cena teria existido e se de facto ela existiu ficará para sempre como uma das coisas mais assombrosas que algum dia deve ter passado por um tribunal.
Este Big Eyes tem também a meu ver uma das mais hilariantes, absurdas e extraordinárias cenas de tribunal onde toda a verdade vai ser descoberta. Perguntei-me a mim mesma no fim do filme, se tal cena teria existido e se de facto ela existiu ficará para sempre como uma das coisas mais assombrosas que algum dia deve ter passado por um tribunal.
Com uma Amy Adams em estado de graça (ainda não sei como esta mulher falhou a nomeação a um Óscar se bem que tenha ganho um Globo de Ouro) e um Cristopher Waltz a lembrar-nos os tempos de Sacanas sem Lei do Quentin Tarantino , e que consegue com a sua prestação que nos fixemos com espantosa atenção na sua personagem quanto mais não seja pela sua absoluta falta de escrúpulos e de moral, este Big Eyes é um filme a ver com atenção e em completo estado de estupefação.
2 comentários:
Vou tentar ir ver...
Só tentar sorte! :)
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