Com realização do cineasta holandês Anton Corbijn conhecido pelos filmes 'O Americano' e 'Control '(sobre a vida do vocalista dos Joy Division,Ian Curtis) está desde a semana passada em cartaz o filme O Homem Mais Procurado.
Fui vê-lo ontem e gostei muito. Não é um filme para quem gosta de correrias, tiros, sangue, mulheres fatais,homens bonitos ...e tutti quanti. Tirado de uma das obras de John lé Carré que aparece também nos créditos se não me engano como um dos argumentistas, o filme é lento,t riste, pesado, doloroso, passado numa Hamburgo portuária, muito propícia a esse tipo de ação, Hamburgo essa que não é a dos cartazes turísticos, e com esse 'monstro sagrado (pelo menos para mim) que é o já infelizmente desaparecido Philip Seymour Hoffman , num dos seus últimos ou mesmo o último papel, onde já o vemos, muito pesado, muito triste, fumando e bebendo compulsivamente e com grande prazer, parecendo e talvez mesmo carregando o peso do mundo, e que leva magistralmente o filme às costas, coadjuvado por uma radiosa e sempre fantástica Nina Hoss ( adorei-a vê-la no filme Bárbara), William Dafoe (sempre muito seguro de si) Daniel Brühl (adoro este actor desde que o vi em Adeus Lenine), Raquel Adams (linda e soberba actriz) e the last but no the least a grande Robin Wright, que aparece pouca vezes, mas quando o faz tem a segurança permanente de uma grande senhora do cinema, muito pouco aproveitada no meu ver.
O filme tem a precisão de um relógio suíço. Tudo se encaixa no seu devido lugar. É um puzzle intrincado, mas perfeitamente compreensível, e o que ali vemos é um jogo de espiões que espiam outros espiões, onde nada é o que aparenta ser, toda a gente mente a toda a gente, há enganos e traições, há gente graúda ( os barracudas, como alguém a páginas tantas diz) tentando lixar os mais pequenos tudo em proveito próprio, e onde nesse jogo de enganos o personagem principal, um desgraçado imigrante, meio-checheno, meio russo que aparece em Hamburgo reclamando uma herança do pai, e sendo o tal homem muito procurado, acaba por ser o verdadeiro personagem digno da nossa compaixão.
De referir que o filme implicitamente ou não tão implicitamente assim abre as feridas deixadas pelo 11 de Setembro, acontecimento dramático este que veio abrir as portas ao total desrespeito pela liberdade dos cidadãos, tudo em nome da segurança e da luta antiterrorista, luta essa que muitas vezes nada mais é do que o espiar indiscriminadamente a vida alheia.
De referir que o filme implicitamente ou não tão implicitamente assim abre as feridas deixadas pelo 11 de Setembro, acontecimento dramático este que veio abrir as portas ao total desrespeito pela liberdade dos cidadãos, tudo em nome da segurança e da luta antiterrorista, luta essa que muitas vezes nada mais é do que o espiar indiscriminadamente a vida alheia.
Está de parabéns o realizador, porque o filme é mesmo muito bom, está de parabéns todos os actores e durante o visionamento do filme não me cansava de pensar como de facto há actores que passam por este mundo como cometas fulgurantes e quando nos deixam prematuramente legam obras de grandeza incomensurável, e neste caso enquadra-se perfeitamente o malogrado ator Philip Seymour Hoffman. Que actor fantástico que ele era!
Um filme a ver com atenção.
Sem comentários:
Enviar um comentário