Cavaleiros na Praia |
Já escrevi aqui algumas vezes sobre Paul Gauguin um pintor que aprecio bastante.
Gauguin ganhou fama mundial com as suas telas de mulheres da polinésia francesa, mas a par disse pintou por esta altura,outras obras muito interessantes e que eu amo de coração, como é o caso da tela que aqui aparece, denominada de Cavaleiros na Praia.
A minha apreciação desta tela vai para a paleta de cores usadas pelo este pintor e aquela areia cor de rosa faz as delícias de qualquer amante da arte deste pintor.
Auto Retrato com Cristo Amarelo |
Paul Gauguin fugiu para os mares do Sul à procura de um estilo de vida primitivo em que a sua arte pudesse florescer. Apesar de lhe desagradar a sociedade colonial fechada que lá encontrou, não deixou de pintar os polinésios como se fossem seres sobrenaturais que gozassem de uma liberdade total.
O que mais aprecio neste pintor é que ele vai então imprimir em nós a sua versão da natureza, criando formas estilizadas e bidimensionais, usando para isso cores intensas e exóticas com aquilo que poderia parecer um abandono despreocupado, mas que são cuidadosamente calculadas para produzirem o maior efeito para quem olha para a tela.
Na obra aqui presente isso acontece, pois Gauguin pinta a areia cor de rosa, não porque, sentimo-lo ele tenha "visto" nela qualquer tom rosado, mas porque só a areia rosada podia exprimir os seus sentimentos.
O amarelo que é quase sempre ou mesmo sempre usado, teria para este pintor sido demasiando intruso e real. De facto o que aqui se passa é que não se trata de uma cena lógica mas sim mágica, e a paz e a alegria são meramente simbólicas, não literais.
É uma tela de uma fase idílica da vida, com gente delicada com cavalos de finas patas, de gente que os domina sem esforço, onde tudo é pura liberdade, onde existe uma paisagem marítima intoxicante, de céu amplo e maravilhosamente enevoado, em que homens e mulheres convivem na mais perfeita harmonia..
Uma tela magnifica, pintada por um grande pintor em estado de graça.
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