Perturbador, violento, tenso, triste, pesado, tortuoso, sangrento...e sobretudo sublime são os adjectivos que posso qualificar este 00:30 A Hora Negra/ Zero Dark Thirty de Kathryn Bigelow, a realizadora do multi-premiado "The Hurt Locker"/ "Estado de Guerra" e a primeira mulher a ganhar um Óscar da Academia. Aclamado pela crítica norte americana (sem deixar contudo de referir que as criticas mais contundentes vieram da escritora Naomi Wolf que escrevendo a K.Bigelow considerou-a "tal como Riefenstahl uma grande artista mas a partir de agora será lembrada para sempre como uma serva da tortura", o filme com uma duração de quase 3 horas traça o percurso de operacionais da CIA em busca do homem mais procurado do mundo:OBL:Osana Bin Laden. Encabeçados por uma mulher, Maya de seu nome,mas mais conhecida entre os seus pares por The Killer, incansável na sua obsessão quase messiânica de encontrar aquele que para ela é a encarnação do mal e num papel que devia dar a Jessica Chastain o Oscar de Melhor Actriz em Drama, este A Hora Negra faz-nos reflectir sobre os caminhos da maldade e em que às páginas tantas já não conseguimos distinguir quem afinal é pior, se aqueles que perpectuam actos terroristas em nome de um fundamentalismo quase sem nome, ou os que procurando evitar tais actos de pura insanidade ideológica vão ainda mais longe, cobertos pela capa da legalidade e legitimados por governos que escondendo campos de tortura dentro das suas fronteiras tudo fazem para que em nome de uma suposta liberdade possamos dormir em paz. Um filme estranhamente belo apesar de nos fazer mergulhar durante horas na mais pura maldade e violência de que o ser humano é capaz.
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