A mente humana é um instrumento maravilhosamente complexo, mas também explenderosamente falacioso.Todas as memórias que possuímos, não estão inscritas num quadro de ardósia imutável e permanente. Essas maravilhosas ou terríveis memórias que fazem de nós aquilo que somos tendem irremediavelemte e para grande desgosto nosso, a apagarem-se com o passar dos anos.Essas memórias não só se vão apagando paulatinamente e ao longo dos anos, como também vão mudando com grande frequência ou desenvolvendo-se pela incorporação de novas memórias, de novas vivências que quotidianamente vamos adquirindo.Desde que nascemos e caso a nossa vivência siga dentro dos padrões da normalidade, estamos sempre abertos à aprendizagem.Essa aprendizagem é necessária , posto que é ela que permite a nossa socialização.Assim, o nosso cérebro vai sendo moldando conforme aquilo que vamos adquirindo. Contudo, ele tem necessidade de ir esquecendo e são esses pedaços da nossa vida que vão sendo 'deixados para trás', e que muitas vezes tentamos recuperar sem o conseguir, que fazem com que tenhamos necessidade de ter em nossa posse objectos recordativos desse passado que não volta mais e que por mais que tentemos não conseguimos recordar. Muitas vezes ficam pedaços dessas memórias, fragmentos que tentamos unir, ligando-os a determinados lugares, acontecimentos e pessoas. Quando as memórias são traumáticas, ou desaparecem por completo, pois o cérebro esconde-as protegendo-nos desses traumas, ou então, não o conseguindo fazer o indivíduo recorda-as repetidamente, acabando por se afundar num abismo de tristeza e negritude que só tem saída apelando a ajuda externa.Com o avançar da idade tendemos a recordar-nos do nosso passado, refugiamo-nos nele, é como se houvesse uma suspensão do nosso ser, vivemos fisicamente o presente mas o nosso cérebro puxá-nos para trás para as memórias do passado,visto que não conformados com o fim que se aproxima tendemos a fugir para memórias que nos fizeram felizes, posto que ao fim e ao cabo o que todos nós procuramos é a felicidade consagrada em múltiplas formas.É como se de dentro da câmara fotográfica que o nosso cérebro se tornou, apenas pudesse ser revelado as fotos em que nos encontramos em ângulos mais apropriados e na companhia daqueles que nos foram mais queridos. São fotos a cores, colorindo o nosso presente de um passado que foi... e que por mais que queiramos nunca mais voltará a nós.
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