domingo, setembro 18, 2011

Woody Allen-Meia Noite em Paris



Há coisa de uma semana passou no Canal Um da RTP, um dos filmes que mais amo, deste fantástico realizador que é Woody Allen.O filme era o "Vicky, Cristina, Barcelona".Para mim este filme,  a par de "Poderosa Afrodite" , "A Rosa Púrpura do Cairo" ,"Alice" e " Match Point", são daqueles filmes que me marcaram para sempre em termos cinematográficos, posto que os amamos porque...temos de os amar e...ponto final. Parece que não há explicação para isso, visto que o que vemos é uma experiência única, uma combinação de talento, originalidade, bom argumento, boa realização, bons actores, etc. Desde ontem que acrescento  "Meia-Noite em Paris" a esta galeria de filmes realizados por este génio que é Woody Allen.O filme é...fantástico, uma experiência cinematográfica única.Tal como já tinha acontecido em  "Match Point" (Londres),"Vicky, Cristina, Barcelona" (Barcelona) W.Allen, escolhe mais uma cidade europeia para nela dar azo a toda a sua loucura imaginativa e neste caso temos... Paris, vista pelo olhar  muito peculiar deste realizador. Aqui, já não é tanto a cidade em si a personagem principal (se bem que as imagens iniciais, fazem-nos ter vontade de voar rapidamente para esta cidade...) mas sim os famosos personagens que escolheram-na como porto de abrigo e como centro cultural e que nela se inspiraram para produziram obras intemporais. Assim é neste 'tunel do tempo' que o personagem principal se introduz a partir da meia noite, que vemos um excepcional e louco E. Hemingway, um tresloucado S.Dalí, um sorumbático L.Buñuel, um simpatiquíssimo e cavalheiresco S.Fitzgerald sempre atento a Helga a sua talentosa mas suicidária esposa,  um P.Picasso às voltas com o seu génio algo incompreendido e uma Gertrude Stein que a  todos aconselha qual rainha mestra. No meio de toda essa loucura apercebemo-nos também, que  W.Allen não tem contemplações para  os seus compatriotas americanos em viagem pela Europa, e os caracteriza de uma forma risível e caricatural, fazendo com que o filme se torne ainda mais delicioso.Claro  que o visionamente do filme requer algum conhecimento dos personagens históricos que vão surgindo e dos diálogos que o personagem principal (Gil Pender, bem interpretado por Owen Wilson) vai tendo com os mesmos.Contudo, isso é um risco que o realizador corre e que  a meu ver consegue sair airosamente, quanto mais não seja porque tudo é feito de uma forma muito leve, com diálogos muito bons e com uma fotografia lindíssima  de uma Paris feita do presente e de um passado magnífico, com personagens únicos e irrepetíveis e que à imagem do que acontece com Gil, sentimos vontade de  ter essa capacidade de negação do presente e poder viajar para o passado e por lá ficar, a rir a conversar e a ouvir o grande e talentoso...Cole Porter.Um filme obrigatório para todos os que amam o cinema.

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